segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

LUCAS É O EVANGELISTA DAS APARIÇÕES DE ANJOS.







LUCAS É O EVANGELISTA DAS APARIÇÕES DE ANJOS.
Texto de Honorato Ribeiro dos Santos.

Há muitos relatos nos livros do Antigo Testamento de aparições de anjo às figuras privilegiadas de Deus. O anjo apareceu a Abraão que Sara, a sua esposa, que era estéril, na sua velhice daria à luz um filho. E ela deu à luz a seu filho Isac. [Gen 18, 9-15].  É uma angelologia de Lucas fazendo um paralelismo de personagens do Antigo Testamento ao Novo, a fim de unir o AT. ao NT numa união hipostática a mostrar que Jesus é o novo Adão, o novo Moisés. Mateus descreve o gênero literário dos sonhos. “O sonho era de fato considerado, no Antigo Oriente, como o vínculo da comunicação divina.” Como exemplo: Deus falou a José por sonho; por sonho Deus falara aos magos; e mais ainda a José, esposo de Maria. [Mt 2, 13-19].  No Antigo Testamento, Deus se comunica a Abraão durante o sonho. [Gn 15, 12]. Os sonhos de José do Egito, filho de Jacó. Ele faz um midraxe relatando uma virgem que daria à luz um filho. “Esse texto não se refere a Jesus e a Maria, e sim à jovem mãe do rei Ezequiel e ao próprio Ezequiel. O futuro rei Ezequiel seria o sinal de salvação que Deus enviara ao seu povo”. [Is 7, 17]. Aqui nesse relato, Mateus faz um midraxe do Antigo Testamento e coloca na vida de Jesus, pois, ele quer mostrar que Jesus é o novo Moisés. Ele usa um texto midráxico ao relatar: A visita dos magos, a fuga de José, Maria e o menino Jesus fuga para o Egito, e cita as mortes dos inocentes assassinadas por Herodes e a volta de José, Maria e Jesus do Egito para Nazaré. Nada disso aconteceu, mas Mateus relata passagem do Antigo Testamento e coloca na vida de Jesus. Veja o relato no livro de Oseias: “Eu chamei do Egito meu filho”. [Os 11, 1]. Jamais José, Maria e Jesus fugiram para o Egito. Sobre as mortes dos inocentes, Mateus faz um midraxe da narração de Jeremias. Veja o relato: “De Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolar, porque já não existem!” [Jer 31, 15]. Raquel era considerada a mãe do povo hebreu que estava asilado na Babilônia. Eis a morte psicológica de seus filhos sendo escravos de um rei pagão. Mateus faz um paralelismo desse relato do Antigo Testamento e coloca na vida de Jesus, ainda na infância, sendo zelado por José e Maria. Quanto a visita dos magos Mateus “usa esse trecho do livro dos Números e o interpreta como profecia sobre Jesus e põe essa profecia nos lábios dos magos; faz deles o veículo da relação do oráculo profético: “a estrela de Balaão previra Jesus.” [Nm 22, 1-41].   Quando o evangelho relata que o anjo em sonho avisou a José para fugir com o menino Jesus para o Egito, ele cita um texto do livro dos Gênesis, [4, 19-20], o texto fala que o Senhor mandou Moisés voltar para o Egito, porque os que queriam matá-lo já havia morrido. Se você ler os dois relatos virá que são relatos sinóticos. Veja outro relato: “O anjo do Senhor apareceu a Abraão, que já era de idade avançada, sua esposa era estéril, também de idade avançada e anunciou que ele iria gerar um filho na sua velhice e poria o nome de Isac. [Gen 18, 9-15]. Outro relato semelhante a do evangelho: “O anjo do Senhor apareceu a esposa de Manué, (esse é o pai de Sansão) que era estéril, que iria dar à luz um filho. Esse filho foi Sansão. [Jz 13, 1-4; 24-25. Lucas relata que o anjo apareceu a Zacarias na sua velhice e disse-lhe que a sua esposa Isabel iria dar à luz João Batista. Isabel era parenta de Maria a mãe de Jesus. [Lc 1, 11-20]. É bom que leia os textos relatados nos livros para melhor análise.
O Magnificat ou cântico de Maria é tirado e inspirado no livro de Samuel. [ISam 2, 10-15]. É inspirado no cântico de Ana e entretecido de citações do AT. Eis as principais passagens por ordem de citações: Salmos 110, 9; 102, 17; 88, 11; 97, 3 e Isaias 411 8...
Isaias profetisa o nascimento do Messias. Messias significa ungido do Senhor, Emanuel, o Deus conosco. [Is 7, 14-15]. A palavra virgem em hebraico significa moça.
Mateus relata que o anjo avisou a José em sonho, que procurasse a Maria sua esposa; que Jesus nasceu em Belém, terra de Davi para afirmar que Jesus é descendente de Davi. Fala que o anjo avisou a José que fugisse com sua esposa e o menino para o Egito. Quando Herodes morreu, o anjo avisou a José que ele voltasse para Nazaré. Foi aí onde Jesus nasceu. Porque digo isso? Os conterrâneos de Jesus e seus parentes, quando ele foi a Nazaré, ficaram escandalizados quando Jesus disse: “(Jesus), depois, foi para a sua pátria, (Onde nasceu e viveu) seguido de seus discípulos. Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos o ouviram e, tomados de admiração, diziam: “Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?” [Na cultura deles os parentes são chamados de irmãos]. Essa afirmação é óbvia que Jesus nasceu, cresceu e se tornou adulto no meio deles em Nazaré. Se se ele nascesse em Belém e teria fugido para Nazaré, é e vidente que os seus conterrâneos não iriam escandalizar e nem citar que ele viveu ali entre seus amigos e parentes. Eles o conheciam muito bem de onde Jesus tinha nascido. Quando o evangelho narra que Jesus nasceu em Belém ele tirou do Antigo Testamento e colocou fazendo um midraxe dos textos. Como Davi nasceu em Belém e foi enterrado lá, o texto segue esse pensamento por descendência. “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”
