sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A SABEDORIA É UMA RIQUEZA.



Eu hoje li uma história muito interessante, que eu passo a contar-lhes: Um homem muito rico teve vários filhos. Desde pequenos ele tinha um carinho enormes para com cada um. Tudo que eles necessitavam ele dava com alegria. Os filhos cresceram e nunca fizeram nada. Só viviam às custas do pai. De tanto servir aos filhos que acabou pobre e sem recurso financeiro. Os filhos lhe abandonaram e ele ficou sozinho a passar fome. Um dia ele foi falar com seu compadre e amigo contando-lhe a sua situação e o abandono dos filhos. O compadre lhe aconselhou:
Compadre, você tem aquela mala grande. Pegue todas as ferramentas velhas sucateadas: martelo, foice, machado, alavanca, facão, enxada e coloque na mala. Põe uma chave e um cadeado e tranque com uma corrente e coloca a chave dependurada no pescoço. Quando os filhos chegaram à sua casa e lhe perguntar por que a chave dependurada no pescoço e a mala trancada, você diz para eles, que foi uma grande economia que guardou para eles, quando estivesse para morrer.Era só ouro puro, mas não irei abrir. E peço que nenhum irá brigar. Quando os filhos ouviram do pai essa riqueza que seria para eles, deste dia não faltou nada para o pai. Todos os dias eles levavam a massa para o café, almoço e janta. Cuidou do pai e não deixavam-no passar necessidade. Quando o velho caiu doente, já fraco para morrer, chamou os filhos e lhes entregou a chave. O velho morreu. Eles foram e abriram a mala. Só havia ferro velho. Essa história acontece muito hoje.

domingo, 19 de outubro de 2014

A ENCHENTE DO RIO SÃO FRANCUSCO,







Poesia de cordel por Honorato Ribeiro dos Santos

Amigos, de todo o Brasil
Que ouviu rádio e televisão,
Nos jornais e nas manchetes,
Das chuvas e da inundação,
Que inundou muitas cidades
Com a enchente do Chicão.

De Pirapora a Juazeiro
Muita cidade inundada,
Umas ficaram submersas,
Outras ficaram alagadas;
Carinhanha ficou isenta
Urgente a socorrer Malhada.

Malhada é muito baixa
Submersa virou um mar!
Não ficou sequer uma casa
O telhado pra gente olhar!
Nenhuma a casa a gente via
Todos tiveram que mudar.

Moacyr e Pepê com lanchas
De transportar caminhão
Foi o socorro imediato
E todos juntos como irmãos
Socorreram aquele povo
Daquela triste inundação.

Até o prefeito Chicório
Viu a tamanha situação
Pegou a lancha e ajudou
O povo em sua aflição;
De Malhada ele trouxera
E lhes deu acomodação.

Nos cinco grupos escolares,
Hospital, fórum, maternidade
Círculo Operário e a Liga,
Juntos numa fraternidade,
Agasalhou todo o povo
Daquela tão nobre cidade.


Naquele dia Carinhanha
Ficou sendo duas cidades
Malhada aqui foi sua estada
Com amor e fraternidade
Agasalhou os malhadenses
Com muita humanidade.

O governador da Bahia
Unido junto ao federal
Mandou alimentação
Vindo de avião da capital;
Ninguém passou necessidade
Pois os víveres vieram legal.

Mandou vacinar o povo
Preventivamente na cidade,
Contra febre tifóide
Com muita capacidade
Todos foram vacinados
Imunizados velhos de idade.

Carinhanha sendo alta
Houve pequena inundação
Porém só no Bairro Sudene
A água houve invasão
Entrou pelo Sangradouro
Não havia ainda o paredão.

A Praça do Cais inundou
Chegou lavar o Barracão
Muitas das casas racharam
Na parte baixa a invasão
Das águas do Velho Chico
Que fez uma devastação.

Já houve quatro cheias
Grandes, igual a essa, não!
No grande rio São Francisco
Com grande inundação
Essa vai ficar na história,
Dos ribeirinhos dessa Nação! (Cheia de 1979).

As maiores enchente foram:
A de seis e a de dezenove
E a de vinte e seis também;
Grande a de quarenta e nove
Inundou muitas cidades
E o povo correu e teve sorte.


Angico, Barra do Parateca
Povoados de Carinhanha
Ribeirinhos do Velho Chico
A enchente fez sua barganha;
Elas sitiam bastante altas
E o Velho Chico não banha.

O povo saia de barca
Pelo rio até Julião,
Transportando o povo
Pra guanambi e região;
Doze quilômetros de água
Foi essa a inundação.
  
A distância de Carinhanha
Até chegar a Julião
São doze quilômetro só água
Essa foi a inundação
Que o Velho Chico fez
Aos ribeirinhos em aflição!

