sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

UMA BOA EDUCAÇÃO.



A EDUCAÇÃO DA DÉCADA DE CINQUENTA.
Crônica de Honorato Ribeiro.
Existia a cultura das charadas entre os professores e alunos, e a gente aprendia bastante os sinônimos e antônimos de nossa tão difícil língua portuguesa. Havia alunos que se esforçavam mais, e eram respeitados pelos colegas em algumas mais difíceis matérias: Português, Latim e matemática. Certa vez, após a o toque da sineta para o recreio – eu estudava à noite – e começamos a conversar sobre flexão verbal. Quando José Fogaça, contemporâneo, pois ele estava cursando a terceira série ginasial e eu a segunda série. Ele disse-me: Essa história sua, Honorato, só acredito quando eu ver. Então eu lhe respondi: Quando eu ver? Quando eu vir, é o correto. Então ele e outros deram para rir e dizer-me que eu estava errado. Então eu disse ao José Fogaça: Vamos, então, tirar a dúvida com o professor Otávio Samuel dos Santos. Ele estava dando aula de inglês. Eu pedi licença e disse ao professor: Professor, o certo é quando eu ver ou quando eu vir? Ele me respondeu com aquela voz forte dele: “Quando eu vir”, o verbo ver é irregular. Voltamos para o jardim e o José Fogaça disse-me: Não sabia, desculpe-me.
Aluísio Abreu era meu colega de classe. O nosso professor de português era Antônio Pimenta. Muito exigente e gostava de chamar o aluno ao quadro. Então ele me chamou ao quadro e também o Aloísio Abreu e nos disse: Honorato você vai escrever o pretérito perfeito do indicativo do verbo ser, e o Aloísio pretérito perfeito do indicativo o verbo ir. Então eu comecei a escrever: Eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram. Do meu lado, o Aloísio escreveu: Eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram. Quando acabamos de escrever, o professor Pimenta – chamávamos de Professor Pimenta – Disse sorrindo: Que é isso, Honorato? Você escreveu a mesma coisa do Aloísio? O Aloísio escrever a mesma coisa do Honorato? Se eu mandei um escrever o verbo ser e o outro o verbo ir, e os dois escreveram a mesma coisa? Quem copiou um do outro? Quem dos dois está certo? E eu lhe respondi: Eu tenho certeza que estou certo, professor. Aloísio começou a sorrir e todos os colegas de sala também. E o professor perguntou ao Aloísio: E você, Aloísio, está certo? Respondeu Aloísio: Sim, professor. Tem certeza que você está certo? Respondeu Aloísio: Com toda certeza, professor. O professor virou para mim e perguntou-me: E você, Honorato? Respondi: Eu tenho plena certeza de que estou certo, professor. Foi um silêncio total na sala. O professor sorrindo, calado, olhando para nós dois, e disse-nos: Ambos estão certos. Agora irei explicar essa coincidência desses dois verbos no pretérito perfeito. O verbo ser, quando você, Honorato, falar: Eu fui vereador. Está falando o verbo ser, ser vereador. Quando o Aloísio disser, Fui a São Paulo, ele está afirmando o verbo ir, ir a São Paulo. Que maravilha de aula! Salientarei aos leitores que a segunda sério ginasial é hoje a sexta do ensino fundamental. Era sempre assim naquele tempo bom de bons professores e de alunos competentes em todas as matérias.
