sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Meus contos.


MEUS CONTOS.
Honorato Ribeiro dos Santos.

1º Um dia eu entrei na Catedral de Salvador e fiquei emocionado ao ver tanta beleza em arte de ouro: as paredes revestidas de ouro, o Altar Mó, anjos. Que beleza, mau Deus! Que riqueza!...Quando saí, deparei-me com um mendigo que estirou a mão para mim, pedindo-me uma esmola. Eu o dei. Foi então que a minha consciência disse-me: “Que felicidade!” Encontrei-me com Jesus à porta da Catedral!

2º Certa vez eu fui à Basílica de Nossa Senhora Aparecida e vi multidão de gente de todas as partes do mundo para: uns pagando promessas, outros agradecendo as graças recebidas e outros visitando a santa padroeira de Brasil. Eu, que sou devoto da mãe de Jesus e nossa mãe, ajoelhei-me e fiz a minha oração. Sempre fitando a imagem representativa simbolizando a Virgem de Nazaré. A santa estava com uma veste toda  ornada em ouro; e, em sua cabeça uma linda coroa de ouro. Foi então que a minha consciência disse-me: “Maria, a mãe de Jesus, usou vestimenta ornada de ouro?! E ela possuía em sua cabeça uma coroa de ouro? Ela não era a pobrezinha de Nazaré?”

3º  Um dia eu estava sentado num banco do jardim da capital mineiro, quando vi três homens discutindo entre si religião. Cada um citava em sua ideologia religiosa capítulo e versículos da Bíblia, mas nenhum convencia o outro. Ao lado deles estava um homem deitado enrolado em uns jornais. Foi então que a minha consciência disse-me: “Levanta-te, seja um samaritano.” Eu levantei-me e disse àqueles homens em polêmica: Ajude-me socorrer esse homem. Eles olharam para mim e se afastaram. Então eu o agarrei e pu-lo num carro e o levei à Casa de Misericórdia.

4º Numa grande praça, havia um lindo jardim com lindas flores multicor todas perfumadas. Olhei e vi cinco homens falando sobre Deus. Conversaram alegremente. Eram: Um judeu, um budista, um católico, um evangélico e um maometano. Depois despediram-se e cada um foi à sua igreja. Então a minha consciência disse-me: “Por que não constroem uma única igreja aqui, nesse jardim?” “Se Deus está aqui e não O viram!”

5º Um dia eu fui assistir a umas palestras de quatro padres teólogos. Um da ala conservadora, outro da ala carismática pentecostal, outro da ala progressista e outro da ala da teologia da libertação. O primeiro a falar foi o da ala conservadora: O pecado está crescendo gigantescamente e o inferno não vai caber tanta gente. As mulheres perderam o pudor e os homens perderam o caráter e a moral. Usou da palavra o da ala carismática pentecostal. Começou a entoar um hino em louvor a Maria e falou dos milagres de Jesus e a interseção de Maria. Usou da palavra o da ala progressista. Falou da importância e valorização dos jovens; na evangelização em massa para a transformação dum mundo melhor onde haja justiça e respeito ao ser humano. Usou da palavra o da ala da teologia da libertação. Cristo está decepcionado com os cristãos, principalmente, aos que assumiram o presbitério para anunciar a Boa Nova. Não está havendo mais a luta pela igualdade, dos direitos de ser pessoa humana e a espiritualidade está morrendo aos poucos e as injustiças se alardam impunemente. Eu prestei atenção a todos. Porém, a minha consciência disse-me: Dos quatro palestrantes quem se pareceu com Jesus?


6º Um dia, sentado em minha rede comecei a pensar: Que me dera eu tivesse um palacete, carros e muito dinheiro no banco, eu seria feliz. No outro dia, às mesmas horas, sentei-me na rede e pensei: Que me dera eu fosse um famoso astro com muito dinheiro, seria feliz. No outro dia, às mesmas horas, sentei-me na rede e pensei: Que me dera eu fosse um turista a viajar pelo mundo inteiro... Bem que eu seria feliz. Foi então que a minha consciência disse-me: “Você só será feliz se viver como o Mestre dos mestres, que mesmo pregado numa cruz, sendo maltratado, humilhado soubera perdoar os seus algozes”.

