sexta-feira, 25 de setembro de 2020

 

SAUDADE É UMA DOR INTERNA, QUE NÃO HÁ MÉDICO PARA CURÁ—LA.

Crônica por Honorato Ribeiro dos Santos.

Eu sinto esta dor, quando eu me lembro de tantos amigos que tive, por onde eu andei e por onde deixei o meu rastro como um artista, e ora como artífice. Nunca me esqueci de nenhuma deles. Guardo as suas fisionomias e suas perspectivas vivas que me dá uma dor que não há médico que possa curá—las. Em outros países que não falam o nosso idioma, não sentem saudades de ninguém e eles não conhecem esta palavra tão doce que se chama saudade. A palavra que eles sentem por alguém se chama lembrança. Lembrança não sente dor nenhuma de alguém que amou ou foram seus amigos. Existem duas palavras que a gente confunde uma com a outra: Amar a, ou gostar de. Vou descrever cada uma delas e verão a diferença enorme de uma para a outra. A primeira é amar, que é um verbo.  Verbo amar da primeira conjugação terminada em ar. Amar alguém não é apaixonar por alguém. Amar é mais profundo e mais difícil de destruir, pois quem ama sabe sofrer com paciência e não vê defeito nenhum naquele que ama. Tudo é belo, tudo é gostoso, tudo é como perfume de olor. Tudo finda, tudo acaba, mas o amor permanece no coração daquele que ama. Vou repeti uma frase que encaixa bem no que estou escrevendo sobre o que é mesmo amor. “O amor é como o sândalo, que perfuma o machado que o fere”. Eu escrevi numa tabuazinha esta frase, e vendi para muito muita gente: “Sede como o sândalo, que perfuma o machado que o fere”. E nesta tabuazinha eu fabriquei um machado com o cabo e um pedaço de madeira e o machado ficado na madeira, como se estivesse cortando—a. Eu envernizei e preguei na tabuazinha o pedaço de pau e o machado e o povo comprava e punha na parede da sala. É uma boa filosofia de vida. Parece bem com o conselho que Jesus nos deu: “Se lhe bater na sua face direita, dê a esquerda”. Isto é, não revisa o tapa, que alguém lhe deu no seu rosto. Isto significa que o amor é para quem sabe perdoar, quem sabe viver com amor. Lembro-me que a irmã Dulce em Salvador, capital da Bahia, saiu a todo comércio pedindo ajuda para criar e educar com amor e dedicação; o que ela criou, educando crianças pobres e jovens abandonados daquela capital baiana. Ela em sua vida não soubera o que é sofrimento, mas dos outros ela sentiu o tempo todo o que o Vaticano já considerou como santa Dulce dos pobres. Certa vez ela chegou a uma loja de um rico e pediu--lhe ajuda para seus garotos pobres. O sujeito obtuso cuspiu no rosto dela e disse-lhe: Olha aqui a Judá que você está pedindo. Ela, calmamente, tirou o lenço, e enxugou o rosto e disse para o sujeito: Esta esmola é para mim, mas estou pedindo para meus filhos pobrezinhos, e saiu. A resposta de amor que ela respondeu àquele mal educado, sentiu vergonha e saltou o balcão e correu atrás da irmã Dulce, pediu-lhe perdão e deu o dinheiro a ela e disse-lhe: Todas às vezes que a senhora sair pedindo ajuda para seus filhos pobres, não se esqueça de passar lá na minha loja, que sempre estarei para lhe ajudar. O amor transforma o coração de pedra em coração de carne. O amor transforma o mau em bom e transforma o imperfeito no perfeito. Não há explicação para explicar o que é amar alguém, mesmo sendo seu inimigo. Eu aprendi perdoar os que se tornaram em meus inimigos sem que houvesse nenhuma discussão ofensiva ente mim e eles. Eu oro para que eles se convertam e reconheçam que somos caveiras iguais e o dono de nossa vida se chama Deus. E digo como São Paulo: “O meu viver é Cristo, e morrer para mim é lucro”.

 

SOMOS DESCENDENTE DO MACACO?

Por Honorato Ribeiro dos Santos.

