UM FESTIVAL
DE MÚSICA E UM GAROTO.
POR HONORATO RIBEIRO DOS SANTOS.
Eu morava em Correntina e houve
um festival de música em
Santa Maria da Vitória. O festival havia nove jurados para
dar cada um a sua nota. Não gostei dos jurados, pois sempre que há qualquer
festival de música cantada, são convidadas pessoas, que conhecem bem, tanto a
letra como a música, seu ritmo e estilo de voz. Lá estavam calouros do projeto
Rondon estagiando naquela cidade. Antes de começar o show, eu subir no palco
com meu violão e solei uma música de Dilermando Reis, Abismo de Rosa. Fui
aplaudido de pé, pois, tanto em Correntina como em Santa Maria da Vitória
não havia músico que tocasse por música as composições de Dilermando Reis, o
Rei do violão das Américas.
Começou o festival com a chamada
do locutor a cada um que estava inscrito. A casa estava cheia; era num cine e,
na plateia havia um garoto amante da
música e observava cada cantor, a letra e a música. Talvez ele tivesse apenas
15 anos de idade, mas guardou na sua mente tanto a música como a letra da
música. A música era da minha autoria com o título de POLIGLOTA. Os anos foram
passando, passando, mas o garoto foi crescendo e se tornou adulto. Fez a quarta
série ginasial e seguiu para outras plagas, a fim de fazer vestibular e seguir
a carreira de professor. Foi o que aconteceu: Tornou-se professor na c idade de
São Paulo. Casou-se, constituiu família, mas a minha música Poliglota nunca
saiu de sua mente.
Um aluno meu de Correntina é amigo
desse professor. Então eles dois se comunicavam pele face e pelo e-mail. Nesse
ínterim, aquela música, bem como a imagem do compositor e cantor nunca saiu de
sua mente, ele então perguntou ao amigo: Como é o nome de um professor, cantor
e mestre de música que morava aí em Correntina, você sabe do paradeiro ou
e-mail dele? Respondeu o amigo: “Tenho sim. Vou mandar para você o e-mail
dele.” E assim ele recebeu o meu e-mail e contou toda a história daquele
festival em sua terra: Santa Maria da Vitória. Tornamos-nos grandes amigos e
falamos sempre ao telefone e batemos papo através da mensagem do fecebook. O
mais engraçado nesta história é que, no momento que escrevo, é que ele me
conheceu, naquele festival, mas eu não o conheço. Escrevi dois livros pela
Editora Baraúna e ele é o prefaciador de um e do outro ele escreveu na quarta
capa. Outra coisa que ele me perguntou foi: Professor Honorato, um jogador de
futebol chamado Chicório ainda é vivo? E eu o respondi: Sim, por quê? E ele me
explicou: Houve uma partida de futebol entre Bom Jesus da Lapa e Paratinga. E
eu com outros jovens de Santa Maria da Vitória fomos assistir àquela partida.
Mas eu vi no campo a imagem do craque e famoso jogador, Garrincha. Posso até
lhe falar que ele era melhor de que mesmo o homem das pernas tortas. O povo
delirava, quando ele pegava na bola. Parece que ele tinha cera na chuteira;
dava cada drible que o adversário caia no chão e o povo ia à loucura!
Vou lhes contar quem é essa
figura que me viu cantar o samba POLIGLOTA. É o professor, formado em inglês e
que leciona na cidade de São Paulo, meu grande amigo, João Nogueira da Cruz,
que faço este texto para enviar para ele.
Honorato Ribeiro dos Santos.
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