O QUE A ESCOLA ENSINA HOJE A SEUS ALUNOS?
Crônica de Honorato Ribeiro dos
Santos.
Sou contra muitas matérias que
tiraram do ensino fundamental e do ensino médio. Entre tantas eu aponto
algumas: Canto orfeônico, onde o professor de música ensinava as figuras
musicais com seu ritmo, melodia e harmonia; ensinava os hinos cívicos, Hino da
Cidade, Hino do Estudante, Hino da Bandeira, Hino da Independência, Hino
Nacional Brasileiro. A importância da música numa escola faz os alunos sentirem
a emoção e elevação da alma. “A música, eu a considero, em princípio, como um
indispensável alimento da alma humana. Por conseguinte, um alimento e fator
imprescindível à educação da juventude.” (Villa Lobos). Esta disciplina era
ministrada por um professor de música ou um maestro. Fui entre muitos, naquele
tampo!
Havia o grêmio, onde os alunos
recitavam poesias, outros cantavam e outros faziam discursos. Aprendiam as
músicas folclóricas, as lendas e mitos e outras culturas de cada região
brasileira. Outra matéria muito importante foi a disciplina do OSPB, pois
ensinava ao aluno o que era a organização social da política brasileira.
Ensinava a compreensão do direito e deveres dos brasileiros e o conhecimento da
organização sociopolítica e econômica. Hoje, só há partidarismos dominadores,
que filiam pessoas para depois de eleito assumir o poder e dele abusar como um
déspota e prepotente. Outra matéria que não há mais é a Moral e Cívica, matéria
muito importante; por isso é que os jovens não sabem mais o que é patriotismo e
nem civismo. Em cada município defendem-se o seu município e continuam sendo
munícipes e não interessam mais ser patriotas a defenderem o Brasil.
Havia o ensino da gramática com
suas regras e suas regências verbais; aprendiam, na ponta da língua, as flexões
verbais dos verbos regulares, irregulares e as dez palavras essenciais da
língua portuguesa a começar pelo substantivo. Com o auxílio da mãe língua, a
latina, que também foi abolida, com seus prefixos e sufixos; e os sufixos e
prefixos gregos que a gente aprendia para melhor comunicar, escrever e saber a
etimologia das palavras que existem em nossa língua portuguesa e o domínio de
quem saiu pronto para enfrentar o vestibular.
Recebo muitos alunos que vêm me
entrevistar sobre algumas matérias, entre muitas de português. Depois da
entrevista, eu sempre faço uma sabatina e começo lhes perguntando: Qual é o
presente do indicativo do verbo haver? Não sabemos... E o futuro do subjuntivo
do verbo ver? Quem sabe? Nenhum de nós... Qual a série que estudam? Terceiro
ano do ensino médio. Respondem-me. Eu, então, digo-lhes: Não são vocês,
tampouco as professoras. O culpado de tudo o que está acontecendo no nosso
País, são os políticos, que, até hoje, não fizeram a reforma nem política e nem
da educação. Eles querem que os jovens não aprendam, a fim de que eles possam
dominar e corromper e o povo é ferrado como diz Geraldo Vandré: “Porque gado a
gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente”. Mas sem
uma mão de obra eficaz do professor, da professora, da reforma educacional, saem
os jovens sem preparo nenhum e com uma boa aprendizagem de qualidade para se
libertarem dos que ainda querem fazê-los como gado que pode ser ferrado.
Aqui há uma escola particular que
as minhas netas saíram sabendo até sinais de trânsitos e acentuações gráficas,
flexões verbais e outras disciplinas que não existem mais nas escolas públicas.
Por isso mesmo, sem cultura nenhum, ainda há muitos jovens que estão alienados
em siglas partidárias e não defendem a causa da justiça e do direito de ser
cidadão e cidadã na defesa do seu País.
E isso é muito triste ser ferrado como gado. A Lei está acima de todos e
de partidarismo. Ela está escrita numa das páginas da Carta Magna do nosso País
que se compõe a justiça. Não é bandeira de qualquer cor que será maior do que a
nossa Constituição Brasileira. A falta de cultura e de visão ética faz a pessoa
ser ferrada como gado. Foi isso que o Geraldo Vandré cantou a sua composição
contra o Golpe de 1964: DISPARADA e a outra é POR QUE NÃO FALAR DAS FLORES. Por
causa de sua cultura e liberdade de expressar o seu desejo por justiça, é que
ele “comeu o pão que o diabo amassou”. Mas o que está acontecendo nas grandes
metrópoles não é diferente das cidades do interior de cada estado brasileiro.
Se fizerem uma limpeza “dos Mãos Limpas” e não deixarem uma cidade sequer, é
preciso que construam muitas “Papudas” nesse Brasil afora!
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