terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ONDE ESTÁ A PAZ?

1 h ·
 Poesia de Honorato Ribeiro dos Santos.

Onde está a paz?
Andei por todos os lugares
Mais bonitos que houvesse
Meus olhos se encantaram
Ao ver tantas maravilhas!


Voltei triste mais do que era,
Porque eu não a encontrei
O que mais gostaria de tê-la;
Mas não a vi, não a senti
A paz que tanto queria.

Viajei nos meus pensamentos
A mil anos atrás, foi à Grécia
Encontrei-me com “Eureca”
Depois com o filósofo da “cicuta”;

Voltei para ver o gago orador,
O romano, mas não a encontrei.
Pensei ir á Galileia do Mestre,
E foi, vi a beleza dos lírios,
O orvalho do “Sermão da Montanha”

Sentei, meditei, abri o livro da “vida”
E sentei, pensei, meditei e refleti;
E ouvi uma voz que soou em mim:
Onde está a paz?

Eis onde ela está
Está dentro de você.
Porque foi procurar
Onde ela nunca esteve?
Ela está para sempre
Dentro de mim, de você.

Não procure em outro lugar.
FIM.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O REI SEM REINADO E SEM COROA.




Conto de Honorato Ribeiro.

Havia um rei que tinha ministros, servos e bastante gente que iam ao seu encontro somente para ouvir os seus conselhos e seus ensinamentos. Era bastante rico, mas recebia pobres, ricos, lavadores, gente pobre e excluída. Não havia exceção em sua casa.
Mas um dia ele saiu andando a pé vestido não de rei, mas como uma pessoa comum. Os ministros dele reclamaram de sua atitude, pois era rei e não poderia se igualar aos outros. Mas ele sorria, ouvia-os e dizia-lhes: O mais importante é saber viver a alegria da igualdade. Ele caminhou por todos os povoados, aldeias e, muitas vezes ele dormia e comia com gente simples. Cama ou chão, não se incomodava, mesmo sendo rei. Às vezes dormia debaixo de uma árvore e fazia de uma pedra travesseiro. Os seus ministros não entendiam nem seus servidores a maneira de si portar um rei como se fosse um mendigo ou um pobre, sendo-o tão rico. A sua simplicidade era tão grande que até os nobres iam a seu encontro e o convidavam para banquetear-se em suas casas. Ele nunca recusou, mas dava-lhes conselhos para convidar aos pobres e excluídos a banquetear com eles. As suas palavras mexiam com seus psíquicos e suas emoções; ensinavam-no a moral e o amor.
Um dia ele resolveu ir à capital dos reis, dos doutores e magistrados. Mas como rei não foi ao palácio de nenhum deles. Misturou-se no meio dos beberrões, prostitutas, ladrões,  excluídos físicos, doentes e fez uma grande amizade com todos eles sem exceção. Os nobres, reis e doutores magistrados começaram com suas insatisfações, mesmo ouvindo as suas mensagens sábias e eloqüentes, não ficaram humorados. Todos os doutores e magistrados caíram as suas famas e status; e o rei subia a sua fama cada vez mais. Mas aos pobres, excluídos, prostitutas, ladrões, ele os exaltava. Nisso aumentou o ódio dos letrados e doutores, bem como os reis. E o rei que não queria que o chamasse de rei e nem senhor, dizia que a sociedade era constituída de hipócritas e ladrões enganadores do povo.
Esse rei que era tão rico deixou seu palácio, sua gente, seus conterrâneos e foi ensinar a moral, a igualdade e o amor àqueles que não viviam. A sua fama se espalhou em toda a região e países distantes; os seus ensinamentos era único: Amor vertical e universal; paz e destruição do ódio e do egoísmo. Sua fama se estendeu até nós, mas até hoje ninguém O imitou. Poucos anos de seus ensinamentos, ele amanheceu morto. Mataram-no por ensinar o amor e a paz.  Nunca quis que o chamassem de rei, mas hoje nós O chamamos. Ele é meu, é seu e daqueles que querem viver como ele viveu.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A PORCA QUE VOMITAVA FOGO.



DÉCIMA NONA PARTE.

Há muito tempo, lá pela década de 1940, não havia luz elétrica, somente os lampiões de gás a iluminar as ruas da pequena cidade de apenas cinco mil habitantes. Não havia, ainda, ruas calçadas e nem avenidas. Tudo era areão com aquela areia alva para a meninada brincar de boca de fogo, chicotinho queimado e lampião com seus cangaceiros e os soldados a lutarem contra os de Lampião. As armas eram cabo de vassoura e o som dos tiros era emitido pela boca de cada soldado e de cada cangaceiro: Pá, pá, ta, tarará...  Lua clara e bonita, céu azul e cheio de estrelas, que podia ver nitidamente o “Caminho de São Tiago”, naquele tapete celestial. Mas, quando não havia lua, a gente brincava à frente de nossa casa, ou do vizinho, e ia dormir cedo, principalmente nas sextas-feiras, pois aparecia o lobisomem, mula sem cabeça e a porca que vomitava fogo pela boca. Todos nós tínhamos medo de sair à noite escura para brincar. Os pais da gente, também, não nos deixavam sair. Além dessas brincadeiras que relatei acima, havia uma que nós brincávamos sentados na calçada da casa da careta. Foi Zé de Deraldo que nos ensinou. Era muito boa e a gente ria à beça. Era assim a brincadeira: Sentados em fila como se cada um de nós fosse do exército a começar pelos cozinheiros que dava o nome de Cuca. Então ele, o Zé de Deraldo, dizia: primeiro cuca – ao ouvir a palavra cuca a gente já começava a rir – segundo cuca, terceiro cuca, soldado, cabo, capitão, terceiro sargento, segundo sargento, primeiro sargento, segundo tenente, primeiro tenente, capitão, tenente coronel e coronel. Ao contar ele sempre punha a mão na cabeça de cada um. Cada um teria de decorar o seu posto. A brincadeira era uma espécie de sabatina. Quando o Zé de Deraldo falava com autoridade: “Passei revista na tropa e senti falta do primeiro tenente”. Esse respondia rápido: Primeiro tenente não falta.
-E quem falta?
-É o segundo tenente. Esse respondia logo: Segundo tenente não falta.
-E quem falta?
-O coronel... O coronel se esqueceu de seu nome e rebaixava para primeiro cuca. A gritaria soava em toda praça, porque o coronel havia sido rebaixado ao primeiro cuca. O cuca subia para o segundo cuca e sucessivamente todos até o que estava à baixo do coronel fica no posto de coronel. Todos subiam. E assim a gente passava à noite a brincar naquela Praça da Matriz. Que tempos idos que não voltam mais! É como diz Ataulfo Alves com sua música: “Eu era feliz e não sabia”.
Bem, agora eu passarei a contar o caso da porca que vomitava fogo. Sexta-feira, noite escura sem lua e sem lampião aceso, Bertim vinha do brega e deparou-se com a tal porca, -  na baixada onde hoje é o mercado municipal. Ali era uma enorme praça de areão e onde o povo passava para ir à Rua da Bela Vista, onde moravam Dinha Bilu, Seu Zuza Fuma, seu Romão pescador,  Seu Sabino, seu Zuza Ramos, Umbilino, dona Anja Osório, Seu João Osório, seu Patrício e seu Joaquim do Aguiás. Mais à cima ficava as casa de João Agrário e Maria Zeveda. No final da Rua Alto da Bela Vista é até hoje o Cemitério da Saudade – Foi bem ali que Bertinho sacou do punhal e enfrentou a porca que furiosamente roncava e vomitava fogo e ele não alvejava a bicha. Levantava o braço e enfiava o punhal, mas encontrava vento. Lutou o tempo todo e a porca com dentes agudos qual caititu sobre ele. Bertim vendo que não se tratava de porca, correu feito louco e dobrou a rua Duque de Caxias, onde morava a sua irmã, e abriu às pressas a porta e caiu dentro da casa assombrado. No outro dia era só o que o povo comentava: Bertim lutou com a porca que vomita fogo essa noite e fugiu assombrado. Mas se ele não tivesse fugido a porca rasgava-o a dentadas.  Muita gente já correu dela assombrado. Ele aparecia todas as sextas-feiras, no local, onde hoje, é a Avenida São José.
Com essa história que o povo contava é que, Luis Abreu toda noite gritava da esquina de Seu Fostino: Iaiá, ó Iaiá, vem me buscar, Iaiá! E de olhos arregalados para atravessar donde aparecia a porca e o outro olhar era para o cemitério, que ficava perto. Então eu falava para Celino, meu irmão: Vamos buscar Luizinho, Celino. E nós dois corríamos ao encontro dele e o levávamos para a casa da Dinha Bilu, sua avó. É que ele dormia na casa da avó. Quando ele tardava de ir, já de noite, os gritos dele, sempre a gente ouvia: Iaiá, vem me buscaaaar...Iaiaaaaaá...

