sábado, 25 de abril de 2015

A ESCRAVIDÃO TECNOLÓGICA.



                          
                          Texto de Honorato Ribeiro dos Santos.

A tecnologia é um mal social e uma evolução moderna que todos estão globalizados e numa logística da rapidez que nos faz escravos sem perceber o cansaço, que nos faz dormir sem ter sono. É o sono do cansaço, não fisiológico, mas o cansaço do tempo que exige rapidez no trabalho, no transporte de ida e de vinda, sem saber se cuidar e sem direito a si cuidar. “É uma civilização agonizante” e um sonho de um mundo que há de vir. “Sonhamos com uma sociedade mundializada, na grande casa comum, a Terra, onde os valores estruturantes se construirão ao redor do cuidado com as pessoas, sobretudo com os diferentes culturais culturalmente, com os penalizados pela natureza ou pela história, cuidado com os espoliados e excluídos, as crianças, os velhos, os moribundos, cuidado com as plantas, os animais, as paisagens queridas e especialmente com cuidado com a nossa grande e generosa Mãe, a Terra.” A nossa Mãe terra, nosso habitat natural, nosso lar e o cuidado por ela, que geme em dores de parto e num corredor cheio dos que sentem outras dores piores gemem como num calabouço escuro, na grita da morte, clama no deserto, vozes em agonia sem cuidado nenhum.
O mercantilismo, o capitalismo e outros ismos deitam-se num tapete de veludo a planejar cientificamente, numa queda de braço, numa grande arena, onde os gladiadores fortes e hábeis, e a grande plateia a rezar para quem irá vencer o Golias sem a funda certeira de que usou Davi; mas a nova tecnologia de ir à lua e gastar bilhões de dólares, enquanto dois terço do povo desse Planeta, Mãe Terra, morrem à míngua. É um mundo desumanizado, mundializado, descristianizado que gera caos entre povo e povos sempre sem o cuidado e saber a viver bem e serem felizes. O mundo da tecnologia do celular do individualismo, da falta de olhar no olho do outro, sem nenhum aperto de mão e do abraço amigo, isola-se para se comunicar através da “tele incomodação” do viver solitariamente a si isolar do que foi criado em comunidade para viver num deserto sem água e sem vegetação. (Pura visagem).Tudo é a jato sem pensar, sem racionar por falta de raciocínio, pois tudo já está pronto e feito. “Ninguém nasceu pronto”, mas a tecnologia do tudo pronto e do rápido, nos faz fantoches e teleidiotas sem autocrítica, ouvimos e aplaudimos os fantasmas do que estão no vértice da ciência tecnológica do celular. O ar que respiramos que é fruto da poluição do mercantilismo tecnológico e perene, deixa a marca dos cravos das mãos e dos pés do Cristo, figura dos agonizantes e dos excluídos: Estão as marcas dos algozes no santo corpo do crucificado, que nos lembra a voz do Mestre que, nas suas mensagens sócio-político-religioso – espiritualidade - estão presentes nessas pessoas, vítimas desse sistema que gera fome e cansaço e descuidados dos que fazem desse planeta Terra, nossa Casa, gerar riqueza para uns poucos e miséria para muitos. O cuidar está à margem dessa louca tecnologia a jato, rápida para viver, mas para não ter vida boa, saudável e a liberdade sem escravidão. Tudo é fácil e rápido; também o viver é tardio e a morte vem rápida, depressa que ninguém percebe que está viajando num barco sem leme. A qualquer hora poderá dar uma pane. Voa rápido, morre rápido; trabalha e fabrica rápido, o ganho que ganha acaba rápido. Tudo é rápido e deixamos de raciocinar, pensar, meditar, até mesmo que temos um Deus para adorar em espírito e em verdade. Tudo é rápido e tudo é mentira, pois dormimos e não acordamos mais nessa mundialização do consumismo e de fantasias. Até a roupa que vestimos somos atraídos pelas propagandas das tevês e da mídia, que nos faz teleidiotas. Somos fantoches num palco mundializado, desumanizado e descristianizados. Estamos sofrendo a neurose da tecnologia moderna e rápida; até a música que é divina virou ruído ensurdecedor; músicas mecanizadas de aparelhos programados, que passa do normal os decibéis que transforma numa poluição sonora de mais de duzentos decibéis.