quinta-feira, 16 de julho de 2015

A JOVEM SUZANA.



O PRECONCEITO SOCIAL
2ª PARTE.

Viajava constantemente de avião com ela para a cidade mineira, Belo Horizonte e outros lugares encantados. Parecia os dois amantes do romance de Willian Shakespeare, Romeu e Julieta. Mas é como disse a narração do evangelho de João: O filho pródigo, tal qual aconteceu: Dinheiro foi acabando, foi vendendo avião e mais outro, carro e ficou pobre até do seu grande amor Suzana. Suzana, que mantinha a sua beleza impecável, voltou à casa dos pais, à sua terra natal. Assim que chegou, os comentários se alardearam de boca em boca. As festas dançantes ela era barrada. O preconceito social era tão grande que, quando ela saia à rua com sua irmã, as janelas se abriam e apareciam nelas os olhares curiosos e a “matraca” a soar, como se fosse a da semana santa nas mãos de dona “Aniceta.” Sofreu humilhações atrozes dos próprios conterrâneos. E a pior eu vou narrar: Domingo ia haver uma partida de jogo de voleibol em disputa de campeonato e toda a família carinhanhense iria. Então a mulher dum político muito forte soube que a Suzana iria assistir ao jogo com sua irmã. Então ela falou com o esposo para impedir a Suzana de ela não ir àquele evento esportivo. Então o marido mandou chamar o sargento Araújo, cujo sargento era o delegado. Ele atendeu ao chamado e foi. Chegando lá, foi recebido e o político disse-lhe: Mandei lhe chamar, porque hoje à tarde vai haver um jogo de voleibol e toda a família irá. Mas você irá impedir a prostituta Suzana para que ela não vá a esse evento familiar. Vá à casa dela e avise para ela não ir. E se ela teimar ou desobedecer as suas ordens, pode prendê-la. O sargento saiu imediatamente sem saber em que balaio de gato ele estaria entrando. Chegando lá, bateu palmas e ela foi atender. Ao chegar perante aquele homem de farda ela disse: Que deseja?
-Eu sou o tenente Araújo e delegado desta cidade. É que irá haver o jogo à tarde e você está proibida de ir. Se caso me desobedecer será presa imediatamente. Estou lhe avisando.
Quando Samuel, padrasto da Suzana, ouviu tal desaforo do tenente saiu aos berros e disse-lhe: Pois ela vai, sargento. Quem é o senhor para impedi-la! Ela irá comigo e minha família, tenente. Sabe quem sou eu, sargento?
-Não e nem quero saber.
-Pois vai saber agora quem sou.  O senhor conhece o coronel Arnaldo Samuel em Salvador?
-Sim, ele é o meu chefe.
-E ele, seu chefe, é meu irmão, sargento. Sargento, eu lhe afirmo com toda certeza que ela irá e o senhor não irá impedi-la. Nem você e nem quem lhe mandou têm autoridade de impedi-la para não ir à esse jogo. Ela irá e avise o seu chefe, que ela irá, ele não tem autoridade para impedi-la.

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