Dizem que o homem nasceu com rabo e andava como o macaco. Anos depois, o macaco desenvolveu-se e se tornou humano. Mas alguém fez um teste para saber quem era mais inteligente; o homem ou o macaco. Colocou-se um cacho de banana madura dependurada e amarrada num caibo num quarto fechado e uma criança e um  macaco. Ao lado da criança havia um banco. O macaco pulava constantemente para pegar a banana e não conseguia. E a criança ficava somente observando o macaco pular, mas não alcançava tirar sequer uma banana. Depois de muita hora, a criança pegou o banco, subiu nele e tirou a banana comeu e tirou outra par o macaco que comeu. E assim foi provado que entre o homem e o macaco há uma enorme diferença e uma enorme inteligência. O homem criou a tecnologia empírica e chegou a moderna. O macaco não criou nenhuma e sim a sua própria natureza que todos os macacos são iguais em sendo um animal quadrúpede e jamais construirá sua casa ou palácio para morar. Ele não deixará o seu habitat e nem deixará de ser macaco nem sendo a semelhança de Deus. Já não se acredita nesta hipótese mais hoje. Cada animal nasceu com sua própria inteligência, mas só sabe fazer aquilo que todos fazem, como o João de barro, que só sabe fazer a sua casa e todos fazem semelhantes. O homem é o rei da Terra, mas não aprendeu a ser irmão um do outro sendo filho do mesmo Pai criador. O homem poderá até voar sem asas e sem avião, se soubesse usar a potência que ele tem no cérebro. O homem nunca usou dois terços da capacidade do seu cérebro. Porque ele nunca deixou de ser egoísta. Esta peste é que mata o homem a querer ser Deus. Existe o salmo 80, se não me engano, que afirma em um dos versículos: “Vós sois deuses.” E Jesus questionando com os fariseus que criticavam dele, dizendo—lhe que ele dizia ser Deus. Foi assim que Jesus deu—lhes a resposta: Nunca leste o salmo que diz: Vós sois deuses?  E realmente o salmo 80 diz: Vós sois deuses. De fato o homem com sua nova tecnologia, principalmente na área da medicina, faz milagre. O homem não era mais a fabricar armas bélicas, nem a fazer guerra contra nação nenhuma. Ele criou a ONU, mas nada adiantou, pois a ONU não tem poder de acabar com a guerra no nosso Planeta. As dissensões aumentam cada vez mais. Cada um cria um deus do seu prazer e do seu querer ser dono do outro e proprietário do outro, e fica difícil a vida na Terra. Quem é que não tem inimigo? Quem é que não tem quem fala mal de ti? Tu és e eu sou diferente e insubstituível.  A maior inimiga do homem é a morte, pois ninguém escapa dela. E ela apareceu porque o homem quis ser maior do que Deus. E ela disse: Vamos ver se você será capaz de me destruir! Eu sou aquela que ando no seu calcanhar dia e noite e faço você ser o que não pode: Deus. O meu nome é tentador. Eu disse que o meu texto não é de religião, mas é a nossa história, queira o não queira. Eu já nasci no vente de minha mãe, como pecador. Mas faço esforço para ser menos pecador e me aperfeiçoar dia e noite. Como diz Mário Sérgio Cortella: Ninguém nasceu pronto.   

domingo, 13 de setembro de 2020

 

OS DOIS IRMÃOS INSEPARÁVEIS.

CRÔNICA POR HONORATO RIBEIRO DOS SANTOS.