Eu sempre gostava, na sala de aula, soltar umas piadas: O professor Pimenta perguntou-me: Honorato, como se chama as pedras do calçamento dessa praça? E eu respondi: Paralepípedo, professor. Ele, então, sorriu e disse-me: Não é paralepípedo, Honorato, é paralelepípedo. Então eu lhe respondi: Então, professor, tem dois lelé. A sala não suportou e caíram na risada, até o professor. A Nélia de Zeca Abreu e a Florinha de seu Agenor Faria eram minhas colegas de sala. Então, quando a gente se encontrava dizia: Bom dia, lelé. Bom dia, lelé, e eu respondia para as duas colegas: Bom dia, lelé. Nos dias do Grêmio havia o presidente, o vice, o secretário e outros componentes sentavam-se à mesa e chamava o aluno para fazer discurso, outro recitar poesia, outro cantar uma canção. Havia alunos competentes que faziam discursos improvisados, como Gilberto Assunção, Hermelino Cardoso, o Cardozinho, e outros recitavam poesias decoradas. Eu sempre subia levando meu violão e cantava belas canções. Era uma cultura que nos fazia de alunos sábios e muitas vezes cotados na sociedade. No dia primeiro de Maio, dia do trabalho, na Liga Operária Beneficente de Carinhanha, havia um palco para realizar shows e dramas, teatro, os estudantes se preparavam para fazer discurso. O nosso professor de matemática, Antônio Lisboa, Toninho de Zuza Lisboa, sempre fazia discurso no dia primeiro de maio. Dia das mães, todos nós teríamos de preparar bons discursos para subir ao palco e fazermos belos discursos às mães. Era assim a cultura de Carinhanha, na década de 1950 e 1960. Hoje eu tenho saudades daquele tempo e de tantos colegas que eu tive. De bons professores como professor Maurício, professor de latim, Dr Péricles Paulo da Mata, que foi meu professor de História Geral. Que maravilha! Havia a professora Verônica que lecionava matemática; tudo ficou na história cultural de Carinhanha. Juracy Pereira Pinto, professor de Francês, professor Otávio Samuel dos Santos, de Inglês, professora Aparecida era de Geografia e esposa do professor Pimenta. Professor Geraldo e tantos outros... Cada um melhor do que o outro. Era uma riqueza incomensurável, que não voltará jamais.
Não vou deixar de contar essa passagem. Eu já tinha saído como estudante; tinha casado, mas, no dia que havia grêmio, eles sempre me chamavam para eu acompanhar alguns que gostavam de cantar. O professor Otávio Samuel dos Santos era o diretor. Ele presidiu a sessão e começou a chamada. Uns faziam discursos, outros poesias, e chegou a hora de se apresentar o seu discurso, Francisco Nascimento, conhecido por Chico Tabica. Subiu e ficou bem perto do professor Otávio e disse: Hoje é um dia importante, de um famoso escritor. Machado de “Aço”. O professor quando ouviu aquele anúncio, virou e disse: Saia daqui, seu malandro, com seu machado de aço. E a turma caiu na risada. Eis que tempo bom! O nosso Ginásio na casa da Careta! Vinham alunos de várias cidades: Magas, Itacarambi, Coribe, Cocos, Santa Maria da Vitória, Paratinga, Bom Jesus da Lapa, Malhada, Iuiú, Matias Cardoso para estudar em Carinhanha, que se tornou a cidade da cultura. E como anda agora? Parou no tempo. “Na esperança do porvir de herói de capacidade”