FIM.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A METAMORFOSE DE DARWES.


Poesia de Honorato Ribeiro.

Se Darwes diz que o homem veio do macaco;
se o homem é descendente do mono;
Diz-me onde está a semente?
ou onde está o seu trono?


Se o homem veio do macaco,
por que ele nunca sorria nem falou?
Um cacho de banana no alto
um tamborete não o usou?

Colocou-se um garoto junto
no quarto com o macaco que pulava
não alcançava o cacho de banana
Mas o garoto parado olhava.

Com fome o macaco queria
comer aquela banana na altura
e o tamborete estava junto dele
mas ele não era uma criatura!

O garoto pegou o tamborete
subiu e tirou uma banana e comeu;
o macaco pulava, mas não pegou
a banana, mas o garoto a ofereceu.

Pergunto, agora, para você
meu dileto leitor dessa poesia:
Por que então o macaco
não pegou o tamborete que subia?

Para pegar a banana e comer?
Porque não tem razão e pensamento
para pegar o tamborete e subir
como fez o garoto inteligentemente.

Agora você que é cientista
diga-me a sua comparação;
se o homem veio do macaco
ou de Deus que fez Adão?

Se não tiver a resposta
dar-lhe-ei a minha solução:
Veja a tecnologia do homem
e o macaco nunca fez não.

Nem uma chocha lá na roça
nunca plantou milho e feijão,
mesmo sendo um placentário
continua a não ter ideia e razão.
Fim.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A AEROMOÇA DA VARING.


Poema de Honorato Ribeiro.

Lá vai Chiquinho
Na sua bicicleta
Com seu terno branco
Sorrindo pra todos
Alegre e contente,
Coração em taquicardia
Que bate acelerado
Para seus olhos veem
A aeromoça tão vexado!

Lá vem o bi-motor,
O avião da VARING,
Rasgando os céus da cidade
Para o pouso a decolar
Trazendo no bojo sua amada

Feiticeira, seu amor da sua dor;
Silenciosa e malvada!
Que mata sem morrer
No fogo que queima
E que arde pra sofrer!

O gafanhoto de ferro
Aterrissa e a escada desce
E os olhos de Chiquinho
Atento e veem a linda amada!
Mas ele eufórico e a adrenalina
Começa aumentar e ele diz:

Meu Deus, que beleza!
Nunca vi coisa igual!
Gente que faço para
Que eu possa lhe beijar,
Acariciar-lhe, e lhe abraçar!

“Seu corpo é manjar do céu...”
Seu andar é uma beleza!
“Que parece uma sereia,
quando na areia se deita...”
Não vá embora, moça linda!
Fique comigo, me abraça,
Me aquece, eu te amo,

Eu te adoro, não vá embora,
Beija flor, sou seu jardim!
“Se eu sou o dono dele,
meu Deus, pra que eu
quero a receita”?!

Falava Chiquinho sozinho
No seu pensamento a sonhar!
E a aeromoça subia a escada
E ele sorrindo contente
De vê-la subindo sorrindo
Educadamente bate a mão

Fecha a porta e o avião
Decola e invade a pista
E sobe para Bom Jesus da Lapa.
Cidade da Barra, Xiquexique
Petrolina e Salvador.

Era o avião Pinga-Pinga,
Que torna voltar na quarta-feira.
E Chiquinho vai a campo
Para ver sua bela amada.
Mas ela não veio, e nunca voltou
Chiquinho volta triste de nunca
Mas poder ver a sua bela amada,

Sua deusa euterpe, sua flor
Dália, flor de um lírio perfumado
E volta triste para casa
E começa a jornada de
Falar sozinho, sorrindo

E indo à mata pegar
Ramos de mato e colocar
Debaixo do braço e ir
À igreja e se misturar
Com os fiéis a rezar

Pra São José que traga
A sua bela amada para
Ele se transformar
Num colibri e ele
A sugar os lábios rubros
Da aeromoça, que nunca

Voltou ele ficou taciturno.
Pois nunca mais a viu;
Chiquinho se transformou num
Esquizofrênico e deixou
De ser aquele jovem janota

Que só vestia roupa de linho
a passear alegremente
Com sua bicicleta, que ficou
Encostada para sempre.
Assim sofreu Chiquinho

De amar sem ser amado,
Enamorado sofredor e
Perdeu o juízo e nunca
Mais voltou a ser
Aquele jovem alegre

Até que daqui partiu
Para a eternidade!
Levando na mente
o seu amor encantado
para a horizontal.
 FIM.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A SABEDORIA É UMA RIQUEZA.



Eu hoje li uma história muito interessante, que eu passo a contar-lhes: Um homem muito rico teve vários filhos. Desde pequenos ele tinha um carinho enormes para com cada um. Tudo que eles necessitavam ele dava com alegria. Os filhos cresceram e nunca fizeram nada. Só viviam às custas do pai. De tanto servir aos filhos que acabou pobre e sem recurso financeiro. Os filhos lhe abandonaram e ele ficou sozinho a passar fome. Um dia ele foi falar com seu compadre e amigo contando-lhe a sua situação e o abandono dos filhos. O compadre lhe aconselhou:
Compadre, você tem aquela mala grande. Pegue todas as ferramentas velhas sucateadas: martelo, foice, machado, alavanca, facão, enxada e coloque na mala. Põe uma chave e um cadeado e tranque com uma corrente e coloca a chave dependurada no pescoço. Quando os filhos chegaram à sua casa e lhe perguntar por que a chave dependurada no pescoço e a mala trancada, você diz para eles, que foi uma grande economia que guardou para eles, quando estivesse para morrer.Era só ouro puro, mas não irei abrir. E peço que nenhum irá brigar. Quando os filhos ouviram do pai essa riqueza que seria para eles, deste dia não faltou nada para o pai. Todos os dias eles levavam a massa para o café, almoço e janta. Cuidou do pai e não deixavam-no passar necessidade. Quando o velho caiu doente, já fraco para morrer, chamou os filhos e lhes entregou a chave. O velho morreu. Eles foram e abriram a mala. Só havia ferro velho. Essa história acontece muito hoje.

domingo, 19 de outubro de 2014

A ENCHENTE DO RIO SÃO FRANCUSCO,







Poesia de cordel por Honorato Ribeiro dos Santos

Amigos, de todo o Brasil
Que ouviu rádio e televisão,
Nos jornais e nas manchetes,
Das chuvas e da inundação,
Que inundou muitas cidades
Com a enchente do Chicão.

