quinta-feira, 26 de maio de 2011







ACORDA, BRASIL!
Cordel de Honorato Ribeiro dos Santos.
Uma homenagem à professora Amanda Gurgel.


Ouviram uma voz forte,
Que empolgou os brasileiros,
Uma voz tão destemida,
Que ouviram té estrangeiros.
Amanda falou a verdade
Com tamanha hombridade
Mesmo não tendo dinheiro.

Amanda Gurgel contou
A vida do professor
Que sua suor de sangue
E não dão o seu valor
Não ganha nem mil reais
Mas vocês que são os tais
O que eu ganho tem sabor?

O desafio foi frontal
Ao vivo! Toda Nação
De boca aberta escutou:
“Onde está a educação?
Não podemos carregar
Nas costas pra educar
Com mixaria dum tostão.”

O povo aplaudiu a Amanda
Com sua voz destemida,
Segura e determinada
Disse tudo de sua vida.
Mostrou seu cheque pra todos
Ganha melhor quem faz rodo
Vendendo nas avenidas.

A professora Amanda
Contou-nos uma história
Verdadeira e brasileira
E meteu a palmatória
Deu-lhe uma sabatina
E rasgou-se a cortina
Puxou o tapete da escória.







Cadê os parlamentares?
Ficaram mundos sem razão...
Parlamento é pra falar
A verdade dessa Nação.
Professor não tem valor
Mas político é doutor
E ganham um dinheirão.

As manchetes se espalharam
A foto de Amanda Gurgel
Reproduzindo sua fala
Na internet e em cordel:
Como está a educação
Do Sul até o Sertão
Ao professor dar-se o fel.

Salário de um deputado
Paga-se a dez professores
É vergonhoso, Brasil!
Haver tantos pecadores
No Congresso Brasileiro
Leva no bolso o dinheiro
E pro professor minguou.

Parabenizo a, Amanda
Pela sua disposição
Em falar toda verdade
Pro mundo e toda a nação
Cuidado, pois, com Jesus
Colocaram numa cruz
Por ensinar a salvação.

Pra você, cara Amanda,
Salvação é a educação
Com mão de obra e qualidade
Com bom salário é a solução
Você falou sem ter medo,
Não teve medo do degredo
Falou até pro Faustão.

O que mais me admirou
Foi Faustão não lhe cortar...
A sua fala firme e forte
Pra ele não lhe recuar;
Puxar o microfone, sim
É o costume dele, enfim
Sem deixar outro falar.


Com você houve o respeito
Deixou livre o seu falar
E a plateia lhe aplaudindo
De pé com emoção, ah!
Que beleza de entrevista!
No Faustão jamais vista.
Ela é parlamentar.

Mas não ganha o que eles ganham
A fala dela é diferente!
Pois usou só da verdade
Por uma educação valente
Que valoriza o professor
Que é um pobre sofredor
Dum Brasil tão deferente.

Gosto tanto de cuscuz
Não se pode, ó professor,
Deixe as crianças a comer!
Que absurdo! Que horror!
Pego três ônibus pra aqui;
Dou três turnos e por fim
E a merenda se acabou?!

Não acabou, não senhora,
É que ela é pras crianças
Professor tem que comprar
Põe isso em sua lembrança.
O promotor vai agir
Se o professor não cumprir
Vai fazer sua vingança.

Coitado dos professores
Desse Brasil tão gigante
Que cantamos: “Ó Pátria amada”!
Mas só é pros galantes
Quando é que eu descanso?
Dando aulas sem avanço
Com pagamento humilhante!

Lá nos Estado Unidos
A manchete se alastrou
Lamentando o que ouviram
Pelo pobre professor
Sem ua séria educação
Não se forma cidadão
Nem também educador.



A vela já está na mão
Que morra à míngua o educador...
Quem pode ganhar mui bem
Cada um do Legislador.
O resto fica na base
Da pirâmide da fase
Do pobre trabalhador.

