FÉ E
A RAZÃO.
Crônica
de Honorato Ribeiro dos Santos.
São duas coisas harmônicas,
inseparáveis, irmãs gêmeas no útero que são: a fé e a razão. Mas a fé não
poderá ser a razão e nem, a razão poderá ser fé, porém, as duas se unem para a
crença de quem crer sem ver; e vendo não tem dúvida de que ela se chama: Amor.
Quem ama ver sem tocar, sem apalpar, pois, vê com os olhos internos da alma
espiritual. Quando alguém afirma que ele está com a razão, vêm as questões a
sabatinar-lhe, até que chega a voz da justiça e da verdade. Essa razão houve
uma fé enorme e segura de não perder a fé de que ele tem razão e ninguém poderá
lhe condenar.
Assim como um
pássaro não poderá viver sem uma das asas; e que não poderá viver sem voar,
assim também é a fé, que precisa viver com a razão. E o que seria, então, da fé
sem a razão de afirmar-se que tem fé? É querer o pássaro voar somente com uma
asa; é impossível, assim será também aquele que tem fé sem a razão, pois não
poderá subornar quem lhe deu o dom. Mas o que significa ter fé sem razão?
Significa que a pessoa tem uma fé cega, imaginária sem conhecimento nenhum
daquilo que se crer. Crer é a ação do agir natural e do agir sobrenatural. O
natural é quem tem o dom de ser um grande artista, de ser famoso, de ter status
na mídia e nas manchetes, contudo o seu mundo é o natural. O sobrenatural, que
é a razão da graça doada a ele de receber o dom gratuitamente de ser um grande
artista, ele não age com amor e justiça, principalmente a comer o pão com manteiga
sozinho. É natural a sua fé sem ligar no Divino que é o sobrenatural; ele é
gratuito e dá o dom à alguém que não pediu e recebeu sem agradecer-lhe. Quando
recebeu, transformou-se num avaro. Em sendo, come o pão com manteiga e se
esquece de tantos Lázaros à sua porta almejando uma migalha a cair da mesa e que
ele possa matar sua fome. Agora, fui claro e bem profundo em dizer que a fé sem
a razão é como um pássaro que não poderá voar porque lhe falta a outra asa.
Então, diremos que a fé e a razão devam ser como foi a vida do Santo de Assis,
que renunciou tudo desse mundo a praticar a fé com a razão; a fé natural e
sobrenatural: “Onde houver ódio que eu leve
o amor”. “Servir e não ser servido; amando sem ser amado, pois é dando
que se recebe para a vida eterna”.
“O que é que
sou sem Jesus”? É uma canção bonita, mas faltam-lhe os ingredientes para o
fabrico do pão a ser enviada para tantos Lázaros por este mundo afora! O mais
importante da fé cristã é a sabedoria da história do cristianismo, pois, sem
saber como viveram os cristãos primitivos, após a ressurreição de Jesus, é ter
uma fé ingênua, pois lhe falta a razão de ter fé; contudo a nossa fé com razão
seja involuntária, mas tem base na pedra fundamental que é Aquele que viveu o
tempo todo servindo e sem ser servido. Fé e razão são construídas na caridade e
no amor. Quem fez esta frase deva ser um grande sábio da fé natural e
sobrenatural: “Seja como o sândalo que perfuma o machado que o fere”. A fé e a
razão é o amor e o perdão.