De Pirapora a Juazeiro
Muita cidade inundada,
Umas ficaram submersas,
Outras ficaram alagadas;
Carinhanha ficou isenta
Urgente a socorrer Malhada.

Malhada é muito baixa
Submersa virou um mar!
Não ficou sequer uma casa
O telhado pra gente olhar!
Nenhuma a casa a gente via
Todos tiveram que mudar.

Moacyr e Pepê com lanchas
De transportar caminhão
Foi o socorro imediato
E todos juntos como irmãos
Socorreram aquele povo
Daquela triste inundação.

Até o prefeito Chicório
Viu a tamanha situação
Pegou a lancha e ajudou
O povo em sua aflição;
De Malhada ele trouxera
E lhes deu acomodação.

Nos cinco grupos escolares,
Hospital, fórum, maternidade
Círculo Operário e a Liga,
Juntos numa fraternidade,
Agasalhou todo o povo
Daquela tão nobre cidade.


Naquele dia Carinhanha
Ficou sendo duas cidades
Malhada aqui foi sua estada
Com amor e fraternidade
Agasalhou os malhadenses
Com muita humanidade.

O governador da Bahia
Unido junto ao federal
Mandou alimentação
Vindo de avião da capital;
Ninguém passou necessidade
Pois os víveres vieram legal.

Mandou vacinar o povo
Preventivamente na cidade,
Contra febre tifóide
Com muita capacidade
Todos foram vacinados
Imunizados velhos de idade.

Carinhanha sendo alta
Houve pequena inundação
Porém só no Bairro Sudene
A água houve invasão
Entrou pelo Sangradouro
Não havia ainda o paredão.

A Praça do Cais inundou
Chegou lavar o Barracão
Muitas das casas racharam
Na parte baixa a invasão
Das águas do Velho Chico
Que fez uma devastação.

Já houve quatro cheias
Grandes, igual a essa, não!
No grande rio São Francisco
Com grande inundação
Essa vai ficar na história,
Dos ribeirinhos dessa Nação! (Cheia de 1979).

As maiores enchente foram:
A de seis e a de dezenove
E a de vinte e seis também;
Grande a de quarenta e nove
Inundou muitas cidades
E o povo correu e teve sorte.


Angico, Barra do Parateca
Povoados de Carinhanha
Ribeirinhos do Velho Chico
A enchente fez sua barganha;
Elas sitiam bastante altas
E o Velho Chico não banha.

O povo saia de barca
Pelo rio até Julião,
Transportando o povo
Pra guanambi e região;
Doze quilômetros de água
Foi essa a inundação.
  
A distância de Carinhanha
Até chegar a Julião
São doze quilômetro só água
Essa foi a inundação
Que o Velho Chico fez
Aos ribeirinhos em aflição!

O povo da ilha correu
E as casas todas inundadas
Todas submersas ficaram
E o povo procurou morada
Aqui em Carinhanha
Foi a salvação da chegada.

O lugar pior foi Parateca
Município de Malhada;
Aquela gente perdeu tudo
As pessoas ficaram ilhadas!
Não souberam pra onde correr
Pois tudo estava inundada!

Saiu depressa pra socorrer
Senhor Bispo de Caetité
Foi com uma lancha cheia
De víveres cobertor e café;
O povo nem barraca tinha
Sentar! Tinha de ficar em pé.

Se o senhor Bispo nunca sofreu
Naquele dia, carregou a cruz
Junto aos paroquianos
Lá no ermo sem vela e sem luz.
Como vigário de Cristo acudiu
Aos paratequenses os conduz. 


Rico e pobre sofreram
O Velho Chico não escolheu
Nem preto e nem branco
O povo às pressas correu
Para lugar bem seguro
Correu e ninguém morreu.

Isso tudo é para que o povo
Que a natureza tem poder
Com ela ninguém brinca
Como criança em bacondê;
O rio enchia rapidamente
Era um metro pra temer.

Fazendeiros perderam gados
Que caiam no rio a nadar
O povo laçava e abatia
E a carne repartia sem cobrar
Porco, cachorro nadavam
Nadavam para escapar.

Os vapores não viajaram
Por falta de lenha e porto
Todos ficaram isolados
Enxurrada corria a solto
Pois sofrimento foi grande,
Não registrou nenhum morto.

Animais saíram da mata
O tatu, a cobra e veado
Muitos deles o povo pegou
Com habilidade e cuidado.
Patetas ficavam parados
E o povo o agarrava.

As cobras saiam do mato
Procuravam um lugar
Às vistas e o povo corria
Com medo de lhe picar;
Apareciam em todo canto
E o povo de pau pra matar,

Era perigo de todo lado
O medo aumentava do povo
Houve muito sofrimento
Até que veio o socorro
Barcas e avião trouxeram
Roupas, alimentos tudo novo.


O povo perdeu o que tinha
A enchente levou o que tinha
De pobre e rico não escapou
Até a galinha que possuía
Muitos móveis daquela gente
Da Malhada que inundou.

Fiquei cercado na Lapa,
A Lapa do Bom Jesus
Fui de lancha pro Julião
Peguei o caminho da cruz
Cheguei lá, e como voltar?
E o Chicão corria qual avestruz.

Muita família de Malhada
Ficou aqui e não voltou
Com medo de outra enchente
E até hoje, aqui é morador
O rio deixou uma riqueza
Quando o rio sua água abaixou.

A vazante tão fértil pra plantar,
Mandioca, batata e feijão,
Por isso chamamos de Nilo
Porque tem riqueza no chão.
Veio logo a grande fartura
E o povo sorriu com o coração.

Ontem ele fez enchente
Hoje ele está preste a morrer
E ainda querem transposição
De um rio que pede  pra lhe valer
Senão valer ele morrerá
E consigo o povo irá sofrer.

Sofrer pior que a enchente
Pois sem água não há vida
Sem água não há energia
Sem água não há guarida;
Tudo morre num instante
Criança, velho e flor margarida.

Nunca vi em toda minha vida
Uma seca brava como agora!
Até urubu, capivara sumiram
O compadre d`água não mora.
Sumiu, hoje é coroa e rio seco
Até sumiu o lendário caipora.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SE HOUVESSE AMOR!



Poesia de Honorato Ribeiro.

Se houvesse amor!
Não haveria tantas leis:
Para respeitar o idoso,
Para proteger a criança,
Para proteger a mulher,
De tantas agressões nos lares.

Se houvesse amor!
Não haveria violência,
Não haveria polêmica,
Não haveria assaltos,
Não haveria prisões,
Não haveria desumanidade.

Se houvesse amor!
Não haveria aborto,
Não haveria divórcio,
Não haveria polêmica,
Não haveria dissensões,
Não haveria exclusão social.

Se houvesse amor!
Haveria união,
Haveria uma só nação,
Haveria compreensão,
Haveria muita paz,
Haveria muita alegria
Não haveria inflação.

