quinta-feira, 28 de julho de 2016

TEMPO INVOLUNTÁRIO.




NÃO TENHO TEMPO.
Crônica de Honorato Ribeiro dos Santos.
Tempo de chuva, e de plantar o feijão, o milho, o trigo, mas o joio nasce sem que ninguém o plante. Tempo da colheita é tampo bom para colher o que se plantou, mas eis que o joio nasce junto do trigo; não é tempo de colher...  Trigo e joio são semelhantes, por isso tem que esperar o tempo de colher o trigo. Assim sabe-se quem é trigo, quem é joio...  Mas... quem  plantou  o joio junto  do trigo? Mas, é assim que a natureza produz: o que se serve para ir à mesa e o que se serve para o fogo. Mas há tempo para o lazer, há tempo para namorar; e para noivar-se e depois casar-se e dá prole.
Tempo para viajar e para ir assistir aos jogos das Olimpíadas e gastar muito dinheiro!  Para tanto tempo de trabalho e economizar e guardar, aquilo que se troca na bilheteria para receber o bilhete da entrada e sentar-se na bancada do estádio para ver a bola rolar no gramado verde e a rede balançar quando a redonda dormir tranquilamente como peixe que cai na rede; e a galera dá o grito da vitória. Mas os de lá ficam com o grito da vitória e os de cá com as lágrimas da tristeza por não vencer o seu time. Há vencedores e vencidos; há tempo para tudo, entretanto não há tempo para meditar, para refletir, para analisar e para parar de sonho de tantas ilusões! Se há o tempo de  plantar e de colher,  há, também, o tempo de agradecer... Todavia a quem agradecer se o tempo foi trabalhado e esperando? Mas o chão que pisou, que cuspiu e que sujou, fez brotar a semente plantada e até o joio que nasce para matar o trigo, nasceu prenhe do mesmo chão que não se lembraram de lhe agradecer.
O tempo corre depressa e não se percebe quanto ele é veloz. É como a terra que gira tão veloz e ninguém percebe a sua velocidade e para onde ela leva sem parar, pois tudo está dentro do tempo que não para e não pode parar. Porém, não se medita para saber a hora de meditar, de refletir e agradecer. É tão especial e esperar com calma e paciência, mas não há tempo, porque não tem tempo para meditar, refletir e agradecer! Porque não sabe a quem agradecer?! Claro que sabe, mas não tem tempo para agradecer subindo pela vertical! Longa escada de Jacó! Porém, sabe-se que um dia, a hora é chegada de o tempo chegar e dormir na horizontal. O relógio para e os ponteiros da corrida param e, então, o tempo de meditar não há mais, pois deitou-se, na fria lousa horizontal! Não teve tempo para agradecer a vida que um dia gratuitamente lhe ofertou o dono de tudo que se plantou. Fim da Jornada! Adeus!

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