7º  Um amigo meu um dia me queixou: Meu filho está bastante doente e já o levei a muitos médicos e não sarou. Então eu fiz uma promessa ao Bom Jesus, se Ele sará o meu filho eu vou lhe ofertar uma novilha. Então eu lhe perguntei: E se seu filho não sará? Respondeu-me: não pagarei a promessa e não darei a novilha. Depois foi embora. Então a minha consciência disse-me: Que grande chantagista! Jesus curou tanta gente nunca cobrou de ninguém e continua a curar e não cobra.

8º Quando eu não sabia bem o que era ser religioso, convidei uns amigos para reconstruir uma igreja que estava preste a ruir. Começamos erguê-la achando que eu estaria fazendo a vontade de Deus. Mas, um dia, eu assistindo à missa do domingo, o padre em sua homilia explicava aos fieis: Quem é a igreja de Jesus Cristo? É igreja de pedra? Não, meus irmãos. A verdadeira igreja de Cristo somos todos nós. Somos templo de Deus vivo e Ele habita em nós. Por isso devemos valorizar essa igreja humana onde habita Deus. Então a minha consciência disse-me: “Quantas igrejas humanas estão em ruínas e você se preocupando com igreja de pedra!”

9º Um dia eu vi um jardineiro molhando um jardim público de uma cidadezinha do interior da Bahia. Ele era um homem forte, alto, cor branca, olhos azuis, cabelos loiros. Eu me aproximei dele e lhe perguntei: O senhor é daqui mesmo? Ele me respondeu sorridente: Sim. Como se chama? Respondeu-me: Eu me chamo Joel. Joel?! Sim senhor, respondeu-me. Então é o senhor que me disseram que fala inglês fluentemente? Sou eu mesmo, respondeu-me. Como foi que o senhor aprendeu falar fluentemente o inglês se é um simples jardineiro? É porque o meu pai era inglês e ele me educou primeiro falando inglês. E onde seu pai mora? Ele faleceu há muitos anos e minha mãe também, respondeu-me. E sua mãe também era da Inglaterra? Ele me respondeu: Não. A minha mãe nasceu aqui. Meu pai veio para o Brasil e acabou vindo para morar aqui. Ele era engenheiro. A única coisa que herdei de meu pai foi a cultura inglesa e seu idioma. E esta está pra morrer, pois não tem ninguém com que eu possa falar o inglês. Então a minha consciência disse-me. “Se este homem nascesse na Inglaterra seria um engenheiro e bem mais valorizado e falando o idioma ensinado por seu pai já que aqui ele não fala, embora saiba falar.”.

10º Um dia eu fui visitar a usina elétrica, na barragem de Correntina com uns amigos. O guia nos levou e nós descemos até o último andar onde fica a máquina geradora de energia. Ele nos explicou detalhadamente como funcionava tudo. Depois, subimos. Lá em cima havia um grande salão e um grande quadro que informava qualquer defeito que houvesse e onde fosse o defeito ali aparecia no quadro. Todos nós ficamos impressionados com o avanço tecnológico e com o operador eletricista. Foi então que a minha consciência disse-me: “A tecnologia mais perfeita foi a que Deus criou: O homem inventor. Sem o homem não haveria tecnologia; e sem Deus não poderia existir o ser humano”.

11º Lendo a história da evolução senti uma voz que me dizia: “Deus existe”. Mas Charles Darwin com a sua teoria de evolução vai de encontro ao livro do Gênesis. Mas Hugo De Vries com sua teoria das mutações chocou com a ideia de Darwin. E Theodor Schwann afirmou que tudo é formado de células, criando a teoria celular. Mas Louis Pasteur deu novo alento à bacteriologia, fazendo ver a todos que a vida só pode prover de um ser vivo. Com essa afirmação de Pasteur contraria a teoria da geração espontânea; é chamada a lei da biogêneses. Foram muitos filósofos cientistas que buscaram novas teorias da existência de seres animais na terra. Até que finalmente chegaram a afirmar que tudo que existe provém de um ser criador da vida. Então a minha consciência disse-me: “E esse criador da vida é Deus.”

