quinta-feira, 17 de março de 2016

UM PREGO NO MEU SAPATO.



MEU DEDÃO DO PÉ DIREITO.
Crônica de Honorato Ribeiro dos Santos.

Dia desse eu passei por um caminho bem largo e longo, parecia-me que nunca tinha passado por aquele caminho. Não havia pedra nenhuma, não a vi, era um caminho bom para caminhar nele. Não vi ninguém, nem indo e nem vindo, mas eu caminhava sobre ele de pés descalços e me sentia feliz em pisar naquele caminho. Mas eu não observei que no meio daquele caminho havia um prego enferrujado. Tinha uma ponta aguda e alguém o colocou ali de propósito para me prejudicar, pois sabia que eu iria passar ali. O meu dedão do pé direito pisou firme sobre a ponta aguda daquele prego cheio da ferrugem. Senti uma enorme dor atroz, meus olhos encheram de lágrimas; curvei como um bodoque e a minha mão agarrou-o para o puxar e arrancar do meu dedão do pé direito.  O meu estômago revoltou, o meu coração acelerou, os meus dentes cerraram-se e a minha cara enrugou e fiz uma enorme careta como um tigre voraz, que quer pegar a sua presa. Todo o meu corpo sentiu, desde o dedão do pé ao cume da minha cabeça.
Assim é um escândalo, uma enorme corrupção num país. Todos os membros sociais numa sociedade sentem e revoltam. Imediatamente procura a justa justiça, para arrancar de vez os pregos enferrujados que ficaram no dedão do pé de cada um da comunidade que busca a paz, a solidariedade, a ética e a moral. Que direi aos que não comungam com essa dor que sinto desse prego enferrujado que enfiou no meu dedão do pé? Qual o médico que não irá me atender como paciente, a fim de me aplicar uma vacina contra tétano? Eu ainda irei esperar na fila sete dias para que o médico me atenda? “O mal de sete dias” poderá levar-me para que eu vista o terno de madeira! Ou, então ir-me para a capital dos pés juntos levando comigo o meu dedão do pé direito que não curaram! Pior do que se eu “vestisse um terno de vidro”! Não poderá acontecer isso! Mas está acontecendo por esse País afora!  E o que posso fazer para que o meu dedão do meu pé direito possa voltar o que era antes tão sadio que era, antes de o prego enferrujado plantar nele?
Ontem o povo gritou a grita mais alto para retirar do dedão do pé direito um prego enferrujado cheio da ferrugem da corrupção! Mar, ó mar, feche as portas, dessa ferrugem, que assola o País, pois estou a vomitar sangue de um verso, não, de uma poesia épica, qual a de Camões! Somente por causa de um prego enferrujado que fincou em meu dedão do meu pé direito! Não, não foi no meu dedão do meu pé direito! Foi no dedão dos pés direitos do povo que busca os seus direitos de uma plena justiça que deva atuar com equidade aplicando a Lei que é maior de que todos os corruptos desse “Gigante pela própria natureza”! O povo brasileiro sente que, até o momento, não foi retirado o prego enferrujado no dedão do seu pé direito e no meu também! Será que não irão retirar esse prego enferrujado do dedão do meu pé direito! Eu tenho direito de gritar por S.O.S!
Ó Dr, tire os pregos enferrujados do povo brasileiro que clama por justiça! Arre prego das chagas feridas na cruz da tormenta! Tem que punir quem foi que colocou aquele prego enferrujado, naquele caminho, para furar dedão do meu pé direito!  Prego enferrujado não serve para nada, só serve para furar o dedão do meu pé direito.  

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