quinta-feira, 21 de abril de 2016

COMO A ESCOLA ENSINA HOJE?



O QUE A ESCOLA ENSINA HOJE A SEUS ALUNOS?
Crônica de Honorato Ribeiro dos Santos.

Sou contra muitas matérias que tiraram do ensino fundamental e do ensino médio. Entre tantas eu aponto algumas: Canto orfeônico, onde o professor de música ensinava as figuras musicais com seu ritmo, melodia e harmonia; ensinava os hinos cívicos, Hino da Cidade, Hino do Estudante, Hino da Bandeira, Hino da Independência, Hino Nacional Brasileiro. A importância da música numa escola faz os alunos sentirem a emoção e elevação da alma. “A música, eu a considero, em princípio, como um indispensável alimento da alma humana. Por conseguinte, um alimento e fator imprescindível à educação da juventude.” (Villa Lobos). Esta disciplina era ministrada por um professor de música ou um maestro. Fui entre muitos, naquele tampo!
Havia o grêmio, onde os alunos recitavam poesias, outros cantavam e outros faziam discursos. Aprendiam as músicas folclóricas, as lendas e mitos e outras culturas de cada região brasileira. Outra matéria muito importante foi a disciplina do OSPB, pois ensinava ao aluno o que era a organização social da política brasileira. Ensinava a compreensão do direito e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sociopolítica e econômica. Hoje, só há partidarismos dominadores, que filiam pessoas para depois de eleito assumir o poder e dele abusar como um déspota e prepotente. Outra matéria que não há mais é a Moral e Cívica, matéria muito importante; por isso é que os jovens não sabem mais o que é patriotismo e nem civismo. Em cada município defendem-se o seu município e continuam sendo munícipes e não interessam mais ser patriotas a defenderem o Brasil.
Havia o ensino da gramática com suas regras e suas regências verbais; aprendiam, na ponta da língua, as flexões verbais dos verbos regulares, irregulares e as dez palavras essenciais da língua portuguesa a começar pelo substantivo. Com o auxílio da mãe língua, a latina, que também foi abolida, com seus prefixos e sufixos; e os sufixos e prefixos gregos que a gente aprendia para melhor comunicar, escrever e saber a etimologia das palavras que existem em nossa língua portuguesa e o domínio de quem saiu pronto para enfrentar o vestibular.
Recebo muitos alunos que vêm me entrevistar sobre algumas matérias, entre muitas de português. Depois da entrevista, eu sempre faço uma sabatina e começo lhes perguntando: Qual é o presente do indicativo do verbo haver? Não sabemos... E o futuro do subjuntivo do verbo ver? Quem sabe? Nenhum de nós... Qual a série que estudam? Terceiro ano do ensino médio. Respondem-me. Eu, então, digo-lhes: Não são vocês, tampouco as professoras. O culpado de tudo o que está acontecendo no nosso País, são os políticos, que, até hoje, não fizeram a reforma nem política e nem da educação. Eles querem que os jovens não aprendam, a fim de que eles possam dominar e corromper e o povo é ferrado como diz Geraldo Vandré: “Porque gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente”. Mas sem uma mão de obra eficaz do professor, da professora, da reforma educacional, saem os jovens sem preparo nenhum e com uma boa aprendizagem de qualidade para se libertarem dos que ainda querem fazê-los como gado que pode ser ferrado.
Aqui há uma escola particular que as minhas netas saíram sabendo até sinais de trânsitos e acentuações gráficas, flexões verbais e outras disciplinas que não existem mais nas escolas públicas. Por isso mesmo, sem cultura nenhum, ainda há muitos jovens que estão alienados em siglas partidárias e não defendem a causa da justiça e do direito de ser cidadão e cidadã na defesa do seu País.  E isso é muito triste ser ferrado como gado. A Lei está acima de todos e de partidarismo. Ela está escrita numa das páginas da Carta Magna do nosso País que se compõe a justiça. Não é bandeira de qualquer cor que será maior do que a nossa Constituição Brasileira. A falta de cultura e de visão ética faz a pessoa ser ferrada como gado. Foi isso que o Geraldo Vandré cantou a sua composição contra o Golpe de 1964: DISPARADA e a outra é POR QUE NÃO FALAR DAS FLORES. Por causa de sua cultura e liberdade de expressar o seu desejo por justiça, é que ele “comeu o pão que o diabo amassou”. Mas o que está acontecendo nas grandes metrópoles não é diferente das cidades do interior de cada estado brasileiro. Se fizerem uma limpeza “dos Mãos Limpas” e não deixarem uma cidade sequer, é preciso que construam muitas “Papudas” nesse Brasil afora!

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