Se houvesse amor!
Aqui seria o paraíso,
Aqui seria nosso céu,
Aqui seria nosso lar,
Aqui seria nossa alegria,
Aqui seria a nossa UNIÃO!

Mas o amor foi pregado na cruz!
E continua a ser pregado,
Abortado, confundido,
Ignorado, maltratado,
Mesmo tendo tantas leis,
O amor deixou de habitar
Em nosso lar em nosso coração.

Carinhanha, 01 de outubro de 2014.

sábado, 20 de setembro de 2014

TUDO VIROU RUÍDO.


Poesia. Do livro, O TEMPO.
De HONORATO RIBEIRO.

Há muita poluição sonora
e não há tempo para meditar,
não há tempo para o silêncio,
tudo é barulho, tudo virou normal!
Não há tempo para fazer poesia
belas mensagens de amor!
não há mais inspirações
para a deusa Euterpe acabou!
Houve o tempo de jovens guardas,
tempo da "Boca de Sino" virou moda;
houve o tempo de rock roll, sucesso!
Houve o tempo dos cabeludos já em voga.
O tempo dos mal vestidos chegou
de calças rasgada quais mendigos
a pularem, cantores barulhentos
É o tempo de cd bem vendidos.
Os ruídos se espalharam
no mundo da poluição
e dizem que é música boa
dos neuróticos sem solução!
Os menestréis desapareceram,
os violeiros em tempos sumiram
e a música virou uma anarquia;
do maestro a batuta partiram.
Basta ir à Globo, ao Faustão
que o sucesso vira drogaria!
Cadê Caytano Veloso e Chico
que não dão mais suas alegrias?
Basta de tanta pobreza!
Nas letras quebrando-se a moral
e a ética virou lixo sonoro
os decibéis faz-se surdez sem paz!
O tempo chegou pro Cartola,
Noel Rosa e Pixinguinha,
Ataulfo Alves e Chico Viola,
ficaram na saudade, Gonzaguinha!
Para os bons compositores
sem poluição e sem zumbido,
chegou o tampo e o tampo passou
para dizer que tudo foi esquecido!
Adeus para os tempos idos,
Adeus para as melodias!!
Adeus serestas e seresteiros!
Adeus enamoradas em noite de luar!
Pois tudo virou anarquia!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

FENÔMENO PARAPSICÓLOGO?




CONTO de Honorato Ribeiro.

Eu tinha apenas 14 anos de idade e trabalhava na padaria de Gabriel Cardoso com meu irmão Domingão. Naquele tampo não havia luz elétrica e usava o candeeiro para o trabalho noturno. Fizemos a massa de pão e fomos assar. Domingos enfornou os pães e deixou assando e saiu para à porta da rua e eu fiquei para tirá-los assim que estivessem todos pães assados. Era mais ou menos oito horas da noite. Abri a porta do forno e comecei a tirar os pães. Assim que terminei de tirar todos, fechei a porta do forno e fui limpá-los um por um e colocar no tabuleiro. Eu ouvia Domingos e sua esposa, Eudocha e outros conversando e sorrindo lá fora. Quando eu vi, a pá começou a se movimentar como se estivesse alguém querendo tirar pão. A pá era grande de uns três metros e meio e era bem fina. A ponta da pá ficava sobre a pilastra do forno e o cabo, onde a gente segura estava sobre o braço do cavalete. Ela era tão fina, que ficou flexivelmente balançando, quando, não sei quem, pegou como se quisesse tirar pão.  Eu fiquei assustado com o movimento da pá e não vi ninguém. Não me importei pensando que fosse algum gato que pulasse no cabo da pá e ela balançasse. Naquele mesmo instante ela tornou fazer o mesmo movimento. Eu parei de limpar os pães e fiquei assuntando o que seria!? Olhei por baixo do tabuleiro para ver se havia gato. Não vi nada. Peguei o pão e comecei a limpar um por um, mas de olho na pá. Quando eu vi, essa foi a terceira vez, a pá suspendeu sozinha e se dirigiu para bater na minha cabeça. Eu abaixei e tirei um grito enorme. O pessoal que estava lá fora correu para ver o que tinha havido comigo. Meu irmão, Eudocha, dona Alzira e as filhas dela perguntaram-me: O que aconteceu? E eu contei o que vi e fiquei trêmulo. Todos não tiveram resposta nenhum para explicar. Então, Domigão disse sorrindo e debochando: “Foi o velho Patrício que veio lhe dá uma surra. Ele me disse que viria um dia lhe dá uma surra”. E deu pra sorrir. Meu pai havia falecido há dois anos.
Eu já tinha casado e morava na casa de seo Bazileu vizinho de dona Carlota, na Praça da Matriz. Quando foi dia de festa no Clube Cultural Recreativo Dois de Julho, assim que eu acabei de tocar, pois eu era o regente da orquestra, dirigir-me para minha casa para dormir. Era umas três horas da madrugada. Ao chegar, abri a porta e entrei. Abri a porta do quarto e Carminha já estava dormindo. Fiz as minhas orações, tranquei a porta e deitei, logo, agarrei no sono. De manhã, acordei e dirigir-me para abrir a porta do quarto, mas não encontrei a chave nela. Acordei Carminha e perguntei se ela teria tirado a chave da porta. Ela me disse que não. Então eu lhe perguntei: E quem tirou, pois ela não está na fechadura como eu deixei! Ficamos sem saber e sem solução a tomar, pois estávamos trancados, presos no quarto sem poder sair. A nossa sorte é que havia uma janela para o beco – chamado de Beco de Bazileu – e eu abri a janela, pulei e me dirigir para o quintal. Saltei e me dirigi para a porta do fundo e estava fechada e a janela também. Como a janela era trancada por uma taramela, eu a forcei com o ombro e consegui abrir. Saltei a janela e penetrei na sala e vi a chave na porta. Destranquei e Carminha saiu. Agora ficamos sem resposta... Como aquela chave, que estava por dentro do quarto veio ficar na fechadura pelo lado contrário, onde era a sala!? Você, caro leitor, tem a resposta? Acredita em alma do outro mundo? Quem estava nos assustando? Primeiro foi a pá, agora, mais complicado: uma chave que estava por dentro do quarto que foi trancada a porta por dentro, apareceu pelo outro lado! Eu não encontrei a resposta até hoje! E você tem?

sábado, 23 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 18ª PARTE.




