sábado, 23 de maio de 2015

CAMINHAS OPOSTOS.




Texto de Honorato Ribeiro dos Santos.

Nascemos com dois mundos a escolher. Uns escolhem o mundo do bem, outros escolhem o mundo do mal. O mundo do bem tem porta estreita e difícil para entrar por ela; entretanto, o mundo de porta larga é mais fácil entrar por ela e muito optam por passar por ela. Há uma grande metáfora nessas duas portas, mas é uma realidade de cada um administrar sua própria vida. Ninguém é responsável pela vida do outro; todos têm o livre arbítrio e segue o caminho que quiser. A religião cristã afirma que as duas portas são: o céu e o inferno. A porta estreita é a do céu; a larga é a do inferno. Mas existem o céu e o inferno? Tentarei explicar ambos: Primeiro vou explicar, na visão cristológica, o que é céu. Mas nessa dúvida e descrença de muitos questiono a mim mesmo. O que é céu? Alguém me responde: É o paraíso celestial, é a nova Jerusalém, é o Reino de Deus; é, pois, a felicidade eterna. Mas eu questiono novamente. Quem já foi ao céu e voltou para dizer que ele existe? Quem morreu não volta aqui para dizer que há céu ou onde ele está! E o que me dirá alguém que acredita em coisas abstratas ou invisíveis, ou misteriosas? Nada, apenas a sua crença, sua fé sem razão de sê-la. Mas eu, digo eu afirmativamente, sem medo de errar, que ele existe e não tenho dúvida; e ele sofre violência fortíssima. O que é, então, o céu que eu creio. Primeiro é a minha luta interior de ser-me perfeito entre as criaturas e até mesmo entre os bons e os maus. A minha perfeição não me é privilégio nenhum. Nasci para ser perfeito e dele penetro pela porta estreita, que é a mais difícil, mas é a da minha perfeição. Agora vou explicar a minha visão cristológica o que é céu: Sinto-o dentro de mim mesmo. Porque a minha ação é ser perfeito e para isso eu tenho que agir conforme a exigência da perfeição. E como eu ajo? Vivendo a caridade, pois ela é paciente, é bondosa, a caridade não tem inveja, não tem orgulho, não é arrogante, não escandaliza, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com as injustiças, mas se rejubila com a verdade, não procura viver com as fantasias e entretenimento desse mundo da porta larga. Quem vive a caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, pois a caridade jamais acabará. Tudo acaba, nesse mundo, mas a caridade jamais acabará, pois a caridade é amor, e amor é Deus. Quem ama sabe perdoar, mesmo nos sofrimentos e o coração está sempre aberto para amar. Esforço-me dia a dia para sentir o céu dentro de mim mesmo. E quando eu sair dessa minha estada de inquilino que sou, o “eu” que conduz esse céu, levarei comigo e pagarei o aluguel àquele que me gerou para ser-me perfeito. Agora, direi que o céu existe não externamente, mas internamente dentro do meu eu. O eu que sou eu mesmo, serei eternamente a viver, desde aqui, até a eternidade com o céu. Vivendo assim, sei que o céu é a minha perfeição de ser-me perfeito, embora sendo pecador, mas menos a pecar. O amor e o céu não há diferença nenhum. Quem não tem amor, não terá o céu em si mesmo.  
E o inferno existe? Claro que existe. E está, não lá com os demônios, mas dentro de si mesmo, por escolher a porta larga. Somos todos livres para optarmos para ser bons ou maus. O inferno não é um estado ou lugar onde alguém ao morrer ir para lá. Mas é aqui mesmo que ele está dentro dos que negam a caridade e o amor. São os que não querem a perfeição e não vivem o amor e a caridade. São os que praticam os erros, os escândalos e perderam a ética, a moral, a dignidade de serem cidadãos. São pessoas perversas e que fazem o contrário do que deveriam praticar: o bem, a caridade e o amor. São os que dizem que o inferno é dos outros. Mas esses outros que eles acham que o inferno é dos outros, esses outros eles precisam deles, pois somos seres sociais e um depende do outro. A sociedade é um conjunto de ser humano que busca o crescimento econômico e o bem comum; são seres inteligentes cientificamente que estão a serviço dos outros e os outros precisam deles. Somos iguais em perfeição e imperfeição formando uma sociedade, uns pecando mais e outros pecando menos. Os que pecam menos estão lutando a si aperfeiçoar no dia a dia e sente o céu dentro de si mesmo.  

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