O povo da ilha correu
E as casas todas inundadas
Todas submersas ficaram
E o povo procurou morada
Aqui em Carinhanha
Foi a salvação da chegada.

O lugar pior foi Parateca
Município de Malhada;
Aquela gente perdeu tudo
As pessoas ficaram ilhadas!
Não souberam pra onde correr
Pois tudo estava inundada!

Saiu depressa pra socorrer
Senhor Bispo de Caetité
Foi com uma lancha cheia
De víveres cobertor e café;
O povo nem barraca tinha
Sentar! Tinha de ficar em pé.

Se o senhor Bispo nunca sofreu
Naquele dia, carregou a cruz
Junto aos paroquianos
Lá no ermo sem vela e sem luz.
Como vigário de Cristo acudiu
Aos paratequenses os conduz. 


Rico e pobre sofreram
O Velho Chico não escolheu
Nem preto e nem branco
O povo às pressas correu
Para lugar bem seguro
Correu e ninguém morreu.

Isso tudo é para que o povo
Que a natureza tem poder
Com ela ninguém brinca
Como criança em bacondê;
O rio enchia rapidamente
Era um metro pra temer.

Fazendeiros perderam gados
Que caiam no rio a nadar
O povo laçava e abatia
E a carne repartia sem cobrar
Porco, cachorro nadavam
Nadavam para escapar.

Os vapores não viajaram
Por falta de lenha e porto
Todos ficaram isolados
Enxurrada corria a solto
Pois sofrimento foi grande,
Não registrou nenhum morto.

Animais saíram da mata
O tatu, a cobra e veado
Muitos deles o povo pegou
Com habilidade e cuidado.
Patetas ficavam parados
E o povo o agarrava.

As cobras saiam do mato
Procuravam um lugar
Às vistas e o povo corria
Com medo de lhe picar;
Apareciam em todo canto
E o povo de pau pra matar,

Era perigo de todo lado
O medo aumentava do povo
Houve muito sofrimento
Até que veio o socorro
Barcas e avião trouxeram
Roupas, alimentos tudo novo.


O povo perdeu o que tinha
A enchente levou o que tinha
De pobre e rico não escapou
Até a galinha que possuía
Muitos móveis daquela gente
Da Malhada que inundou.

Fiquei cercado na Lapa,
A Lapa do Bom Jesus
Fui de lancha pro Julião
Peguei o caminho da cruz
Cheguei lá, e como voltar?
E o Chicão corria qual avestruz.

Muita família de Malhada
Ficou aqui e não voltou
Com medo de outra enchente
E até hoje, aqui é morador
O rio deixou uma riqueza
Quando o rio sua água abaixou.

A vazante tão fértil pra plantar,
Mandioca, batata e feijão,
Por isso chamamos de Nilo
Porque tem riqueza no chão.
Veio logo a grande fartura
E o povo sorriu com o coração.

Ontem ele fez enchente
Hoje ele está preste a morrer
E ainda querem transposição
De um rio que pede  pra lhe valer
Senão valer ele morrerá
E consigo o povo irá sofrer.

Sofrer pior que a enchente
Pois sem água não há vida
Sem água não há energia
Sem água não há guarida;
Tudo morre num instante
Criança, velho e flor margarida.

Nunca vi em toda minha vida
Uma seca brava como agora!
Até urubu, capivara sumiram
O compadre d`água não mora.
Sumiu, hoje é coroa e rio seco
Até sumiu o lendário caipora.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SE HOUVESSE AMOR!



Poesia de Honorato Ribeiro.

Se houvesse amor!
Não haveria tantas leis:
Para respeitar o idoso,
Para proteger a criança,
Para proteger a mulher,
De tantas agressões nos lares.

Se houvesse amor!
Não haveria violência,
Não haveria polêmica,
Não haveria assaltos,
Não haveria prisões,
Não haveria desumanidade.

Se houvesse amor!
Não haveria aborto,
Não haveria divórcio,
Não haveria polêmica,
Não haveria dissensões,
Não haveria exclusão social.

Se houvesse amor!
Haveria união,
Haveria uma só nação,
Haveria compreensão,
Haveria muita paz,
Haveria muita alegria
Não haveria inflação.

Se houvesse amor!
Aqui seria o paraíso,
Aqui seria nosso céu,
Aqui seria nosso lar,
Aqui seria nossa alegria,
Aqui seria a nossa UNIÃO!

Mas o amor foi pregado na cruz!
E continua a ser pregado,
Abortado, confundido,
Ignorado, maltratado,
Mesmo tendo tantas leis,
O amor deixou de habitar
Em nosso lar em nosso coração.

Carinhanha, 01 de outubro de 2014.