Décima oitava parte.
“Não junteis para vós tesouro na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouro no céu, onde não os consumem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.” Uma parábola pequena, mas de sentido profundo, principalmente, nos dias de hoje. Quantos de nós ficamos a correr sem trégua e sem descanso atrás desse tesouro, que não pertence ao Reino de Deus! Duas metafóricas palavras: a ferrugem e as traças. A ferrugem simboliza muitas coisas e uma delas é a ganância de acumularmos o que não serve nem para nós, porque não levamos. É como a ferrugem que estraga a entrada no Reino do céu, pois, para o coração que é morado do Reino de Deus, que é o próprio Jesus, que nos dá vida eterna, esse tesouro é como o ferro velho que só pertence à ferrugem. E Ele nos aconselha e nos explica dizendo-nos: “Ajuntai para vós tesouro no céu, onde não os consumem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Poucos de nós ajuntamos este tesouro eterno, que é a Sua sabedoria dos ensinamentos de amar-nos uns aos outros como irmãos em Cristo Jesus que sempre nos ama. É ouvirmos os seus ensinamentos, aprendermos e colocarmos em ação a servir aos nossos irmãos excluídos e marginalizados por uma hipócrita sociedade individualista e egoísta, que aprendeu com o mundo das trevas a ser irmão do outro somente biologicamente. E o maior erro e muito mais grave ainda, são aqueles que consideram sendo irmãos, àqueles que pertencerem a suas ideologias religiosas, como se Jesus mandasse ou ensinasse os seus apóstolos e discípulos criarem instituições e construções de igreja de pedra, para depois colocar bem na frente o nome escolhido por eles para atraírem multidões com o nome falso daquele que morreu pela humanidade derramando o seu santo sangue; porque nos amou primeiro e ama, mesmo sendo o pior pecador. Esse tesouro que Jesus fala é luz do Espírito Santo; é o dom que cada um recebe para desenvolver e dá frutos para Deus, que são as obras de misericórdia, a caridade. Alguém perguntou a João quem é Deus. E ele respondeu: “ame é verá quem é Deus, porque aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. E continua ele na mesma epístola: “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso, porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê”. Quer amar a Deus? Então guarde este tesouro que diz a pequena parábola, no evangelho de Mateus. Ir à igreja rezar ou assistir à celebração eucarística é bom e salutar, porém, saia de lá com este tesouro que nos conta essa pequena parábola que os ladrões nunca poderão roubá-lo. [Continuação na próxima]...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

MINHHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 27ª PARTE.




Vigésima sétima parte.
Quando a gente ler o evangelho e nele afirma que Jesus falou às multidões; a multidão caminhava atrás de Jesus seguindo-o. Naquela época, não se pode comparar com a época nossa, do século XXI. Os povoados eram pequenos e muitos povoados só tinham umas cem casas. Multidão era um pequeno grupo de gente que não passava de duzentas pessoas. Não é de se imaginar com uma multidão de setenta mil torcedores no Maracanã. Não se pode ler um trecho do evangelho sem essa observação estatística. Como foi explicada a exigência de Jesus para cada um aceitar livremente o Reino dos céus esta outra parábola do semeador. Nela há quatro terrenos. O primeiro é um terreno cheio de areia sem fertilidade nenhuma. O segundo é pedregoso, também infértil. O terceiro é cheio de espinhos não serve para plantar a semente em nenhum dos três terrenos, mas mesmo assim, o semeador plantou, mas não vingou, não deu fruto. O quarto terreno era fértil, por isso a semente que o semeador plantou deu fruto cem por cento. Essa parábola quer nos dizer que os quatro terrenos, somente um é bom e fértil, que é aquele que ouve a palavra sobre o Reino de Deus e aceita com o coração aberto de seguir essa riqueza incomensurável que o ladrão não rouba e nem a ferrugem estraga e nem as traças corroem. É uma renúncia total e radical a ser cristão de verdade. Nessa parábola, os três terrenos são os de fora, que ouvem a proposta de Jesus e pulam fora como o jovem rico de outra parábola. Esse Jovem fez uma pergunta para Jesus como poderia entrar no Reino dos céus. Jesus lhe respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e siga-me!”  Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens. Não foi fácil para esse jovem como também não O é para muitos de hoje, que se junta a dizer que estão salvos porque se encontrou com Jesus. Mas que Jesus é que ele se encontrou? Será que esse de tantas propostas duras para essa dura renúncia? Que manda quem tem mais condições financeiras dá aos famintos, excluídos e depois professar que se arrependeu e se converteu porque encontrou o maior tesouro do céu?
[Continuação na próxima...].

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 26ª PARTE.




Vigésima sexta parte.
Continua Mateus. “Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.” Uma pequena parábola comparativa e bem ilustrativa para a nossa compreensão a ser cristão. O que significa, então, o que Jesus nos ensinou? Nos ensinou primeiro a conversão para a entrada no Reino de Deus. Segundo por em prática os ensinamentos do Mestre. Terceiro ser firme na fé e forte nas suas decisões de caminhar pelo mesmo caminho que Jesus caminhou, andou, viveu a fazendo sempre a vontade do Pai. E há outra proposta mais exigente e difícil para os de fora, mas para os de dentro, não. Não é lugar geográfico. Os de fora são os que ouvem e não praticam os ensinamentos e as propostas sobre possuir o Reino de Deus. Não há meio termo. Ou é cristão o deixa de ser. Não pode viver nas estremas, mas caminhar para o centro fora das estremas e desse mundo individualista, materialista e que perdeu a ética e a moral cristã. Não podemos ser cristão de fachada ou faz de conta. E a proposta mais difícil é esta: ”Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais do que a mim, não é digno de mm. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á.” E ainda Jesus afirmou: “Quem ama sua casa, suas terras, seus bens, seu dinheiro, mais do que Amim, não é digno de mim”. O Reino de Deus é a riqueza, não desse mundo, mas da vida eterna. É se renunciar tudo para possuir a maior riqueza que é o Reino de Deus. Quem renunciar a esse mundo e suas coisas são os de dentro, verdadeiros cristãos.
[Continuação na próxima...].

sábado, 16 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 25ª PARTE.




Vigésima quinta parte.
Mateus continua. “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome  que expulsamos  os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus”! Termina, aqui, Mateus, no seu evangelho, tudo o que nós devemos proceder perante o Senhor Jesus como bom operário da misericórdia, isto é, bom pastor, bom padre, caminhando sempre no meio do povo assistindo-os, libertando-os da canga pesada, do fardo pesado e dar-lhe afeto, carinho socorrendo-os dos lobos famintos, do individualismo, do materialismo e da escravidão operária e dos excluídos do meio social sendo marginalizados pelos os que possuem riquezas e poderes. Caminhem sempre pelo caminho que Jesus sempre passou e no meio dos favelados, dos excluídos, e dos ébrios, cobradores de impostos tidos como ladrões e no meio das prostitutas, gentes de má classe, pobres lascados sem eira e sem beira em busca das ovelhas perdidas. Mas ele nos contou várias parábolas e uma delas e a mais importante é a do samaritano. Nela ele centraliza uma única coisa: a misericórdia; a caridade e o zelo àqueles que estão estendidos gritando por nosso socorro. Vê o Cristo doente, faminto, nu, sem abrigo, preso nos presídio. Mas para nós que não entendemos a missão de ser cristão é uma controvérsia essa parábola do samaritano. Por que é uma controvérsia para nós? Porque é estranho e sem compreensão, sem lógica, Jesus afirmar ser um dessas personagens, principalmente um marginal que está na cadeia! Ainda pensamos como os fariseus que melhor é respeitar o sábado, ir ao templo rezar, pagar o dízimo e tudo estará cumprido ao agrado de Deus. Mas Jesus vai mais adiante: Sem amar o irmão, é não saber quem é Deus. A Lei e os profetas se encerram em um só mandamento: amar a Deus e ao próximo. Ninguém irá a Deus sem amar o próximo. O mais profundo dessa parábola do samaritano é que o samaritano, que cuidou do que estava caído como morto era seu inimigo, pois não se davam um com o outro. Agora chegou a nossa parte: o que entendemos? Quem são os nossos inimigos hoje? Temos vários, tanto na religião nossa, como a dos outros; tanto na política nossa como na de outra política; dentro da própria igreja temos inimigos e não nos abrimos para nos tornarmos amigos, pois continuamos sendo o que não somos.
[Continuação na próxima...].

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 24ª PARTE.




