sábado, 3 de fevereiro de 2018

O MONARCA SEM COROA.



O ADVOGADO DO DIABO.
Crônica de Honorato Ribeiro dos Santos.

      Foi enviado para um país o maior advogado para defender um monarca que o povo o consagrou com um ícone, porque defendia o pobre dando-lhes condições de vida: o peixe ao invés de ensiná-lo a pescar. Por causa de ele ser uma pessoa admirável e líder de um povo, na maioria, analfabeto fê-lo ser rei da nação e transformou-o em um monarca. Mas ele escolheu mordomos, ministros que não tinham condições de serem administradores de seu palácio. Começaram a formar um grupo hegemônico forte para que o rei não tivesse herdeiros e sim seus ministros. Mas cometeram um erro crasso. Antes mesmo de o rei morrer, fizeram o rolamento da riqueza dele e cada um herdou do tesouro e o deixou sozinho com “punhaladas pelas costas”.
      O povo começou com grande movimento para ajudar o monarca, mas foi inútil. O advogado do diabo descobriu que o monarca se enriqueceu ilicitamente e agora terá que devolver. Foi condenado como réu e deixou de ser monarca de verdade, mas o povo grita a volta dele a assumir o trono e a coroa. Mas o advogado do diabo está ganhando em todas as audiências. A sua vida de monarca faliu; quis perpetuar, mas o martelo da rainha bateu forte e não quer mais monarca; quer que o rei dê a coroa para quem saiba sentar no trono como majestade e administrar o “Palácio” sem ser rei, sem ter trono e sem coroa, mas como um administrador que saiba “não dar mais o peixe, mas saiba ensinar a pescar”. Por isso compuseram até uma marchinha de carnaval:

 Que rei sou eu,
Sem reinado e sem coroa,
Sem castelo e sem rainha,
Afinal que rei sou eu.

O meu reinado,
É pequeno e é restrito,
Só mando no meu distrito,
Porque o rei de lá morreu.
(bis)

Não tenho criados de librés,
Carruagens, nem mordomos,
E ninguém beija meus pés,
Meu sangue azul,
Nada tem de realeza,
O samba é minha nobreza,
Afinal que rei sou eu?

E fizeram agora um samba:
A coroa do rei
Não é de ouro
E nem de prata
Eu também já usei
E sei que ela é de lata

Não é de ouro e nunca foi
A coroa que o rei usou
É de lata barata,
olhe lá, borocochou?
Na cabeça do rei andou
E na minha andou também
É por isso que eu digo
Que não vale nem um vintém.
                             

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