terça-feira, 28 de setembro de 2010

A MORTE DO VELHO CHICO


A MORTE DO VELHO CHICO.
Poesia de cordel de Honorato Ribeiro dos Santos.

Somos todos responsáveis para preservação da natureza. Para que todos tenham consciência dessa responsabilidade é preciso EDUCAÇÃO. Sem essa não haverá conhecimento do bem.
O rio São Francisco é conhecido por todos os brasileiros, mas os seus afluentes pouca gente conhece. Sem cuidar, para que todos os afluentes continuem sendo rios perenes, o rio São Francisco vai sofrer bastante. Não conheço nenhum projeto de deputados ou senadores em defesa desses rios afluentes do São Francisco. São eles:
À margem esquerda os afluentes são: rio Paracatu, rio Urucuia, rio Carinhanha, esse divide Minas com Bahia, rio Corrente e rio Grande. À margem direita são: O rio das Velhas, rio Jequitaí e rio Verde Grande. Todos estão poluídos e pedem socorro.

Vou transcrever uma poesia de cordel escolhendo em cada pagina do livro, uma estrofe. O título desse cordel, já esgotado, é: A MORTE DO VELHO CHICO.

Meu Velho, meu Velho Chico,
Quem te viu e quem te vê!...
Não dá mais para acreditar!
Quem quiser te conhecer,
Pois esqueceram de ti,
Tão magro como um faquir
De ti querem esquecer.

Onde está o Velho Chico
Com seus navios a vapor?
Acabou-se o turismo
E o povo dispersou
Em busca de um bom emprego,
Pois aqui virou degredo
E a seca tudo acabou.

Se esse rio morrer
Morre o povo do sertão
Tudo aqui vira deserto
Culpa da desmatação.
Esgotos podres a jorrar,
Tantos lixos a amontoar
Sem nenhuma correção.

Quem desviar o rio
Pros estados nordestinos...
Mas quem vai ganhar na história?!
São as empresas dos sovinos;
Os protetores vêm à tona,
Todo lado já se soma
De homem, mulher e meninos.


Convido os ecologistas
Para juntos defendermos
Um rio tão rico que é
Tão desprezado à ermo!
Querem até privatizar
Pro estrangeiro mandar
E ao ribeirinho sem termo.

Não desmatem a natureza!
Preservem o ecossistema,
Amem os rios e não depredem
Acabem esse sistema
De uma política assassina,
Que deixa os rios com má sina,
Basta de tantos problemas.

As margens esquerda e direita
Do nosso rio Gigante,
O Velho Chico valente
Chora triste sem amante;
Lá na Serra da Canastra
O fogo queima e se alastra
E cadê o Comandante?..

O Comandante sumiu
Pra querer globalizar,
Não aparece há um século
Querendo privatizar.
Tudo o que há no Brasil
Até nossa cor anil
Do nosso céu quer mandar.

Bem-te-vi não canta mais
Na beira do São Francisco!
Tudo virou uma tristeza:
Comida já virou risco;
Tudo está envenenado,
Vai acabar nosso gado,
Não há pasto, só há cisco.

Os peixes já estão escassos,
Muitos estão em extinção
É a gula do guloso
Que não tem a luz da razão;
Na piracema ele pesca,
Há ignorância à beça,
Porque não há punição.

Aqui estão algumas estrofes desse cordel.

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