terça-feira, 1 de setembro de 2020

 

MINHA TERRA MINHA VIDA

Por Honorato Ribeiro dos Santos.

Carinhanha já foi o maior município do Brasil, ainda sendo Vila de São José de Carinhanha. O seu nome veio de idioma indígena que significa Loca de Sapo. Esta é a primeira origem. A outra veio do nome do rio, que é afluente do Rio São Francisco. Este rio que nasce no planalto de Goiás havia muitas arinhanhas, daí foi se transformando em Carinhanha. Arinhanha é uma espécie de cachorrinhos que tem sua cauda como a pá de um remo, que e também conhecido por “lontra.” Dizem que foi um português por nome de Manoel Nunes Viana, que em 1711, fundou um povoado, construiu uma capela, e escolheu como padroeiro, o Glorioso São José. Em 17 de agosto de 1909, tornou-se cidade e sendo o primeiro intendente, o coronel Francisco Luiz da Cunha, conhecido por Chico Timóteo. E assim, Carinhanha foi governada por vários intendentes, que eram nomeados politicamente até o ano que em todo o Brasil houve eleição e quem teve mais voto foi eleito como prefeito em 1947 e governou até o ano e 1951, o prefeito Alípio José de Moura. E a minha terra não teve muita sorte em ter um prefeito que a desenvolvesse contendo várias empresas e com bons empresários. Continua a dormir a espera do “porvir de heróis de capacidade’ como reza o seu Hino pelo autor que ora está escrevendo a sua história. Tempos idos a cidade ganhou o maior presente de educação. Foi a criação do Ginásio São José. Que funcionou na casa da careta, arquitetura de Arte Barroca. Foi assim que Carinhanha desenvolveu, pois vieram jovens de várias cidades estudarem aqui. Vieram de: Correntina, Santa Maria da Vitória, Coribe, Cocos, Feira da Mata, Paratinga, Bom Jesus da Lapa, Manga, Matias Cardoso, Itacarambi, e os estudantes daqui, iam estudar em Januária. Depois que criou o Ginásio São José  eles transferiram suas matrículas para aqui. Carinhanha perdendo as Vilas como Malhada, Cocos e Coribe, reduziu—se no que é hoje. Mas ela não cresceu economicamente e nem se desenvolveu com prédios de andares e comercialmente é pobre. Tudo agora vem de fora, mas perdeu uma grande riqueza comercial: Os vapores e as barcas a motor que traziam muitas novidades e corria dinheiro à beça. O Rio São Francisco não é mais aquele Rio que ligava cidades e os caixeiros viajantes vinham nos vapores trazendo suas amostras de tecidos para os donos de lojas.Ganhavam dinheiro os garotos vendendo suas quitandas, os que tinham carro de boi, os carregadores  de saco de arroz, feijão, rapadura, açúcar de forma e refinado, cachaça Caribé e Dominante e outras bebidas alcoólicas; banha de porco e tocinho que vinham nas tropas de burro conduzidas pelos tropeiros de Cocos e Coribe. Era o tempo que Carinhanha corria muito dinheiro; ainda havia a usina de algodão com fardo de cem quilos de José de Oliveira Lisboa e a de João Martim que vinha de Ramalho no caminhão de Isidório Martins. E depois veio Raimundo Boiota que comprou um caminhão e ele mesmo dirigia e trazia fardos de algodão do Ramalho e descarregava no cais para os vapores levarem para Pirapora e de lá para São Paulo de trem de ferro, a Maria Fumaça. Era a industria do ouro branco. Hoje só ficou a lembrança e Carinhanha empobreceu. Muitos homens ricos filhos daqui foram se embora. Uns foram para Belo Horizonte e outros para Salvador e São Paulo.

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