12º Nada eu trouxe como pobre cheguei. Logo, recebi gratuitamente: o ar para eu respirar e viver, o sol para me aquecer, tudo da mãe natureza, que vem do campo, a inteligência, a luz dos olhos para enxerga o céu estrelado e o horizonte infinito. Percebi que sou rico, pois sou semelhança de Deus. Então, surgiram em mim dois mundos: O do bem e o do mal. Tive de escolher qual dos dois é melhor para mim. Luto para que em mim seja destruído o mundo do mal. Mas ele é forte, pois fomenta o acúmulo de riqueza, o egoísmo, a prepotência, a arrogância e o materialismo. Mas a minha consciência disse-me: “Você não vai agradecer a riqueza que recebeu gratuitamente do criador? O que você vai levar de volta para quem o criou? Calei-me e refleti e disse a mim mesmo: “Levarei o bem e o mal.” Deus queira que o bem que fiz praticando a caridade destrua todo o mal que fiz.”

13º Apareceu Hitler no campo de concentração: assassinou milhares de judeus e queria dominar o mundo com seu reinado à força. Não podendo dominar, suicidou-se. Mas seus comparsas quiseram continuar, mas veio a descoberta da bomba atônica e lá foram destruídas duas grandes cidades: Hiroshima e Nagasáki. Não parou o terror: destruíram as Torres Gêmeas matando milhares de pessoas inocentes. Veio a paz acompanhada de leis humanas: Os pais não podem mais educar com a pedagogia da palmatória, com essa ninguém morreu e nem se transformou em marginal. Retiraram das escolas a religião que fala em Deus. Expulsaram-No das escolas. Então a minha consciência disse-me: “Por que a Bíblia não tem mais valor pedagógico, que ensina a moral, a ética, o respeito e o amor?” E eu respondi-me: Porque mataram o AMOR crucificado numa cruz.

14º   Certa vez eu assistir à palestra de um padre teólogo que afirmava ao grupo de casais sobre o casamento. Dizia ele: “Há muitos casais que casaram no religioso e no civil e já vivem 40 anos, mas não estão casados.” Há também outros que estão casados há muitos anos no religioso e não estão casados. Há outros que estão casados somente no civil, muitos anos morando juntos, mas não estão casados. Existem muitos que não são casados nem no religioso, nem no civil e estão verdadeiramente casados. Porque se amam. Sem amar reciprocamente, doando um ao outro, não há casamento. Então a minha consciência disse-me: “Onde há amor e a caridade, Deus aí está”.

Honorato Ribeiro dos Santos.

FIM.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

OS JAGUNÇOS NOS TEMPOS DOS CORONEIS.


OS JAGUNÇOS NOS TEMPOS DOS CORONEIS.
Do livro  CARINHANHA DE ONTEM E DE HOJE
De Honorato Ribeiro dos Santos.