Mas não se pode interpretar ao pé da letra, pois José, Maria e o menino nunca fugiram para o Egito. [já foi explicado acima]. Seria impossível essa fuga, pois, o Herodes citado no evangelho que queria matar o menino Jesus, era muito carrasco, inteligente e tinha uma força policial em todo território como vigilantes para quem falasse dele ou fugisse seria logo preso. A distância de Jerusalém ao Egito era muitos quilômetros para irem a pé; e havia muitos animais ferozes que iriam enfrentá-los. Portanto o relato é um paralelismo que os evangelistas fazem comparações com o AT citando no Novo. Quem ler a Bíblia e quer interpretar ao pé da letra, não irá entender nada, pois os relatos são teológicos e não notícias jornalísticas; como a gente ler o jornal Folha de São Paulo, a Revista Veja. Os evangelhos não são relatos aferíveis e nem poderia ser, pois, eles relatam o que havia já acontecido há muitos anos. Lucas não conheceu a Maria, José e Jesus. Lucas era da Grécia, não era judeu. Ele não viu o nascimento de Jesus, e, quando ele narra o seu evangelho, Jesus já havia morrido a mais de quarenta anos.
O primeiro evangelho foi o de Marcos, nos anos setenta. Lucas e Mateus se basearam em Marcos e escreveram nos anos oitenta e cinco. Jesus, Pedro e Paulo já haviam morrido. Veja que Marcos não relata sobre o nascimento de Jesus e nem João. Somente Mateus e Lucas, mas fazendo um midraxe do Antigo Testamento e colocado no evangelho como colorido catequético e pastoral para os cristãos. Os relatos dos evangelhos são das testemunhas que de boca em boca anunciavam tudo sobre Jesus. Mas nada foi ao vivo e nem gravado ou filmado. Os relatos dos evangelhos foram escritos em outra língua e não a de Jesus. Jesus não escreveu nada sobre ele mesmo. Foram escritos em grego e depois, a pedido do papa Dâmaso a São Jerônimo, que verteu-se para a vulgata; [o latim falado no mundo romano], e, depois, para as outras línguas. Ao passar de uma língua para outras sofre mudanças radicais. Nem tudo o que está escrito nos evangelhos foi Jesus que disse. Há muitas glosas neles, mas eles são a palavra de Deus, nisso ninguém poderá duvidar. Seria muita ingenuidade de quem afirmar dizendo: “A Bíblia diz assim mesmo como estou lendo”. Seria muito ingênua essa pessoa, pois, não poderá interpretar ao pé da letra, porque são relatos teológicos e não a biografia da Jesus e nem os evangelistas ouvindo ao vivo e escrevendo. Há muita simbologia e metáforas. Em toda Bíblia há muitas glosas, mas não deixam de ser a palavra de Deus e canônicos aprovados pelo Concílio de Trento.
Muitos relatos são uma catequese e pastoral aos cristãos. Os três evangelhos são sinóticos e todos fazem um midraxe e relatam textos do Antigo Testamente e encaixam nos textos do Novo Testamento. Os Atos, as epístolas e o Apocalipse há muitas coisas tiradas do Antigo Testamento. Para nós cristãos não podemos ignorar nada sobre como foram escritos os evangelhos. Nada foi escrito ao vivo e nem poderia ser. Nenhum exegético até hoje não sabe quem foram José e Maria. A mariologia apareceu depois do século IV. Os estudiosos teológicos e exegéticos afirmam que só conhecem um décimo da vida de Jesus. Nove décimos são mistérios. Só conhecemos o que os evangelhos narram, mas não é a biografia de Jesus, mas os seus ensinamentos. Há muitos mistérios que somente a fé poderá afirmar e crer nos ensinamentos de Jesus. Por exemplo: Nós acreditamos que existe o céu. Entretanto não podemos provar, porque ninguém foi lá e nem quem partiu daqui para lá veio nos contar como e lá. Assim também é a vida eterna e a ressurreição. Cremos pela fé em Jesus, porque somos cristãos, mas não podemos provar nada, pois, tudo isso está em outra dimensão e ninguém nem imagina como será a nossa vida após a morte. Cremos porque os evangelhos são relatos verdadeiros e nenhum evangelista ira inventar o que escreveu narrando sobre o projeto de Jesus que recebeu do Pai para nos ensinar. Nada que está escrito nos evangelhos são coisas daqui da terra, mas do céu trazido por Jesus. Por isso é difícil para a gente viver e entender, pois somos agarrados à terra; às coisas materiais e fica difícil de viver a vida espiritual como fora a de Jesus e seus apóstolos. Ser cristão é ser como Cristo para o outro.
Os anjos aparecem depois da ressurreição de Jesus às mulheres e anunciam que Jesus havia ressuscitado e que elas fossem avisar os apóstolos. Mas, no evangelho de Lucas ele, somente ele narra a anunciação do anjo Gabriel a Maria. “Depois ele, somente ele relata que Maria e José todos os anos iam a Jerusalém para a festa da páscoa. Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos.” [Lc 2, 41-52].
Esse relato lucano, historicamente não aconteceu. Essa história de Jesus aos doze anos, Lucas faz da história uma alta teologia, a fim de mostrar que Jesus desde sua infância estava a serviço do Pai. Mostra-o, ainda menino com doze anos, que tinha uma sabedoria messiânica ao ponto de os doutores da Lei ao fazer muitas perguntas ele respondeu todas, por isso ficaram admirados com a sabedoria dele. Mas, quando os pais o encontram e Maria lhe disse que ele e José ficaram a sua procura sem o achar. A resposta dele foi: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.
Como não entenderam o que ele lhes dissera? O anjo já havia dito a José em sonho e a Maria que ele daria à luz o filho de Deus, o Messias? Como é que agora eles não entenderam nada? Fazendo história é pobre a narração e obscura. Mas como teologia Lucas faz da história uma teologia altíssima para afirmar que Jesus desde menino é Deus. Maria e José também já sabiam e guardaram esse segredo até que ele se revelou quem o era após o batismo, no Rio Jordão por João Batista. Para o leigo entender esse relato lucano deverá procurar estudar teologia, porque é muito difícil. Ao pé da letra é mais ainda, pois o texto não é claro; é complicado e não tem clareza.