Vigésima quarta parte.
Continua Mateus. “São como árvore má e que somente serve para o fogo” Esse tipo de falso profeta invade cidades, povoados e corre a terra toda para fazer um prosélito e dele ser transformado em fantoche são muitos hoje, infelizmente. Enquanto isso, Jesus está faminto pelas ruas das grandes metrópoles, periferias, nu, sem roupa, sem moradia, encarcerado, como estranho que passa à frente dos que se dirigem às suas igrejas, e o samaritano deixando de ser a peça importante e central da parábola. Fazem às vezes como os discípulos de Emaús que viu Jesus como estranho, como o sacerdote e levita, que deixou o ferido estendo no chão semimorto precisando de ajuda e de socorro imediato. Mas o que está estendido ali precisando de ajuda! São tantos hoje! E muitos fazem de conta que não enxergam! Não, ir à igreja é mais importante e levar o meu dízimo, pois eu me encontrei com Jesus e estou salvo! (!...). De que? Por acaso Jesus perdeu alguma vez para alguém o encontrar porque encontrou uma instituição religiosa com o nome falso de um Jesus, mas não o que se fez carne no seio de Maria e se tornou homem com duas naturezas: Divina e humana. É esse mesmo que Se mistura. no meio dos mendigos, maltrapilhos, famintos, doentes, presos nas penitenciárias que a maioria são de pretos, pobres e analfabetos, mas são estranhos a essas pessoas que se dizem que se encontraram com Jesus. Alguém me fez essa pergunta: O que é mais importante para o senhor ir à sua igreja? E eu lhe respondi: Compartilhar com os irmãos na celebração eucarística. E se o senhor, no meio do caminho, se encontrar com alguém estendido, deixará de ir à celebração eucarística? E eu lho respondi: Sim. Mas o senhor não me disse que o mais importante é a celebração eucarística? Sim, mas aqui é urgente e está o Cristo me pedindo socorro imediato, pois é uma vida em risco. A celebração eucarística sempre haverá, hoje, amanhã e sempre. Mas aqui é diferente. Ou age agora ou a pessoa morrerá. Bem explicado, senhor Honorato. Muito obrigado.
Às vezes eu ouço de um lado e do outro dizer: Meu irmão, vamos orar pelos que passam fome, pelos que sofrem, pelos que estão desempregados, pedir a Jesus que os ampare! E eu digo: Meu irmão pregador, do lado de cá e do lado de lá, Jesus mandou que cada um de nós cuidasse deles bem como irmão, como um bom samaritano. Nós é que devemos cuidar deles e ampará-los e não orar, rezar para Jesus dá boa comida, bom agasalho, roupa e emprego. Não seja uma árvore que não dá frutos para Jesus, senão, quando você chegar a hora de sua escatologia individual ouvirá de Jesus: “Afastai-vos de mim. Não vos conheço... [Continuação na próxima...].

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO.23ª PARTE.




Vigésima terceira parte.
Continua Mateus a narrar no seu evangelho. “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles Vêm em vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. Pelos frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dá maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos os conhecereis.” Bem conhecida e bem objetiva, embora cheias de metáforas e simbolismos. Jesus mostra que é da zona rural, pois todas as suas pequenas parábolas e alegorias falam daquilo que é da zona rural. Bem, agora vou fazer uma pequena exegese bem esclarecedora para os dias de hoje. Em primeiro lugar, Mateus afirma que já estava acontecendo na sua comunidade os falsos pregadores que adulteravam os ensinamentos de Jesus e atraiam seguidores em apostasias. Não é diferente de hoje. Hoje, porque aumentou o crescimento no mundo, aumentou, também, o número de falsos profetas e o profetismo apagou-se completamente, dentro da igreja primitiva e fora dela. Os de dentro são: cristãos e cristãs, que dão seus testemunhos de vida, pela causa de uma vida digna dos que estão excluídos; e com decisão, dignidade, com segurança e zelo sem fanatismo e nem proselitismo denunciam com coragem a desumanidade e o desrespeito aos direitos humanos. Os falsos profetas ensinam destorcendo os ensinamentos e os valores ensinados por Jesus, cujos ensinamentos São: cuidar zelar os que estão à margem da verdadeira vida plena e estão marginalizados pela sociedade hipócrita. “Eu vim para que todos tenham vida e vida plena”. Estes são os frutos da boa árvore do que fala a parábola. Todos conhecem quem os são; bem como conhecem os que não os são. São más árvores que dão maus frutos e ficam ricos com o nome falso de um Jesus de suas ideologias religiosas. Estes são os de fora como fala Marco, no seu evangelho. Enquanto as suas assembleias são enganadas chamadas de fiéis a si transformarem em pacientes e a instituição com nome cristão se transforma em hospitais de curas sugestivas, psicológicas e emocionais. De um lado e do outro, não tenham dúvida disso. Falou em milagres cronometrados e afirmando Jesus fazer, afirmando que Ele tem poder de cura patológica, e não cura espiritual, a cura da conversão para ser perfeito como o Pai o é, aí estão os falsos profetas. Cuidado com a teologia da prosperidade, pois é de falsos profetas. “Quem tem olho que veja; quem tem ouvido que ouça”. [Continuação na próxima...].

terça-feira, 12 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 22ª PARTE.





Vigésima segunda parte.
Continua Mateus. “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçosa o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que  por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram”. O convite é breve e bem explícito para quem quiser seguir pela porta estreita pela qual Jesus e seus discípulos passaram. Eis o caminho para quem quer seguir e ser cristão. Não há outro caminho. A porta é os ensinamentos do amai uns aos outros como eu vos amo. O amor é o rosto de Deus, pois ele é Deus misericordioso que ama a todos sem exceção. Não é somente quem escolheu uma religião que Deus ama e Jesus morreu na cruz ressuscitando, a fim de cada um de nós seja gloriosamente Nele ressuscitado para a vida eterna. Há, entretanto, muitos que abraçaram o dom que foram chamados para servir a Deus e ao próximo sendo presbíteros, bispos, apóstolos de Jesus; esses renunciaram a porta larga que os leva à perdição e às fantasias desse mundo. Renunciaram pai, mãe, irmãos, casa,  terra para serem e viverem do evangelho aonde forem chamados para irem daqui para outras plagas distante ou na Áfrico bem distante dos seus, mas juntos com Cristo. Renunciaram, cada um sua namorado, o sexo, essa é a pior renúncia, mais difícil para muitos de hoje ficarem em continência à essas coisas, viver a vida do celibato. Outras são as que procuraram essa continência, a se abster-se da carne à virgindade para ser a noiva do Cristo Jesus. São as freiras, as irmãs que se dedicam ao povo a evangelização e a catequese levando uma vida contemplativa aceitando entrar pela porta estreita e recusando a larga, este leva à perdição. É evidente que existem muitos seguidores de Jesus que chamado pelo Espírito Santos são dedicados ao serviço de Deus e esses são os fiéis, a comunidade, povo de Deus que vivem como verdadeiros cristãos e cristãs seguindo, também, a porta estreita. Não é fácil, pois ela é seguir Jesus, subir com ele levando a cruz até o Gólgota sem si queixar, mas com as dores da morte e que é a passagem para a vida eterna. É saber viver bem o cristianismo e dizer com coram como São Paulo: “Para mim o viver é Cristo; a morte para mim é lucro”.  Sim, pois, o lucro que São Paulo diz, é morrer para viver eternamente no Reino de Deus ressuscitando em Cristo Jesus e viver com Ele eternamente. Que grande lucro para os que creem! [Continuação na próxima...].

sábado, 9 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO.21ª PARTE.




