sábado, 14 de abril de 2018

MORREU PELO PEDAÇO DE PÃO.


                       DEVOLVEU TUDO O QUE ELE NÃO PRECISAVA.
                       Conto por Honorato Ribeiro dos Santos.

Na época da guerra mundial da Alemanha, contra os judeus, o líder Adolfo Hitler, no Campo de Concentração, assassinou muitos judeus e houve muita fome no Brasil. Nordestinos viajavam a pé em busca de trabalho rumo aos estados de Belo Horizonte, Goiás, São Paulo, Mato Grosso. Pelo caminho sempre passavam por uma fazenda. Havia um fazendeiro muito rico e que várias pessoas chagavam à sua fazenda, famintos e com sede e ele, o fazendeiro, mandava os vaqueiros abaterem boi, a fim de dar comida àquelas pessoas famintas e dava-lhes de beber. Todos os dias passavam gente, família e mais família ali encontravam comida e seguiam viagem.
Mas, um dia, ele deitado na rede, já cansado de assistir a tanta gente faminta, apareceu um homem e disse-lhe: Senhor, dê-me um pouco de comida e água, pois estou preste a morrer. Ele respondeu-lhe: Não tem mais comida e nem água, já chega de ajudar tanta gente. Vai embora. O homem saiu caindo aqui e acolá e caiu morto à porteira do curral. Morreu de fome e sede. Os faqueiros foram ao curral e viu o homem morto e saíram pasmados a contar o patrão.
Patrão, aquele homem que o senhor negou de dar a ele comida, morreu! Está ali estirado morto na beira da cancela do curral.
Meu Deus! Não pode ser! Ele foi e viu o pobre homem estirando no chão morto. Ele disse aos empregados: Vou fazer um funeral e enterrá-lo aqui, na minha fazenda. Mandou fazer o caixão, a mortalha e tudo que um defunto precisa ao ser enterrado. Enterraram o homem, à tarde, e foram para casa. No outro dia bem cedo, o fazendeiro abriu a porta da rua, e viu os panos, roupas, que tinham envolvido o falecido, ali no chão. O fazendeiro pasmo e com grande remorso, abaixou para pegar os panos. Entre aqueles panos havia um bilhete escrito: “O que eu precisava, não me deu. Devolvo-lhe o que não preciso”.
(14 de Abril de 2018).

Um comentário:

  1. Boa noite!
    Temos um grande carinho pela cidade de Carinhanha, terra onde meu pai nasceu. O que sabemos é o que ele nos conta, memórias de um homem de 91 anos que saiu de casa com menos de 7 anos. Meu pai conta sobre o rio, que morava na roça e que seu pai se chamava Nicolau, a mãe Josefina, os irmãos eram Francolino, Joana, Idalina e Maria... e é sobrinho de Cesario, Pedro, Jovelina...
    É uma parte da nossa História que um dia (espero que em breve) possamos conhecer e entender um pouco mais.
    Estamos eu e as minhas irmãs estamos lendo os escritos do senhor e conhecendo um pouco das raízes que não conhecemos.
    Desejo profundamente que esse dia chegue e inclusive possamos conhecer ao senhor pessoalmente.
    Um grande abraço fraterno desde Goiânia-Goiás.

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