Quincas de Mariana, assim conhecido por todos, era um sujeito forte, de cor morena, sangue frio, cabelos lisos, medindo 1.68m de altura, de fala fina e plácida, dando as características de pessoa pacata e não violenta. Mas, que, na realidade, era perigosíssimo e de mau caráter ao extremo. Fui um dos tantos jagunços sanguinários, nos tempos do “Barulho do coronel João Duque”, aqui em Carinhanha, cidade ribeirinha do rio São Francisco, divisa de Minas com Bahia, pelo rio Carinhanha. Esse jagunço, Quincas de Mariana, tinha cometido vários crimes. Uma das vítimas dele foi Rodrigues que ele assassinou friamente e nada aconteceu contra ele. Depois de ter assassinado a Rodrigues ele assassinou a sua própria esposa. Quando descobriram esse crime absurdo, o coronel João Duque soubera do ocorrido mandou o prender. Mas o Quincas achou que ainda tinha prestígio junto ao coronel, mas se enganou evidentemente. Foi preso e condenado. Antes de ele assassinar a sua esposa, já havia assassinado a Pedro de Tila covardemente e fugiu para a cidade de Manga, em Minas Gerais. Deixou a viúva carregada de filhos, ainda menor de idade. Esse crime ficou em pune. Passado tempo depois, ele se integrou  ao grupo de jagunços no barulho de 1919. Tempos em que Carinhanha viveu a sua história mais negra entre os filhos de terra. Os que apoiaram o coronel João Duque ficaram; os contras fugiram e outros morreram. Era a política de ódio pelo poder político dos coroneis de patente comprada da “GUARDA NACIONAL”. Houve muitos espancamentos, prisões injustas, tudo era resolvido à bala. Quem não quisesse morrer teria de correr com a única roupa do corpo. Muitos dos filhos dessa terra não voltaram mais.
Havia outro jagunço por nome de Zé Baiano, que assistiu ao assassinato do Quincas contra a esposa do mesmo. Zé Baiano contou para a esposa do coronel João Duque e ela vestiu-se disfarçada de vaqueiro e montou no cavalo e saiu depressa para contar a seu marido, o coronel João Duque o que havia acontecido. Ao saber do assassinato, o coronel, imediatamente, mandou prendê-lo. Quando o Quincas chegou preso, pensou que o coronel iria lhe dar apoio; soltaria imediatamente, mas se enganou. Foi preso e enviado para Salvador. Decepcionado disse para o coronel: Pode esperar, coronel, que vou vingar de você. Mas não voltou mais a Carinhanha.
Chegou a Carinhanha, vindo de Itacarambi-MG e se aliou ao coronel João Duque, o Chico Meira, com a alcunha de Coaçu. Esse foi um dos jagunços muito perigoso. Com o apoio do coronel João Duque, fez Álvaro Oliveira, homem íntegro, coletor federal, expulsando-o. Esse Chico Meira foi à casa do coletor e disse-lhe: Álvaro, dou-lhe 24h para sumir daqui. Se caso não for embora daqui, será um homem morto. Álvaro, que já o conhecia muito bem, arrumou as malas e foi para Bom Jesus da Lapa.
Um tenente vindo de Salvador chegou aqui e foi dar ordem de prisão ao Chico Meira. Ele, imediatamente, sacou da arma e atirou para matar o tenente, por sorte do tenente a bala pegou na fivela do cinturão. Chico Meira correu e entrou na casa do coronel. O cabo Lalau, da esquina da igreja matriz, abriu fogo contra Chico Meira e ele respondia tirando casca na esquina, onde o cabo estava entrincheirado. Todo mundo tinha medo de Chico Meira, mas Gabriel Cardoso, telegrafista, partiu para Salvador e deu parte contra Chico Meira. Então enviaram dois agentes policiais e o prenderam, levando-o algemados para Salvador. Depois de ter cumprido a pena na cadeia da capital baiana, ele voltou a aprontar. Dessa vez ele assassinou o comandante do vapor, Barão de Cotegipe, Felipe de Barros. O crime ficou em pune. Tempos depois, dois adolescentes vingaram a morte do comandante Felipe Barroso , matando-o em Pirapora-MG.
Outro perigoso jagunço era Isidório Fumo. Ele tinha uma tia por nome de Teodora. Pobre trabalhadeira, que vivia a tirar lenha para o sustento da vida. Um dia, a velha sua tia, Teodora, tinha chegado com um feixe de lenha; ainda cansada do peso da lenha, quando ouviu os gritos do sobrinho, que invadiu a sua casa dizendo-lhe: Ó velha Teodora, fuxiquenta da peste. Saia para fora pra apanhar de chicote de cavalo para deixar de ser fuxiquenta, sua arengueira. Meu filho, eu nunca falei mal de você pra ninguém! Eu ando trabalhando e cuidando dos meus afazeres. Não cuido de vida de ninguém! Mentirosa, safada. Você vai apanhar de chicote até morrer pra respeitar homem de bem. O malvado deu de chicote na velha até a morte. Matou a própria tia e o crime ficou em pune. Lutou no barulho ao lado do coronel João Duque e fez muitas vítimas. Depois que veio a paz, ele mudou-se para Manga-MG. Tempos mais tarde Isidoro Fumo foi punido pela justiça Divina com um câncer na cabeça vindo a falecer.

