EXEGESE DOS ATOS DOS
APÓSTOLOS.
Honorato
Ribeiro dos Santos.
Primeira parte.
Lucas é o autor do livro dos Atos
dos Apóstolos. É considerado como o segundo evangelho escrito por ele. Ele
começa citando um nome de um certo Teófilo que ninguém conhece nem sabe a sua
origem. Um nome fictício que significa “amigo de Deus”. E ele continua a dizer
que desde o princípio, isto é, a Sabedoria, que é o próprio Deus, até o dia em
que, depois de ter dado pelo Espírito Santo aos apóstolos que escolheu, foi
arrebatado ao céu. Ele aqui fala da ressurreição de Jesus e na sua ascensão;
naquele dia ele soprou sobre os apóstolos o Espírito Santo, dom do carisma a
todos, a fim de anunciar o evangelho a todas as criaturas. Todos que são
batizados recebem o carisma do Espírito Santo. Somos todos carismáticos.
Carismático não é uma instituição religiosa, mas somos pelo batismo.
A ascensão de Jesus ele
ordenou-lhes que não afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o
cumprimento da promessa de seu Pai. Assim que Jesus ressuscitou, ele subiu ao
céu, mas logo que esteve com o Pai, ele desceu e apareceu aos apóstolos e
esteve com eles 40 dias. A ressurreição e ascensão foram no mesmo dia. Jesus
apareceu a muitos e comeu com eles como se não estivesse morrido. Ora ele era
terrestre, ora celeste, pois desaparecia como um vento na frente deles. Quando
falamos na ressurreição é a mesma coisa de ascensão, ambas são as mesmas coisas
e o mesmo dia. Foi na ascensão que Jesus mandou os apóstolos batizarem. Disse
ele: João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a
poucos dias. E Jesus continuou a falar-lhes: descerá sobre vós o Espírito Santo
e vos dará força: e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e
Samaria e até aos confins do mundo. Os apóstolos e discípulos ficaram pasmados
de olhos param o céu vendo Jesus subir aos céus. Desceram dois anjos e
disse-lhes: Homens da Galileia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado
para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu.
Nós estamos diante de uma
narração puramente teológica, pois Lucas era grego e não conheceu a Jesus nem
os apóstolos. Jesus já havia morrido e Lucas não o conheceu. Os apóstolos
voltaram do monte das Oliveiras e seguiram para Jerusalém e lá entraram na casa
e subiram para o andar de cima que era o cenáculo onde tinham o costume de
permanecerem. Eram eles: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu,
Mateus, Tiago filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos
eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre
elas Maria, a mãe de Jesus, e os irmãos dele. Irmãos não biológicos, mas de raça,
todos eram judeus. Os judeus chamavam os de suas raças, irmãos, pois eram monoteístas
e só adoravam o único Deus. Os demais povos adoravam vários deuses; eram
politeístas e considerados pagãos. Os judeus odiavam os pagãos e falavam: “Quem
come com um pagão, come com um cão.” (At. 1, 1-14).
Como Judas Iscariotes havia
morrido, eles se reuniram em oração invocando o Espírito Santo para a escolha
do novo apóstolo, que iria ficar no lugar de Judas. Havia dois: José, chamado
Barsabás e Matias. Oraram e deitaram em sorte e foi escolhido Matias.
Completando assim o número dos doze apóstolos. No cenáculo, todos reunidos em
oração para a chegada do Pentecoste. De repente, veio do céu um ruído, como se
soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
Apareceu-lhes então uma espécie de língua de fogo, que se repartiram e pousaram
sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar
em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.