sábado, 4 de janeiro de 2014

DIÁLOGO DUM CRISTÃO COM UM ATEU.

DIÁLOGO DUM CRISTÃO COM UM ATEU.


DIÁLOGO DUM CRISTÃO COM UM SÁBIO ATEU.
Por Honorato Ribeiro.

Recebi um jornalista que veio à minha casa para me entrevistar. Depois da entrevista, ficamos batendo um papo sobre vários assuntos culturais. Entre elas eu acabei, sem saber, da crença do jornalista, acabei citando um relato apocalíptico de Mateus que dizia assim: “O sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão dos céus as estrelas e as potências dos céus serão abaladas”. Depois eu lho perguntei: O senhor acredita que o mundo irá acabar?
-Claro que não. Isso é criação e dominação da Igreja Católica. Como ela poderá, cientificamente, provar?
-Eu lhe perguntei: Mas o senhor acredita, cientificamente, que o planeta terra está passado por muitas depredações e que os rios irão desaparecer; já desapareceram muitos e sem água não haverá vida. O que acha disso?
-Claro, mas isso poderá se reverter e a educação do homem está se evoluindo, para que isso não aconteça.
-É verdade, mas há muitas armas químicas perigosíssimas no Oriente Médio com puder de acabar tudo num minuto, não é mesmo?
-Sim, não resta a menor dúvida.
-E existem mais de duzentos meteoros enormes, que circulam em torno da Terra. Dizem os cientistas que um deles caiu sobre a terra e matou todos os dinossauros. É verdade?
-Sim, é possível que seja verdade, porque houve esses répteis enormes, colossais, e desapareceram. Os antropólogos estão encontrando muitas ossadas deles.
-Há, também, o crescimento da humanidade e com esse crescimento, acredito que a Terra não irá suportar o peso sobre ela e poderá se deslocar de seu eixo. Não é verdade?
-Sim, eu também credito nessa possibilidade.
-Os cientistas físicos afirmam que o sol, em cada onze anos, está aproximando da terra e por causa disso, ela está ficando mais quente. E a Antártida está derretendo o gelo por causa do aquecimento dos mares, fenômeno que está havendo e subindo a temperatura. O que tem a me dizer?
-Bem, quanto a isso, eu acredito, e precisa que a humanidade tenha mais cuidado para não devastar e depredar tanto a natureza. É preciso uma educação em massa.
-E agora, o que acha do relato que li do evangelho de Mateus?
-Não tinha pensado nisso. Agora eu vou ter mais cuidado e ser mais aberto no meu ponto de vista. Lembro-me que um dia eu entrevistei um cientista físico e ele me afirmou que existe um livro na Bíblia, o livro de Daniel, que relata que haverá uma catástrofe universal que não irá escapar ninguém. O planeta terra irá desaparecer.
-Pois é, quem estuda teologia afirma que haverá o dia da “escatologia” e da parusia. Não se sabe quando, mas haverá com toda certeza em que o Planeta Terra desaparecerá.
hagaribeiro.