Na nossa vida cotidiana vivemos de amor e perdão. Quem ama sabe perdoar e esquecer as mágoas e as dores tão sofridas e as cicatrizes que lhe fizeram quais punhais que fere e mata. Quem ama sabe perdoar de coração, sabe esquecer as calúnias, sabe esquecer a malvadez que lhe fizeram, pois o amor apaga e nasce como uma flor que desabrocha em perfume; o amor é alvo como o lírio do campo. O amor sem justiça é falso amor, é falso porque não é imaculado, não é perfeito. Tudo poderá acabar, mas o amor permanece firme. Quem ama sabe sofrer calado sem ninguém saber. O amor não há mancha nenhuma, porque ele não tem ciúme, nem inveja, nem odeia a ninguém só sabe perdoar para manter o amor cândido, alvo sem mancha nenhuma. Todo se acaba, tudo se termina, tudo desaparece, mas o amor permanece. O amor constrói, o ódio destrói, o amor sabe amar e perdoar, o ódio não aprendeu amar nem perdoar. Ele é cheio de ciúme e quer ser dono do outro e tira a liberdade do outro. O ciúme destrói família, a amizade, e o convívio e enche de tristeza a pessoa que não é amada pelo que quer lhe possuir somente pelo prazer sexualismo. Depois que acaba de usar o prazer carnal, desaparecem até a amizade e o carinho. Tudo é falso, tudo é engano, tudo é mentira. Por isto tem casal que casaram no religioso e no civil, mas não são casados, apenas dois corpos morando debaixo de um telhado sem a dialética, sem o diálogo e sem o amor. Tudo é destruição sem comunhão. O lar é sagrado enquanto houver amor. Quando não há amor é lar improvisado e não autêntico, pois não há amor. O lar não poderá ser improvisado, porque não houve amor recíproco entre os dois; o sim dos dois foi um sim mentiroso e falso. Então não houve casamento. Há muitos que se casaram, mas não são casados, porque não há compreensão, amor e perdão entre os dois. O amor não aceita divórcio, porque o amor é perpétuo, nunca se acaba. Jesus compreendendo o que é realmente amor entre o homem e a mulher, Ele disse esta linda frase: “Quem Deus uniu, não separa o homem.” O divórcio mostra que os dois não se amavam. E se não amavam, não houve casamento, pois este não poderá se separar. Os que se separaram, é porque não houve amor recíproco; e se não houve amor recíproco, não houve casamento. Complicado não é mesmo? Por isto um compositor escreveu a letra de uma música que diz: “Casamento é loteria, pra que, pra que, que fui casar...” O amor é como o colibri que suga o néctar da flor e deixa—a viva e radiante. O mundo precisa descobrir o amor, a fim de que volte a ser o paraíso como foi feito. Deus não fez a morte. A morte foi trazida ao mundo pelo homem; e é a primeira historia do homem a destruir o amor fraternal; um irmão matou o outro e este foi o primeiro fratricida, porque não soubera amar. O ódio é o destruidor do amor. O homem tem dificuldade de amar, porque lhe falta o amor no coração. Tudo acaba, tudo finda, mas o amor permanece, porque o amor é o próprio Deus. O amor é caridade, pois sem caridade não poderá conhecer Deus. O amor ao próximo se conhece pela caridade e caridade não é ter dó, ter pena de alguém, é muito mais profundo, pois o amor é o Céu, mesmo vivendo aqui na Terra.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

 

OS DOIS IRMÃOS FRATRICIDAS.

Por Honorato Ribeiro dos Santos.

Carinhanha tem um povoado que tem o nome de Angico. Fica à margem esquerda do Velho Chico. É o povoado mais próximo da sede. Mas houve uma luta entre dois irmãos que amarram a camisa cada um e cada puxou a faca e começaram a luta de ódio entre os dois irmãos. A barbaridade foi tão grande que acabou os dois morrendo esfaqueados. Pois as camisas estavam amarradas e nenhum deles poderia fugi. Não se sabe a causa da luta dos dois irmãos. Quem vai pela estrada de Carinhanha a Angico, a gente vê as duas sepulturas e as duas cruzes fincadas nelas. É uma história que se lembra ao ver as cruzes na sepultura de cada irmão fratricida. Estas cruzes estão na beira da estrada de Carinhanha a Angico, município de Carinhanha. É uma história triste e ninguém sabe o porquê desta loucura de ódio e de vingança entre os dois irmãos. Não sei quem são os pais e nem parentes e aderentes deles. Só sei que houve deveras esta luta entre os dois irmãos, que resolveram amarrar a camisa uma e do outro, a fim de não fugir ou para não escapar da barbaridade e ódio entre eles. A briga não se sabe o porquê e nem a loucura de amarrar a camisa uma na outra. Teria que se esfaquear os dois sem desistir e escapar-se. Venceria quem fosse o mais forte. O ódio um do outro foi a maior barbaridade que já houve. A história é triste e sem resposta dos irmãos fratricidas. A história que se ler na Bíblia de Esaú contra o seu irmão Jacó, foi porque ele, Esaú vendeu a sua primogenitura pelo prato de lentilhas. Mas, aqui nesta história dos dois irmãos fratricidas, não se sabe o que passou na cabeça de ambos essa loucura. Só sabe que encontraram os dois mortos e as camisas amarradas uma a outros e ambos picados de faca e cujas facas encontraram ao lado dos corpos. Foi uma decisão bárbara entre os dois irmãos que todo o mundo ficou chocado. Quando um irmão mata o outro irmão e chamado de fratricida. Foi o que aconteceu. Os dois foram fratricidas. Etimologicamente esta palavra vem do latim: Frater é irmão, Cida é matar alguém, fratricida é matar o próprio irmão de pai e mãe.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