Vigésima primeira parte.
Continua Mateus. “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abri-se-vos-á. Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? E, se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem.
“Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas.” Muitas figuras se nos apresentam nesses conselhos de Jesus a todos nós. Primeira proposta é saber pedir com fé e confiança e saber ter paciência, pois Deus sabe se o nosso pedido é para o bem ou se é prejudicial. Nem tudo que pedimos é alcançado, quando alguém se esquece de fazer a vontade de Deus e saber agradecê-Lo, mesmo o ar que respiramos e a água que a gente bebe. Buscai e achareis, quando a gente busca as coisas que agrada a Deus, principalmente a nossa conversão. Batei e vos será aberto a misericórdia de Deus em nossas aflições e dores. Deus sempre está de braços abertos para descer as graças aos que sofrem nesse mundo. Porque todo aquele que pede recebe, não benefício para esse mundo, mas consegue ser mais generoso, sabe viver como irmão e amar a justiça. Vivendo assim pede e achará, busca e encontrará, bate e será aberto a porta por onde Jesus passou. Depois ele nos dá coragem afirmando-nos, se nós são maus sabemos dá aos nossos filhos coisas boas e desejamos que eles sejam felizes, Deus sendo Pai misericordioso ouvirá as nossas súplicas e nos dá coisas melhores que nós aos nossos filhos. Aí vem o que é difícil para todos nós, pois só queremos receber primeiro para depois darmos àquele que nos ofertou. Devemos dar sem troca, mas servir sem ser servido. Esta é a lei e os profetas, isto é, a lei antiga uniu-se, aperfeiçoou-se no amor ao próximo. Não há mais o dente por dente; agora é amar a Deus e ao próximo. Quem odiar o próximo não está cumprindo a lei do amor, que é o próprio Deus. [Continuação na próxima]...

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 20ª PARTE.




Vigésima parte.
Continua Mateus: “Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. Por que olhas o cisco que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e assim verás para tirar o cisco do teu irmão.”
Uma pequena parábola cheia de metáfora e hipérbole. Um cisco poderá cair no olho de alguém, mas uma trave, não. Mas fazendo-se uma boa exegese compreenderá que o cisco simboliza a uma pequena falta, e é até mesmo perdoado, quando alguém comete; entretanto, outros que cometem pecado gravíssimo diante de Deus e dos homens não procuram se corrigir e ficam a criticar do irmão. Jesus chama essa atitude de hipócrita àquele que usa falar mal do seu irmão sem si corrigir primeiro. Eis a trave que impede entrar no Reino de Deus. Trave enorme os arrogantes, prepotentes, corruptos que perderam o caráter, a ética e a moral. É mesmo uma trave que bole com toda a sociedade e com a Igreja, que se chama Jesus Cristo. Esses são como os fariseus que criticavam de Jesus porque andava com os excluídos e comia nas casas dos pecadores. Eles se achavam justos, no entanto eram conscientes pecadores. Não tiravam a trave dos seus olhos. Eles, os fariseus, continuam no nosso meio até nos nossos dias atuais e sabemos quem os são.  Há dentro da igreja e fora dela vários que cometem esses absurdos com a língua a ferir quem tem menor erro. Mas os olhos deles continuarão com a trave e ficam cegos sem enxergar a luz dos ensinamentos do evangelho. E você, meu irmão, minha irmã evita a ser chamado de hipócrita? Então siga os conselhos do Mestre dos mestres, Jesus Cristo. [Continuação na próxima...].

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 19ª PARTE.




Décima nona parte.
“O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o seu corpo é iluminado. Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!” “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro.”
Estas duas pequenas parábolas, no evangelho de Mateus são bem ilustrativas para os seguidores de Jesus. A primeira fala sobre o nosso olho biológico, mas com sentido único de observar o maior mandamento de amor a Deus e ao próximo. Nesse caso, com essa lógica de cumprir os valores ensinados por Jesus, sobre a luz, não só, seu olho biológico, mas também o da alma estão cheios de luz. Ao contrário o seu olho e sua luz estão nas trevas, isto é, para esse mundo materialista, egoísta que só ama o teres e os prazeres, principalmente a pior: prostituição, escravização e venda de pessoas humanas em tráfico como objeto de compra e negócio para obter lucros. A outra é bem semelhante, pois, aqueles que fazem tráfico a vender pessoa como mercadoria, são aqueles que trocaram de adorar a Deus, seu senhor, para adorar o dinheiro. E o pior é que esse dinheiro é maldito, pois foi o lucro dos que ele vendeu no tráfico de pessoas semelhanças de Deus; são pessoas pobres, excluídas, que se transformaram em mercadorias. Porque o seu deus é o dinheiro. E quantas pessoas que afirmam crer em Deus e ser cristãs, amam mais as coisas desse mundo das trevas do que o nosso Deus, que é o rosto de Jesus crucificado na cruz para a salvação da humanidade! Infelizmente há muita gente dentro da igreja e fora dela, que faz do dinheiro seu deus para adorar. E nas orações pede a Deus melhora de vida econômica e se esquece de pedir a Deus a sua conversão como fora a do publicano Zaqueu. Muita gente segue não na barca de Pedro, mas no navio maior do mundo: o Titanic. Se esquece de que há colossais iceberg para dá fim aos que só vivem nos prazeres desse mundo sem usar o olho são cheio de luz! Vigiai, pois não sabeis a hora de sua escatologia. Os dos Titanic estavam vigiando? Quiçá estivessem alguns. [Continuação na próxima...].

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 18ª PARTE.


Décima oitava parte.
“Não junteis para vós tesouro na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouro no céu, onde não os consumem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.” Uma parábola pequena, mas de sentido profundo, principalmente, nos dias de hoje. Quantos de nós ficamos a correr sem trégua e sem descanso atrás desse tesouro, que não pertence ao Reino de Deus! Duas metafóricas palavras: a ferrugem e as traças. A ferrugem simboliza muitas coisas e uma delas é a ganância de acumularmos o que não serve nem para nós, porque não levamos. É como a ferrugem que estraga a entrada no Reino do céu, pois, para o coração que é morado do Reino de Deus, que é o próprio Jesus, que nos dá vida eterna, esse tesouro é como o ferro velho que só pertence à ferrugem. E Ele nos aconselha e nos explica dizendo-nos: “Ajuntai para vós tesouro no céu, onde não os consumem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Poucos de nós ajuntamos este tesouro eterno, que é a Sua sabedoria dos ensinamentos de amar-nos uns aos outros como irmãos em Cristo Jesus que sempre nos ama. É ouvirmos os seus ensinamentos, aprendermos e colocarmos em ação a servir aos nossos irmãos excluídos e marginalizados por uma hipócrita sociedade individualista e egoísta, que aprendeu com o mundo das trevas a ser irmão do outro somente biologicamente. E o maior erro e muito mais grave ainda, são aqueles que consideram sendo irmãos, àqueles que pertencerem a suas ideologias religiosas, como se Jesus mandasse ou ensinasse os seus apóstolos e discípulos criarem instituições e construções de igreja de pedra, para depois colocar bem na frente o nome escolhido por eles para atraírem multidões com o nome falso daquele que morreu pela humanidade derramando o seu santo sangue; porque nos amou primeiro e ama, mesmo sendo o pior pecador. Esse tesouro que Jesus fala é luz do Espírito Santo; é o dom que cada um recebe para desenvolver e dá frutos para Deus, que são as obras de misericórdia, a caridade. Alguém perguntou a João quem é Deus. E ele respondeu: “ame é verá quem é Deus, porque aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. E continua ele na mesma epístola: “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso, porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê”. Quer amar a Deus? Então guarde este tesouro que diz a pequena parábola, no evangelho de Mateus. Ir à igreja rezar ou assistir à celebração eucarística é bom e salutar, porém, saia de lá com este tesouro que nos conta essa pequena parábola que os ladrões nunca poderão roubá-lo. [Continuação na próxima]...

terça-feira, 5 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 17ª PARTE.




