QUEM SABE, SABE, CONHECE BEM.
Crônica
se Honorato Ribeiro dos Santos.
Fui lecionar
num ginásio numa cidade do interior da Bahia, como professor de Educação
Artística e professor de música. Assim que cheguei, coloquei os alunos para
cantar o Hino Nacional. Para a minha surpresa, cantaram completamente deturpada
a música. Tive que reunir num pátio enorme do próprio colégio e cantar para que
eles ouvissem como era cantado certo o Hino tal como escreveu o autor. Logo
depois, fi-los cantar como é realmente a música do autor, Francisco Manoel da
Silva. Existe na música do Hino Nacional a primeira nota que se chama tônica,
dó. É dela que o coral tece a letra e a sonoridade da tônica: Ou... (tônica) vi...
(subdominante) ram... as margens plá
(sobredominante (#)) ci... (oitava da tônica) das. (subdominante). Volta pra a
tônica e sustentá-a até a letra: ... brilhou... Quando chegar à letra do verso:
Ó (tônica) pátria amada I... (tônica) dolatra ... da (tônica) salve, salve!
(sensível)... Com um bom maestro poderá cantar divinamente bem como reza a
partitura musical no pentagrama. Foi isto que fiz aos alunos daquele colégio.
Quando acabaram de aprender eles disseram-me: “É assim que a gente houve no
disco, professor, do jeito que o senhor nos ensinou”!
Aqui é
linguagem do solfejo do Hino Nacional no pentagrama com um bemol ao pé da clave
de sol. O que eu quero relatar, aqui, nesta crônica, foi o espetáculo da
abertura das Olimpíadas, no Rio de Janeiro. Um espetáculo! Jamais visto no
Brasil e em outros países do mundo! Quero, aqui, relatar com uma crítica
metodológica partitural a um grande ídolo da música brasileiro, grande
compositor, cantor, violonista que abriu o cenário das Olimpíadas cantando o
Hino Nacional Brasileiro com o seu plangente violão e foi aplaudido como sempre
o fora. Não critico como cantor e sua cultura de lindas melodias, mas sem a
praxe do popular e sim do que está deveras escrito na partitura. Contudo ele
sendo um grande músico não cantou como reza no pentagrama obedecendo a tônica e
sim, ao invés da tônica, ele, Paulinho da Viola, soou a mediante. Pecou também,
quando se diz ó pátria amada, que seria a tônica e não a mediante. Mas eu tenho
ouvido vários cantores famosos cantarem assim também. Virou praxe e o povo
aplaude por não possuir a cultura musical em conservatório. Veja
que, quando o coral canta, canta como a partitura está escrita pelo compositor,
Francisco Manoel da Silva. O nosso hino é o mais bonito do mundo, tanto a letra
que fala de nossa beleza da natureza, dos bosques floridos, do nosso sol com
seus raios fúlgidos a brilhar nesta pátria amada! O poema de Joaquim Osório
Duque Estrada faz-nos arrepiar ao ouvir cantar na voz de um coral as maravilhas
e riquezas que temos; sendo filhos deste solo que é nossa mãe gentil, pátria
amada, Brasil! O nosso hino é tão bonito quanto difícil para ser cantado. Se
colocarmos os jogadores de futebol, numa abertura de copa do mundo para que
eles cantem, irá ser um grande fracasso, caso não seja orientados e ensinados
por um maestro. Aqui mesmo em minha terra, quando fui professor de música, no
Educandário São José, levei muito tempo para corrigir o erro, que de praxe
cantavam, a fim de que os alunos daquele Educandário São José cantassem o Hino Nacional
como diz a partitura. A minha luta foi árdua, mas valeu a pena, pois consegui ensiná-los
e aprenderam realmente como sempre qualquer coral canta. Que pena retiraram do
ensino a aprendizagem musical dos colégios e o mestre de música! Hoje, os hinos
cívicos não se cantam mais; e não existem mais, nos grêmios, do ensino
fundamental e tampouco do segundo grau. Acabou-se o civismo e o amor à Pátria
em que nascemos. Que saudades tenho dos tempos idos que os nossos políticos
preocupavam com a nossa cultura e nosso civismo! Precisamos de uma boa reforma
política para que os nossos jovens sejam educados ao civismo no nosso querido
Brasil. O nobre cantor e compositor, violonista, ao ler essa minha crônica, irá
entender a minha linguagem musical da tônica, mediante, etc, pois é letrado
neste assunto e formado para chegar aonde ele chegou. Sou fã dele, de Caetano,
Gilberto Gil, que são os nossos cantores clássicos e de nossa cultura
brasileira.
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