 

MINHA TERRA MINHA VIDA

Por Honorato Ribeiro dos Santos.

Carinhanha já foi o maior município do Brasil, ainda sendo Vila de São José de Carinhanha. O seu nome veio de idioma indígena que significa Loca de Sapo. Esta é a primeira origem. A outra veio do nome do rio, que é afluente do Rio São Francisco. Este rio que nasce no planalto de Goiás havia muitas arinhanhas, daí foi se transformando em Carinhanha. Arinhanha é uma espécie de cachorrinhos que tem sua cauda como a pá de um remo, que e também conhecido por “lontra.” Dizem que foi um português por nome de Manoel Nunes Viana, que em 1711, fundou um povoado, construiu uma capela, e escolheu como padroeiro, o Glorioso São José. Em 17 de agosto de 1909, tornou-se cidade e sendo o primeiro intendente, o coronel Francisco Luiz da Cunha, conhecido por Chico Timóteo. E assim, Carinhanha foi governada por vários intendentes, que eram nomeados politicamente até o ano que em todo o Brasil houve eleição e quem teve mais voto foi eleito como prefeito em 1947 e governou até o ano e 1951, o prefeito Alípio José de Moura. E a minha terra não teve muita sorte em ter um prefeito que a desenvolvesse contendo várias empresas e com bons empresários. Continua a dormir a espera do “porvir de heróis de capacidade’ como reza o seu Hino pelo autor que ora está escrevendo a sua história. Tempos idos a cidade ganhou o maior presente de educação. Foi a criação do Ginásio São José. Que funcionou na casa da careta, arquitetura de Arte Barroca. Foi assim que Carinhanha desenvolveu, pois vieram jovens de várias cidades estudarem aqui. Vieram de: Correntina, Santa Maria da Vitória, Coribe, Cocos, Feira da Mata, Paratinga, Bom Jesus da Lapa, Manga, Matias Cardoso, Itacarambi, e os estudantes daqui, iam estudar em Januária. Depois que criou o Ginásio São José  eles transferiram suas matrículas para aqui. Carinhanha perdendo as Vilas como Malhada, Cocos e Coribe, reduziu—se no que é hoje. Mas ela não cresceu economicamente e nem se desenvolveu com prédios de andares e comercialmente é pobre. Tudo agora vem de fora, mas perdeu uma grande riqueza comercial: Os vapores e as barcas a motor que traziam muitas novidades e corria dinheiro à beça. O Rio São Francisco não é mais aquele Rio que ligava cidades e os caixeiros viajantes vinham nos vapores trazendo suas amostras de tecidos para os donos de lojas.Ganhavam dinheiro os garotos vendendo suas quitandas, os que tinham carro de boi, os carregadores  de saco de arroz, feijão, rapadura, açúcar de forma e refinado, cachaça Caribé e Dominante e outras bebidas alcoólicas; banha de porco e tocinho que vinham nas tropas de burro conduzidas pelos tropeiros de Cocos e Coribe. Era o tempo que Carinhanha corria muito dinheiro; ainda havia a usina de algodão com fardo de cem quilos de José de Oliveira Lisboa e a de João Martim que vinha de Ramalho no caminhão de Isidório Martins. E depois veio Raimundo Boiota que comprou um caminhão e ele mesmo dirigia e trazia fardos de algodão do Ramalho e descarregava no cais para os vapores levarem para Pirapora e de lá para São Paulo de trem de ferro, a Maria Fumaça. Era a industria do ouro branco. Hoje só ficou a lembrança e Carinhanha empobreceu. Muitos homens ricos filhos daqui foram se embora. Uns foram para Belo Horizonte e outros para Salvador e São Paulo.