sábado, 20 de setembro de 2014

TUDO VIROU RUÍDO.


Poesia. Do livro, O TEMPO.
De HONORATO RIBEIRO.

Há muita poluição sonora
e não há tempo para meditar,
não há tempo para o silêncio,
tudo é barulho, tudo virou normal!
Não há tempo para fazer poesia
belas mensagens de amor!
não há mais inspirações
para a deusa Euterpe acabou!
Houve o tempo de jovens guardas,
tempo da "Boca de Sino" virou moda;
houve o tempo de rock roll, sucesso!
Houve o tempo dos cabeludos já em voga.
O tempo dos mal vestidos chegou
de calças rasgada quais mendigos
a pularem, cantores barulhentos
É o tempo de cd bem vendidos.
Os ruídos se espalharam
no mundo da poluição
e dizem que é música boa
dos neuróticos sem solução!
Os menestréis desapareceram,
os violeiros em tempos sumiram
e a música virou uma anarquia;
do maestro a batuta partiram.
Basta ir à Globo, ao Faustão
que o sucesso vira drogaria!
Cadê Caytano Veloso e Chico
que não dão mais suas alegrias?
Basta de tanta pobreza!
Nas letras quebrando-se a moral
e a ética virou lixo sonoro
os decibéis faz-se surdez sem paz!
O tempo chegou pro Cartola,
Noel Rosa e Pixinguinha,
Ataulfo Alves e Chico Viola,
ficaram na saudade, Gonzaguinha!
Para os bons compositores
sem poluição e sem zumbido,
chegou o tampo e o tampo passou
para dizer que tudo foi esquecido!
Adeus para os tempos idos,
Adeus para as melodias!!
Adeus serestas e seresteiros!
Adeus enamoradas em noite de luar!
Pois tudo virou anarquia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário