terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por que somos estranhos?





POR QUE SOMOS ESTRANHOS?
Crônica de Honorato Ribeiro.

Por que vivemos num apartamento e somos estranhos uns com os outros? Por que vivemos em tempos corridos e cronometrados e não vemos o tempo passar por falta de tempo para meditar? Por que os políticos e famosos vivem com seguranças sem segurança de si mesmos? Por que, que jovens conscientes do perigo que há consumem drogas? Por que existem divisões sociais e religiosas? “Por que temos vergonha de sermos honestos?” Por que temos medo do humano e estranhamos o humano que somos? Por que os lares estão desajustados e por isso há divórcio? Por que é difícil para nós enxergarmos a perfeição dentro de nós mesmos? Por que há homens que optam para se unirem em casamento com criatura do mesmo sexo? Por que a humanidade não soube usar o livre arbítrio para a perfeição? Por que a democracia não fez cidadãos e cidadãs como os gênios da Grécia? Por que os políticos do nosso País abusam do poder que lhes foi legado? Por que não nos sabatinamos nos porquês para reparar: o “ontem” que não soubemos viver; o “hoje” que não aprendemos viver; o “amanhã” que sempre será o presente para refletirmos, mas não temos tempo para olhar para dentro de nós mesmo e descobrir: Que beleza é a minha alma, mas eu, tantos anos que passei, já cheguei à velhice, somente agora que a descobri!  Se realmente nós caminhamos desconfiados uns dos outros, é porque não aprendemos com as abelhas a fabricar o mel sem poluir e sem depredar a natureza. Vivem as abelhas a nos dar sempre aulas do bem viver!
A paz está dentro de cada um de nós. Ela só permanecerá em cada um de nós, se cada um amá-la. E para amá-la é necessário o equilíbrio emocional e psíquico e ficar tranqüilo sem agredir o outro e nem a si mesmo; ser tranqüilo quando o outro nos agride. Mesmo que o outro nos agrida, devemos ser sábios para ofertar-lhe o perdão e termos o coração aberto para saber amar. Com essa atitude nós estamos nos aperfeiçoando para sermos criaturas cheias de paz e amor. “Viver como Jesus viveu, amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou”; ter a fé de Jesus é ser sempre obediente ao Pai como O fora. A paz só existirá quando cada um de nós denunciar as injustiças do mundo com coragem e decisão. A paz é uma luta dentro de nós mesmos, construindo no dia a dia de nossas vidas. Enquanto houver injustiça, a paz está sendo destruída, e agredida, pois, é a violência, a guerra e o desamor que destroem a paz. Digo mais: Enquanto houver fome, exclusão social, analfabetismo, desemprego, falta de moradia, e os justos se calarem perante as injustiças por falta de distribuição de renda, a paz não haverá nem aqui e nem tampouco no mundo. Um grande defensor da paz disse: “Eu não tenho medo da guerra, tenho medo de os justos se calarem perante as injustiças”. Quem é religioso e procura viver como cristão deverá ser consciente de sua missão. Veja o que disse  Albert Einstein: “A ciência sem religião é aleijada; a religião sem ciência é cega”. Religião significa prestar culto a Deus, ligar a Deus e toda sua vida voltada a Deus.
Quando Carlos Drummond de Andrade escreveu aquele poema: “E agora, José?” Lembrei da parábola do rico avarento e o pobre Lázaro, que, ao fazer uma hermenêutica vê que as personagens são as mesmas excluídas sem valor humano. São eles os protagonistas ao lado de tanto pão. Porque o “ser” não está sendo humanizado por falta de amor e respeito ao outro semelhante. Eu, como também compositor, compus um samba tipo bossa nova. Veja a letra:

Há tanto José no mundo.
Samba de Honorato Ribeiro.


Há tanto José no mundo
Sem rumo e sem direção
Querendo comer e não pode
Ao lado de tanto pão!
No seu barraco de zinco
Há tanto José sem cama,
Sem eira e nem beira de nada
Querendo sair da lama.

Esse José que eu falo
É o mesmo de Carlos Drummond
Que tenta morrer, mas não morre,
E nem sabe dizer shalon!!!
Esse José de corpo nu
Não sente mais frio e nem calor,
Nem sabe se o mundo é mundo;
Nem se há ódio, nem amor.
hagaribeiro