domingo, 4 de outubro de 2020

 

O JOVEM QUE TOCAVA BANJO.

Por Honorato Ribeiro dos Santos.

Eu criei uma escola de música e dela saiu um jovem que acompanhava bem tocando banjo e acompanhava qualquer música, mesmo aquelas que ele nunca ouviu. Tornou-se famoso com este instrumento. Chegou aqui, vendo de Bom Jesus da Lapa, um excelente músico de trombone e pistão. Ele era bom mesmo e tocava com perfeição. Tornamo-nos amigos e sempre lhe acompanhava, com meu violão, os choros que ele tocava. Mas eu falei com ele, que eu tinha um aluno, que tocava banjo divinamente bem e tinha um bom ouvido. Então ele me pediu para eu lhe apresentar e eu o apresentei e ele disse: Amanhã eu estarei tocando no Bar Dois Irmãos e gostaria que você fosse me acompanhar. Então, este meu aluno respondeu—lhe: Vou e já ouvi a sua fama. E assim combinaram e o bar encheu de gente para ouvir os dois tocando e o trombonista quis lhe desafiar e tocou um choro difícil para o meu aluno lhe acompanha com o banjo. O choro foi Brasileirinho de Waldir Azevedo. Mas o meu aluno já conhecia o choro e foi fácil lhe acompanhar. Mas o músico do trombone vendo que meu aluno era bom mesmo, ele mudava para vários tons, tocando a música: Brasileirinho, a fim de derrubá—lo, mas ele acompanhou normalmente. Mas o trombonista mudou para outro choro e mais difícil para acompanhar: Espinha de Bacalhau. Mas o meu aluno não ficou nervoso, mas alegre de ouvir um sujeito tocar bem com o trombone o choro Brasileirinho e Espinha de Bacalhau. Quando o trombonista viu que não derribava, parou e lhe abraçou e disse—lhe: Contaram—me que você era bom tocador de banjo e acompanhava qualquer choro; e fiz tudo para lhe derribar, mas não consegui. Parabéns, e abraçou o músico do banjo, que era meu aluno. Depois ele disse: Puderas! O seu professor de música é o melhor que já vi por esta redondeza. Honorato Ribeiro dos Santos. E ele me falou que você era bom mesmo. Bem, agora eu vou dizer quem era este músico de trombone e o músico do banjo. O meu aluno do banjo era João Alves dos Santos, conhecido por Dão Popô. E o  amigo do trombone era Nadinho de Bom Jesus da Lapa. Muita gente daqui de Carinhanha o conheceu. Ele era bom mesmo. Até hoje eu não conheço nenhum músico de trombone tocar igual o Nadinho. Eu ensinei muita gente tocar violão, banjo, bandolim, cavaquinho e instrumento de sopro. Mas o mundo é assim, a gente faz o bem e recebe o mal. Dois alunos meus de Correntina que ensinei tocar por música violão, tornaram meus inimigos. Sem eu fazer nada ou falar mal deles. O primeiro me chamou de comunista, fascista, porque, segundo ele, eu sou puxa saco e fanático de Jair Bolsonaro. Fui eu que lhe ensinei a tocar violão e ele se tornou famoso em SP. Eu há muitos anos que não voto em ninguém, mas se eu votasse nele, sou livre e a Constituição Brasileira diz que somos livres de ir e vir e de ser livre democraticamente de votar em quem quiser. O outro foi meu aluno de violão e veio aqui 4 vezes e ficou em minha casa como se estivesse numa pensão, pois fiz questão de comprar alimento em iguarias como pobre que sou. Mas não sou melhor que Jesus Cristo que teve mais inimigos de que amigos. Não pense você que irá fazer o bem a alguém para receber flores.

hagaribeiro.

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