Décima sétima parte.
Continua Mateus. “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto do vosso Pai que está no céu.” Essas boas obras perante a sociedade são dos que querem aparecer bonzinhos como fazem os políticos para tirar proveito do dá lá dá cá. Aquele que dá esmola desse tipo de recompensa, aqui na terra, ou lucro, não é a de Deus e sim as dos homens. Há uma passagem no evangelho de Marcos que Jesus sentou-se diante do cofre de esmola e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias. Chegando uma pobre viúva lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante. [Quadrante era a quarta parte de uma moeda romana, que não tinha muito valor, talvez fosse como uma notinha que só dá para comprar um pão e uma xícara de leite]. Jesus chamou os seus discípulos e disse-lhes: “Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre, porque todos deitaram do que tinham em abundância; - de seu supérfluo - esta, porém, pôs da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento.” Que belo exemplo deu esta pobre viúva, que os olhos de Jesus brilharam contentes vendo a ação nobre e sem um pouco pensar em si mesmo o que iria se alimentar ao voltar para sua casa! São Francisco de Assis agia assim, não em templo de pedra, mas de carne e osso aos famintos. Quem de nós age como essa pobre viúva para ofertar a Deus o último centavo que tem e ficar na indigência? Pois a caridade não é mais do que amor. Esta pequena palavra difícil para ser praticado por nós, principalmente nos dias de hoje do consumismo e das competições financeiras; e muitas vezes na busca por bons empregos salariais. [Continuação na próxima...]

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 16ª PARTE.





Décima sexta parte.
Continua Mateus. Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar  teu inimigo. Eu, porém, vos digo: “amai os vossos inimigos, fazei o bem a quem vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Desse modo sereis filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente o que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazei de extraordinário? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” Que fortíssima crítica, aqui nessa perícope, que Jesus faz a muitos fariseus de ontem e de hoje! Quem é cristão não pode viver como os citados nessa perícope. Aqui não há meio termo. Ou é cristão em oração, ação e amor ou não o é. Ou aceita ser perfeito como o Pai o é, ou não o é. Melhor seria aprender ser humilde e puro de coração a praticar o fariseísmo como joio sentado no banco da igreja ao lado de quem é trigo. Vou lhes dizer uma coisa. Dia desse eu estava a conversar com três amigos, quando se aproximou um de nós e disse: Bom dia, irmão, e o abraçou. Olhou para o outro e disse-lhe: e você, irmão, como vai? E ao outro e você irmão e abraçou alegremente a todos que ele considerava irmão, mas a mim, não. Nem bom dia me deu. Fiquei em pé e perguntei aos três amigos: Ele é irmão seus? Responderam-me. Não, é irmão de igreja. Eis aí a resposta do que cita Mateus: publicanos e fariseus e somente é irmão de quem pertencer a sua igreja. Aqui não falo de certos evangélicos, mas de certas pessoas que são católicas das instituições pentecostais com o nome de carismáticos, pois, a minha filha, no seu trabalho, entrou uma desse movimento carismático e deu bom dia a ela, mas para as outras foi diferente: bom dia irmãs. Tudo bem? Minha filha para ela, embora seja católica, mas não carismática, não era irmã nem de igreja e nem de fé delas! Quem são elas? Quem são os que se dizem cristão procedendo desse jeito antagônico aos ensinamentos das bem-aventuranças, são exatamente das seitas farisaicas. Não querem a perfeição que Jesus nos chama para sermos perfeitos como o Pai do céu. São como os publicanos que eram considerados pecadores e ladrões abominados pela classe sacerdotal e farisaica. Eram sugadores de impostos e se enriqueciam à custa dos pobres e ricos. Mas Jesus converteu a muitos deles, inclusive Mateus. Outro que nos dá exemplo é Zaqueu, que se arrependeu e devolveu o quádruplo do que tinha roubado e o resto distribuiu aos pobres. Ele era um cobrador de impostos. Essa é que é a verdadeira conversão: renegar tudo e seguir o Cristo caminhando em seu caminho da libertação desse mundo materialista e de muitas dissensões, na política, na sociedade e nas religiões. Mas afirmo que a Igreja Católica Apostólica não ensina essa maneira de procedimentos de alguns católicos carismáticos. São coisas que querem adulterar o sentido cristológico para a vivência anticristã. A Igreja Católica é ecumênica e pede que todos os católicos se aperfeiçoem no dom que o Espírito Santo dá a cada um, mas para vivermos como irmão e irmã, mesmo os que não são católicos ou pertencem a outras religiões. Pois Jesus morreu para a humanidade e não por religião nenhuma. Deus é Pai de toda humanidade e ama a todos sem exceção. Nessa perfeição a que somos chamados, é a mesma que Deus o é para todos. Faz o sol brilhar para bons e maus, o ar que respiramos e a chuva que derrama sobre todos nós sem exceção. [Continuação na próxima...].

domingo, 3 de agosto de 2014

MINHAS FIGURAS E MEU CRISTO. 15ª PARTE.




Décima quinta parte.
Continua Mateus. “Ouvistes o que foi dito aos antigos: não jurarás falso, mas cumprirás para com Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. A Lei antiga, isto é, o Antigo Testamento nos livros do Pentateuco. Jesus dá uma nova interpretação com base no amor. Para Jesus sem amar o próximo é não amar o próprio Deus. Quem comete falso testemunho ao outro seu semelhante e odiar ou deixar de amar, nisso está praticando contra o próprio Deus. A gente ouve gente dizer: Tenho fé em Deus que ele vai para o inferno; é o que ele merece. Como se ele fosse Deus para determinar a salvação ou a condenação. Anda afirma que tem fé em Deus aquele que te ofendeu irá ter uma morte eterna. Se esqueceu esse ou aquela que devemos amar e orar por aqueles que nos perseguem e nos ofendem. Não jurareis nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, Jesus Cristo. Essa Jerusalém simboliza o céu. Há muita gente que passa a sua vida inteira a jurar. Praguejar, maldizer das coisas e de pessoas que ele não gosta. O pior é que se diz cristã. Continua Mateus. “Tende ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém vos digo: “não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado.” Bem, é claro que aqui há muitas metáforas e hipérboles, mas não podemos interpretar ao pé da letra, mas fazendo uma boa interpretação dessas perícopes segundo Mateus. A primeira é bem compreensível. Jurar, praguejar, não é ação de quem aprendeu amar e a perdoar. A segunda é ser manso, calmo e não violento; saberá perdoar aquele que lhe feriu. É ação nobre e de coração puro do cristão que age assim. É óbvio que ninguém irá da a sua outra face para o outro continuar a lhe bater, pois ninguém é tão bobo assim e Jesus não mandou ninguém se portar assim. Se trata de não ser violento. Aqui foi abolido o dente por dente, olho por olho, mas amar e perdoar quem o ferir.
[Continuação na próxima...].