sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

CURISCO, O BRAÇO DIREITO DE LAMPIÃO.


O VERDADEIRO BRAÇO DIREITO DO FAMOSO LEMPEÃO E MARIA BONITA MOROU AQUI EM CARINHANHA.

Por Honorato Ribeiro.

O Deca Boca Rica, como é conhecido por todos nós carinhanhense, meu amigo de muitos anos, trouxe-me aqui, um jornalista, a fim de que ele soubesse sobre os coronéis daqui e se eu conheci o cangaceiro por nome de CURISCO, cabra valente de Lampião. Eu lhe afirmei que conheci e muitas vezes eu ia lá conversar com ele sobre quem foi Lampião e Maria Bonita. E ele me narrou tudo e até o porquê, que o Lampião se transformou em um homem revoltado com seus jagunços. O famoso Curisco morou aqui à Rua Dois de Julho, numa casa de calçada alta, portas e janelas, tendo o formato de ogiva, feitas de madeira bem trabalhada. Esta casa de propriedade do senhor Virgílio Oliveira, conhecido por Virgilinho, é um dos patrimônios históricos da cidade de Carinhanha. Mas o nome de batismo do Curisco era Benedito, não sei o sobrenome dele, mas o povo o chamava de Benedito Bacurau. A sua profissão era sapateiro e era um homem calmo e nem parecia ser ele cangaceiro famoso de lampião. Faleceu aqui e foi  sepultado, talvez fosse sepultado no Cemitério da Saudade ou no Cemitério Nossa Senhora Santana, no Bairro da Colina. Eu tinha um jornal com o título de A VOZ DO POVO. Eu era o proprietário deste jornal, o redator. Funcionou por dez anos e saia aos domingos. Deixei por questão de ameaça até pelo telefone, muitas vezes vinham aqui à minha casa com ameaças, pois, como se sabe, o jornalista não guarda segredo nem fatos verídicos que acontece na  cidade. O jornalista é um homem preparado psicologicamente e tem amor por notícias em foco. Quem tiver seu segredo que não conte à frente do jornalista ou perto dele, pois no outro dia sairá a reportagem da notícia de quem falou. Um dia eu fui chamado pelo prefeito por uma notícia que eu escrevi sobre um funcionário da prefeitura, que usava o carro dela para negociar. Uma notícia forte e deu manchete de alarde. O prefeito era meu amigo e eu era funcionário da prefeitura. Quase que eu perco o cargo que tinha. Mas, como eu não anunciei mentira, era verdade a minha notícia, acabou o funcionário não mais usar o carro para fazer o seu negócio clandestino. Jornalista é assim, não guarda segredo, não tem medo de anunciar a verdade, e doa a quem doer. Quem não quiser que saia seu nome na imprensa, que viva corretamente ao seu posto de executivo ou de legislativo ou como cidadão de bem, viver honestamente. Deixei de ser jornalista, porque as ameaças eram fortes e muito frequente. Mas eu que fui sempre um homem pacífico e nunca briguei com ninguém, deixei de ser-me jornalista e segui sendo escritor de livros e de poesia de cordel. Já escrevi 35 livros e editados por boas livrarias e editoras como a Editora Baraúna da cidade de São Paulo.
HAGARIBEIRO.