Décima sexta parte.
Continua Mateus. Tendes ouvido o
que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: “amai os
vossos inimigos, fazei o bem a quem vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e
perseguem. Desse modo sereis filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol
tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os
injustos. Se amais somente o que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem
assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazei de
extraordinário? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é
perfeito.” Que fortíssima crítica, aqui nessa perícope, que Jesus faz a muitos
fariseus de ontem e de hoje! Quem é cristão não pode viver como os citados
nessa perícope. Aqui não há meio termo. Ou é cristão em oração, ação e amor ou
não o é. Ou aceita ser perfeito como o Pai o é, ou não o é. Melhor seria
aprender ser humilde e puro de coração a praticar o fariseísmo como joio
sentado no banco da igreja ao lado de quem é trigo. Vou lhes dizer uma coisa.
Dia desse eu estava a conversar com três amigos, quando se aproximou um de nós
e disse: Bom dia, irmão, e o abraçou. Olhou para o outro e disse-lhe: e você,
irmão, como vai? E ao outro e você irmão e abraçou alegremente a todos que ele
considerava irmão, mas a mim, não. Nem bom dia me deu. Fiquei em pé e perguntei
aos três amigos: Ele é irmão seus? Responderam-me. Não, é irmão de igreja. Eis
aí a resposta do que cita Mateus: publicanos e fariseus e somente é irmão de
quem pertencer a sua igreja. Aqui não falo de certos evangélicos, mas de certas
pessoas que são católicas das instituições pentecostais com o nome de carismáticos,
pois, a minha filha, no seu trabalho, entrou uma desse movimento carismático e
deu bom dia a ela, mas para as outras foi diferente: bom dia irmãs. Tudo bem?
Minha filha para ela, embora seja católica, mas não carismática, não era irmã
nem de igreja e nem de fé delas! Quem são elas? Quem são os que se dizem
cristão procedendo desse jeito antagônico aos ensinamentos das bem-aventuranças,
são exatamente das seitas farisaicas. Não querem a perfeição que Jesus nos chama
para sermos perfeitos como o Pai do céu. São como os publicanos que eram
considerados pecadores e ladrões abominados pela classe sacerdotal e farisaica.
Eram sugadores de impostos e se enriqueciam à custa dos pobres e ricos. Mas
Jesus converteu a muitos deles, inclusive Mateus. Outro que nos dá exemplo é
Zaqueu, que se arrependeu e devolveu o quádruplo do que tinha roubado e o resto
distribuiu aos pobres. Ele era um cobrador de impostos. Essa é que é a
verdadeira conversão: renegar tudo e seguir o Cristo caminhando em seu caminho
da libertação desse mundo materialista e de muitas dissensões, na política, na
sociedade e nas religiões. Mas afirmo que a Igreja Católica Apostólica não
ensina essa maneira de procedimentos de alguns católicos carismáticos. São
coisas que querem adulterar o sentido cristológico para a vivência anticristã.
A Igreja Católica é ecumênica e pede que todos os católicos se aperfeiçoem no
dom que o Espírito Santo dá a cada um, mas para vivermos como irmão e irmã,
mesmo os que não são católicos ou pertencem a outras religiões. Pois Jesus
morreu para a humanidade e não por religião nenhuma. Deus é Pai de toda
humanidade e ama a todos sem exceção. Nessa perfeição a que somos chamados, é a
mesma que Deus o é para todos. Faz o sol brilhar para bons e maus, o ar que
respiramos e a chuva que derrama sobre todos nós sem exceção. [Continuação na
próxima...].
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