O ESQUIZOFRÊNICO
E O AFETO EXAGERADO.
Crônica. Honorato Ribeiro dos Santos.
Dona Maga teve vários filhos. Todos criados e educados na
religião católica e na educação escolar. Mas dona Magá dedicou mais um filho de
que os demais. Esse filho para ela era tudo na vida dela. Ele não podia fazer
nada se não fosse ela que escolhesse o que ele queria. Até mesmo para brincar
com os colegas, jogar bola ou brincar de outra coisa, ela não deixava. O garoto
cresceu e concluiu a oitava série, mas parou de estudar, pois ele se
transformou num garoto fantoche. Começou a falar sozinho, como Chiquinho, que
ficou esquizofrênico pela beleza da aeromoça da Varig.
Dei-lhe conselho para que ela o levasse seu filho ao padre
André Frans Bèrénos, parapsicólogo e pároco da cidade de Correntina-Ba. Ela o
levou. Chegando lá, o padre André recebeu e começou a sessão para a cura
psicológica do jovem. Ele sentou-se e a mãe ao lado sentados à mesa e o padre
do outro lado sentado de frente aos dois e começou as perguntas ao jovem.
-Como é o seu nome?
-Jailton, respondeu dona Magá, enquanto o jovem sorrindo e
esfregando a mão uma na outra entre as pernas.
-Quantos anos você tem?
-Ele tem 22 anos, respondeu dona Maga. E o jovem Jailton
com sorriso de sempre e esfregando a mão na outra entre as pernas.
-Você estudou em alguma escola?
-Ele fez a oitava série, respondeu dona Magá.
-Você tem namorada ou joga bola ou pratica alguns esportes?
-Ele não gosta dessas coisas, padre, (pois ela não o deixa)
só fica em casa comigo.
Então o padre disse a dona Magá: Eu não posso tratar o seu
filho, dona Maga, pois a senhora não o deixa responder as minhas perguntas. É
ele o doente ou a senhora? Respondeu dona Maga:
-Mas ele não sabe responder, padre, senão for eu que respondo
e escolho o que ele quer... (!...).
-Então eu não posso fazer nada. Está dispensada e lamento muito
eu não poder tratá-lo.
Dona Magá veio embora e o jovem Jailton, até hoje, fala
consigo mesmo e sorrindo para si mesmo e não fala com ninguém. O exagero da
mãe, o afeto exagerado dela para com o filho, que o deixou esquizofrênico até
hoje. Não se pode dar afeto ao filho demasiadamente, pois o filho fica
dependente e sem autonomia, sem liberdade, apenas um fantoche. O amor de mãe é
amor sagrado, que todas devem ter, mas afeto exagerado mata o amor e transforma
apenas numa marionete ou um corpo ambulante sem direção. Sabe quantos “não” a
criança ouve de seus pais durante a sua infância e até mesmo na adolescência?
Bilhões de “nãos” e ficam armazenados no subconsciente e não apagarão jamais.
Educação e amor é a liberdade de raciocínio que tem a criança, a grande
descobridora daquilo que ele precisa saber, até mesmo se o fogo queima. Quando
a criança cai no chão, deixe que ela mesma si levanta e fique em pé. Esta é a independência
dela a si proteger e saber viver. Precisa ter cuidado com o filho aos perigos
de suas traquinagens. Isso é óbvio. Mas afeto exagerado faz do filho apenas um
fantoche ou esquizofrênico.
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