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

COMO CORRIGIR?



Ensinou errado e não pode corrigir.
Crônica de Honorato Ribeiro dos Santos.

A Igreja Católica, Apostólica Romana, instituição, fundada no século IV, criou-se diáconos, padres (presbíteros) Bispos, papa, paróquias e dioceses. Em cada diocese há um bispo com várias paróquias; em cada paróquia há um padre como pároco, responsável para administrar a paroquial numa cidade e a zona rural. Desde o século IV, que as celebrações da eucaristia e as demais liturgias eram celebradas em latim e o padre ou bispo e o acólito de costas para a assembleia que ficavam nas bancadas na nave da igreja sem entender nada de latim. Cada fiel tinha um missal ou manual de orações que ficava rezando durante a celebração da eucaristia.
Mas o que eu quero ressaltar aqui, é que a Igreja Católica Apostólica Romana, unida ao Estado, proibiu aos fieis não lerem a Bíblia; ensinou aos católicos as vidas dos santos e orações dos santos cujos santos seriam os intercessores. Os católicos, bem pouco, liam alguns trechos da Bíblia, mas muito tardio, logo depois da Reforma. Com essa atitude de editarem livros e mais livros de santos e de orações mais e mais orações, mais distantes ficaram os católicos afastados da leitura bíblica. Nas livrarias católicas havia bastantes livros de orações para orar pelos seus santos de devoção. Os católicos ficaram enclausurados e a igreja também, desde o século IV, até o século XX, somente assistindo as celebrações em latim. Quando foi aberto o Concílio Ecumênico Vaticano II, em 1960 a 1965, pelo papa João XXIII, veio a abertura para os leigos serem missionários da palavra e catequistas. Embora tardio, os católicos conservaram a fé. Um verdadeiro milagre, pois, tanto os fieis quanto o clero estavam enclausurados entre quatro paredes. O que aconteceu? De 95% de católicos em todo Brasil, hoje, as estatísticas afirmam que só existem 67% de católicos, e somente 7% são os que praticam e vivem a fé cristã. 60% são tradicionais e outros tantos fazem de conto que são. Quem foi culpado disso tudo? A própria Igreja Católica que ensinou orações e vidas dos santos para os fieis católicos e longe da leitura bíblica. Como corrigir agora? Agora é tarde, pois não temos mais catolicismo, mas catolicismos: Padres de movimento carismáticos, que sustentam orações patológicas, aos santos e a Maria e mandam os católicos cuidarem do jardim e se esquecem do Jardineiro: Jesus Cristo. Ensinam a cantar, louvar, emocionar e intercederem pelos santos e Maria, com celebrações cheias de pantomima, teatro, longe da realidade bíblica à anos luz. Transforma a igreja em hospitais e Jesus Cristo substituindo os médicos: Missa do milagre!... Quem inventou essa pantomima e enganação? Criaram até as mãos ensanguentadas de Jesus que fazem milagres. Mas Jesus não ressuscitou? Ele não está ressuscitado ao lado do Pai? Como é que ele deixou as mãos ensanguentadas Dele para fazer milagres? Não é falsa essa invenção!? É mesmo que negar que Jesus não ressuscitou com seu corpo e comeu com os apóstolos pão e peixe e se ascendeu ao céu! Isso é idolatria, é pecado capital. Já pensou se o papa Francisco, lá no Vaticano, celebrasse a santa missa das mãos ensangüentadas de Jesus e dissesse ao povo: É um grande milagre!? São falsos profetas e muitos católicos aplaudem porque ensinaram errado há muitos séculos.
E assim vai crescendo a ignorância cristã, adulterando o verdadeiro cristianismo. Muitos por ignorar o que significa a celebração eucarística e a comunhão, deixaram de ser católicos e foram para outras religiões com o nome de igreja na fachada dela tem o nome criado daquela facção religiosa. Quem é culpado? Ninguém pode viver numa comunidade a ignorar o que aquela comunidade ensina e como é a sua doutrina. Digo doutrina bíblica, não doutrina de orações e louvores aos santos, que inventaram. Alguém quando ler essa crônica minha, vai ficar pasmo e perguntar: Oxete, Honorato Ribeiro dos Santos não é mais católico!? É, meus amigos, a verdade é dura! Sou católico, mas não sou otário que devo ficar calado perante doutrina meramente humana com o nome de Jesus Cristo. Talvez eu faça parte dos católicos 7% em ação.
Agora já tardio, a igreja está dando curso bíblico e teologia, mas poucos são os que aceitam a fazer esses cursos, pois já acostumaram com o que ensinaram há muitos séculos. Hoje temos, não somente catolicismos, mas cristianismos; e a vida vai levando para o fanatismo religioso e o fetichismo religioso. Não sou contra a interseção aos santos, principalmente a Maria a Mãe de Jesus. Melhor é saber que: Deus está sentado no seu trono e os santos e anjos louvado-O e exaltando-O o nome santo de Deus. E está sentado à direita do Pai, Jesus Cristo, aquele que há de julgar toda a humanidade no dia da sua parusia e a escatologia no juízo final. Tudo que nós pedimos a qualquer santo, quem recebe diretamente é Jesus e leva ao Pai. Depois transmite aos santos o pedido. Deus dá a quem merece e na hora que ele quiser dar.
A Bíblia diz claramente, que ninguém vai a Deus sem passar pelo próximo. E Jesus Cristo é o único Senhor e intercessor de todos perante o Pai. Os santos são os segundos intercessores, pois Deus ama os santos e seus anjos, mensageiros dos céus à terra. Melhor seria, ao invés de abrir seu livro de oração aos santos, abrisse a Bíblia e lesse os salmos. Lá é a verdadeira oração e Jesus e os apóstolos salmodiavam bastante. Paulo lia muito os salmos e citou muitos textos dos salmos nas suas epístolas. Outra coisa errônea que ensinaram os católicos: Salve rainha mãe da misericórdia... Maria nunca foi rainha e nem esposa de rei, pois José era carpinteiro. Rainha é esposa de um rei e moram em palácio de luxo e com seus ministros e seus mordomos. Maria foi sempre pobre doméstica e nunca teve palácio, coroa e tampouco ministros. Maria vivia entre os pobres e pertencia uma classe que abominava acúmulo de bens matérias e riqueza. Essa classe se chamava Anauin. Jesus, Maria, José e João Batista pertenciam a essa classe.



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