O real e a economia
É que têm prioridade
Pra crescer nosso Brasil
Essa é a realidade.
Educação vem depois
Da Copa que se compôs
Bilhões gastamos, cumpade!

Amanda que ver o Brasil
Como é lá no Japão
Todo japonês é culto
E tem outra formação.
O sonho dessa professora
Sonhado nas emissoras
Não vai ficar em vão.

Porque o povo ouviu
E gostou do que afirmou
A Mídia ficou calada
Mas a notícia se alardou.
Pequenina e tão valente
Que português tão decente
Falou como um promotor.

Mas não ganha como ele
Pois só ganha mixaria
É uma vergonha pra nação
Professor em romaria
Pra pedir Nossa Senhora
Que seu dinheiro melhora
E o professor tenha valia.

Amanda é pequenina
Somente na estrutura
Sua fala é afluente
Tem boa desenvoltura.
Ela é bem preparada
Pra topar qualquer parada
Até Faustão deu brandura.



A brandura de Faustão
Foi deixá-la à vontade,
Não cortou o seu discurso
Deixou falar a verdade.
A Globo, então, fez questão
De ao vivo para o povão
De convidá-la em humildade.

Amanda entrou segura
Pra entrevista do Faustão
Calma e bem tranqüila, firme
Com tamanha educação.
Que sorriso, que beleza!
Da fala da realeza!
E o povo em admiração.
.

Amanda, mulher francesa
Qual Joana D`Arc da França
Sem medo de preconceito
Falou com mui segurança.
Disse tudo o que queria
Com sorriso, com alegria,
Ela disse com elegância.

Amanda Gurgel falou
E o mundo lhe escutou
Será que os políticos
Vão mudar o educador?
Ministro da Educação
Tem que saber com razão
Que o professor é sofredor.

Subir o salário, bem,
Mas precisa aprimorar
A didática do ensino
Pra saber multiplicar.
Melhorar a ortografia
Aprender a geografia
E saber comunicar.

A educação está capenga
Dão o canudo sem formação
Quando entra na política
Opa! Pega esse ladrão!
Tem gravata e paletó
Tem dinheiro e ouro em pó
Expulsaram a educação.


Português e matemática
Se conta nos dedos hoje,
Escreve progresso com “ç”
E dizem que ta certo “fôje”
Diz que vale é a intenção
Não fale com precisão
Mas pra Amanda é holding..

Pra você Amanda,
Salvação é educação
Com mão de obra e qualidade
Com bom salário é a solução.
Você falou sem ter medo
Pois a verdade é degredo
Até na televisão.

Gosto tanto de cuscuz...
Não se pode, ó professor,
Deixe as crianças a comer
Que absurdo! Que horror!
Pego três ônibus, sim...
Dois, três turnos pra mim!
E a merenda acabou?!

Amanda Gurgel é forte
Como Judite ou Sansão
Convocou todos amigos
Pra lutar pra educação.
Pois essa está falida
Em todo canto sem vida
No País, nessa Nação!

Amanda é bem preparada
Eu a vi lá no Faustão
Nem gaguejou e nem calou
Com palavras qual Salomão.
Decidida com firmeza
Segura com a certeza
De fazer revolução.

Revolução de ideias
Com valor humanitário
Em qualidade de ensino
E valorizar o salário.
Eu admiro a Amanda
Nessa luta na demanda
Contra os “Neros” mercenários.



Trocam sempre as coleiras
Cachorradas são iguais
Quem faz greve é agitador
E a mídia põe nos jornais
Cortam logo o ganha pão
O salário seu tostão
E o professor vira banais.

É o Brasil colonial
Democracia não há não,
Só há imposto e cobrança
De aluguel da tal pensão...
Vou terminar o meu cordel
Coloco o dedo o anel
Em Amanda um abração.

Viva a Educação!
Morram os comelões.

hagaribeiro.

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