Os jagunços mais perigosos do coronel João Correia Duque foram: Umbuzada, João Jacaré, Isidório Fumo, Simplício e Mateuzinho, estes dois foram os que assassinaram o segundo prefeito de Carinhanha, conhecido por seu Andrade. Os outros jagunços foram: Pabula, Barba Dura, Barba Grande, este dizia que tinha o corpo fechado, nem bala e nem faca tiraria a sua vida, mas morreu assassinado nas rixas políticas dos coronéis de Carinhanha e Santa Maria da Vitória.
Umbuzada estava limpando o seu fuzil, quando sua tia, Joana Pataca, ia passando e ele disse para os colegas: “Vou ver se este fuzil é bom de fogo.” Apontou para a tia, mirou e puxou o gatilho disparando o tiro certeiro contra a própria tia, que caiu, imediatamente, morta no chão. Como sabia que não iria lhe acontecer nada contra ele, ficou tranqüilo. Quem se apiedou da velha fez os funerários lamentando o ocorrido injusto.
Assim viveu por muitos anos o povo de Carinhanha. Hoje a cidade é de um povo deferente e, muitos sabem dessa negra história lendo os livros editados por mim e o padre Souza, que viveu muitos anos aqui como padre da Congregação Vicentina. Já faleceu, mas deixou-nos muitos livros de histórias pesquisadas e editadas por ele.

Honorato Ribeiro dos Santos, Rua Francisco Muniz nº 46 –Centro – Carinhanha-Ba. Tel. (77) 3485-2694. e-mail hagaribeiro@yahoo.com.br

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O TEMPO

O TEMPO.


Poesias de Honorato Ribeiro dos Santos.



O TEMPO.
Poesias de Honorato Ribeiro dos Santos.
Do livro: O TEMPO.

O tempo que Marca.
Todos possuem no braço
Três ponteiros que andam:
Você anda e ele em inércia,
Você corre atrás do tempo.

Agora está na hora exata:
A hora da ida,
A hora da volta,
A hora da chegada,
A hora da saída!

É hora de retornar:
Para se descansar...
Que descanso?
E o tempo deixa?
Ele não para, mas...
Eu tenho que parar!
Para que parar?
Para descansar.
Para refletir e sonhar;
O sono é leve e me espanto,
 O relógio do tempo despertou:
Fim de jornada. Adeus.
(14-11-2000)


A EDUCAÇÃO.

Educar é informar:
no tempo certo de aprender,
no tempo certo de ensinar,
no tempo certo de democratizar,
no tempo certo de “Freirelizar”.

Educar é ser informado:
no tempo certo de corrigir,
no tempo certo de refletir,
no tempo certo de dialogar,
no tempo certo de orientar.

Educar é dá liberdade:
no tempo certo de humanizar,
no tempo certo de  revolucionar,
no tempo certo de filosofar,
no tempo certo de se diplomar.

Educar é ser um democrata:
No tempo certo de se libertar,
No tempo certo de doutorar,
No tempo certo de saber amar.
(04-11-2000)..


E AGORA, JOSÉ?

Que tempo temos para chorar,
Se os nossos olhos não inda nasceram?
Que tempo temos para sorrir,
Se a nossa boca não enxerga?
Que tempo temos para ouvir,
Se não temos olfato para refletir?
Que tempo temos para amar,
Se nós não temos coração?
Que tempo temos para orar,
Se ainda não nascemos?
Que tempo temos para reclamar,
Se não temos ouvido para ouvir?
Que tempo temos para viver,
Se não aprendemos a morrer?
Que tempo temos para brincar,
Se não somos como criança?
Que tempo temos para aprender,
Se nós matamos o nosso Mestre?
Que tempo temos para ensinar,
Se nós não sabemos educar?
Que tempo temos para meditar,
Se nós não sabemos conscientizar?
O tempo já se findou: “E agora, José?”
(01-11-2000).

O TEMPO É CURTO.

Nós temos muito tempo:
para falar mal dos outros,
para defender a alienação,
para defender o capitalismo,
para defender o neoliberalismo,
para defender a dicotomia,
para defender quem não tem ética,
sem ter tempo para si transformar...

Nós temos muito tempo:
para ser corrupto e enriquecer,
para “ter vergonha de ser honesto”,
não temos tempo para se moralizar...

Nós não temos muito tempo:
para nos corrigir,
para nos refletir,
para  amar o outro,
para ter paz e ser feliz,
para no tempo certo partir
num adeus eternamente.

(01-11-2000).