quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A DOR DO AMOR.



POEMA DO AMOR
Por Honorato Ribeiro dos Santos.

Como é lindo o amanhecer!
A aurora, ver o infinito azul,
As estrelas brilharem tão distante,
O ar que respiramos, inspirando
O perfume das rosas e vendo a alvura
Dos lírios dos campos, as aves voando
Cantando sinfonia de amor!

Como é lindo sofrer e sentir a dor,
A dor dos que sofrem e num abraço
De um sorriso, um ósculo ao mendigo
E sentir que o sofrer e amar quem sofre;
É agradar e não queixar, mas agradecer;
O sofrer para saber sempre amar!

E sentir os cravos nos pés e nas mãos
E de braços aberto abraçar o mundo
Com sorriso de uma criança no embalo
Nos braços da mãe a lhe dormitar!
Nas noites caladas do frio do inverno
Sem coberta que são os abraços e o beijo
Da mãe que sofre sorrindo e cheio de paz!

O amor mesmo sofrendo não sente,
Não sente a dor dentro de si e compartilha
Com a do outro que carrega uma pesada
Cruz da exclusão social e tão mortal...
Que de tão estranho sofre sem esquecer-se de amar!

Mas o amor é tão diferente e deferente
Para aquele que saboreia a doce chaga
Daquele que de braços abertos
Nos ensinou a amar, perdoar e viver
As mesmas chagas que sofreu na cruz!

Amar é sentir o fogo ardendo
Queimando, doendo e no silêncio
Da tranquilidade tão serena
Sabe sorrir, sabe chorar,
Sabe beijar com os pregos
Pregado, fincado bem fundo
No peito, no coração que bate
Fortemente, porque soubera amar!

O amor é saber viver, saber sofrer
Saber compreender, saber ver
No outro a sua própria vida,
A sua própria dor que é do outro
Dos outros que sentem a mesma dor!
Que sente o cheiro e o calor humano
Que sente ser amado, odiado,
Querido, desprezado, mas permanece
Na mistura do amor ardendo no peito e a paz
Permanece dentro de si porque sabe
Amar, compreender, sofrer sem si queixar!

Ver nas ondas do mar o barulho
Do vento no telhado, a chuva que cai
Num compasso suave e andantino;
Que faz o sono chegar mais profundo
E começa o sonho de voar, voar
Nas asas do amor que lhe leva a ser
Eternamente feliz nos braços
Daquele que, mesmo com dores
E os pregos fincados nos pés e nas mãos
Ensinou-nos viver a vida do sofredor!

Sem queixar da dor que sente!
Pois é amando que nos transforma
No personagem Jó que sofreu as
Duras chagas, mas nunca deixou de
Amar e louvar o grande Criador!

O amor tem gosto dos pregos
Dos sofrimentos do homem
Do Gólgota que de braços abertos
Soubera nos amar e perdoar.
O amor é assim e não há outro!

O amor é crer que ele é infinito, eterno
Bondoso, gostoso, saboroso sem ver
Sofrimento, e a dor é a fome de
Quem sabe amar e perdoar.
O amor é divino, é viver no
Céu, no Reino da fé do cuidado
Do outro, de si; a fé é crer sem ver;
É ver por dentro sentindo a presença
Do Criador: a fé é involuntária,
Mas ela é a força invisível do AMOR!

Fim.
  

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