quarta-feira, 10 de setembro de 2014

FENÔMENO PARAPSICÓLOGO?




CONTO de Honorato Ribeiro.

Eu tinha apenas 14 anos de idade e trabalhava na padaria de Gabriel Cardoso com meu irmão Domingão. Naquele tampo não havia luz elétrica e usava o candeeiro para o trabalho noturno. Fizemos a massa de pão e fomos assar. Domingos enfornou os pães e deixou assando e saiu para à porta da rua e eu fiquei para tirá-los assim que estivessem todos pães assados. Era mais ou menos oito horas da noite. Abri a porta do forno e comecei a tirar os pães. Assim que terminei de tirar todos, fechei a porta do forno e fui limpá-los um por um e colocar no tabuleiro. Eu ouvia Domingos e sua esposa, Eudocha e outros conversando e sorrindo lá fora. Quando eu vi, a pá começou a se movimentar como se estivesse alguém querendo tirar pão. A pá era grande de uns três metros e meio e era bem fina. A ponta da pá ficava sobre a pilastra do forno e o cabo, onde a gente segura estava sobre o braço do cavalete. Ela era tão fina, que ficou flexivelmente balançando, quando, não sei quem, pegou como se quisesse tirar pão.  Eu fiquei assustado com o movimento da pá e não vi ninguém. Não me importei pensando que fosse algum gato que pulasse no cabo da pá e ela balançasse. Naquele mesmo instante ela tornou fazer o mesmo movimento. Eu parei de limpar os pães e fiquei assuntando o que seria!? Olhei por baixo do tabuleiro para ver se havia gato. Não vi nada. Peguei o pão e comecei a limpar um por um, mas de olho na pá. Quando eu vi, essa foi a terceira vez, a pá suspendeu sozinha e se dirigiu para bater na minha cabeça. Eu abaixei e tirei um grito enorme. O pessoal que estava lá fora correu para ver o que tinha havido comigo. Meu irmão, Eudocha, dona Alzira e as filhas dela perguntaram-me: O que aconteceu? E eu contei o que vi e fiquei trêmulo. Todos não tiveram resposta nenhum para explicar. Então, Domigão disse sorrindo e debochando: “Foi o velho Patrício que veio lhe dá uma surra. Ele me disse que viria um dia lhe dá uma surra”. E deu pra sorrir. Meu pai havia falecido há dois anos.
Eu já tinha casado e morava na casa de seo Bazileu vizinho de dona Carlota, na Praça da Matriz. Quando foi dia de festa no Clube Cultural Recreativo Dois de Julho, assim que eu acabei de tocar, pois eu era o regente da orquestra, dirigir-me para minha casa para dormir. Era umas três horas da madrugada. Ao chegar, abri a porta e entrei. Abri a porta do quarto e Carminha já estava dormindo. Fiz as minhas orações, tranquei a porta e deitei, logo, agarrei no sono. De manhã, acordei e dirigir-me para abrir a porta do quarto, mas não encontrei a chave nela. Acordei Carminha e perguntei se ela teria tirado a chave da porta. Ela me disse que não. Então eu lhe perguntei: E quem tirou, pois ela não está na fechadura como eu deixei! Ficamos sem saber e sem solução a tomar, pois estávamos trancados, presos no quarto sem poder sair. A nossa sorte é que havia uma janela para o beco – chamado de Beco de Bazileu – e eu abri a janela, pulei e me dirigir para o quintal. Saltei e me dirigi para a porta do fundo e estava fechada e a janela também. Como a janela era trancada por uma taramela, eu a forcei com o ombro e consegui abrir. Saltei a janela e penetrei na sala e vi a chave na porta. Destranquei e Carminha saiu. Agora ficamos sem resposta... Como aquela chave, que estava por dentro do quarto veio ficar na fechadura pelo lado contrário, onde era a sala!? Você, caro leitor, tem a resposta? Acredita em alma do outro mundo? Quem estava nos assustando? Primeiro foi a pá, agora, mais complicado: uma chave que estava por dentro do quarto que foi trancada a porta por dentro, apareceu pelo outro lado! Eu não encontrei a resposta até hoje! E você tem?

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