Décima quarta parte.
Continua Mateus. “Ouvistes que
foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: todo aquele
que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu
coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança longe
de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu
corpo todo seja lançado na Geena.” Nessa perícope existem muita metáfora e
muita hipérbole e não se poderá interpretar ao pé da letra. Veja bem: nós vimos com os dois olhos e não
somente com o olho direito, não é verdade? Mas aqui não se trata de olho
direito, mas dos maus pensamentos. O cérebro é quem faz agir para as coisas
boas e ruins. Temos de controlar os nossos maus pensamentos, quando olhamos e
desejamos aquilo que não nos pertence. Não podemos ser ingênuos para arrancar
nosso olho ou cortar nossa mão. O conselho é com palavras metafóricas e muita
hipérbole, isto é, muito exagero. Mas tudo isso é conversão e nada mais. Veja o
que diz Santo Agostinho depois da sua conversão: “Tu estavas dentro de mim e eu
estava fora, Tu chamavas dentro e eu me distraia fora, Tu me chamavas e eu não
te ouvia, mas distraiam exatamente aquelas coisas que, se não houvessem sido
criadas por Ti, simplesmente não existiam. Clamaste e rompeste minha surdez.
Tarde na minha vida eu te amei, oh beleza tão antiga e tão nova, tarde eu Te
amei”! Jesus não ensinou catecismo, mas valores de conversão para o Reino de
Deus. Para isso todos nós somos chamados.
Continua Mateus. “Se tua mão
direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti,... É a mesma
proposta metafórica do olho e já foi explicado acima. “Foi também dito: Todo
aquele que rejeitar a sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Isso foi na Lei
antiga, mas Jesus não concorda, pois os seus ensinamentos são de amor e perdão.
Veja o que ele diz: “Eu, porém, vos digo: Todo aquele que rejeita a sua mulher,
a faz tornar-se adúltera, a não ser se trate de matrimônio falso; e todo aquele
que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério. Aqui não mais se trata de
metáfora e nem hipérbole, mas uma doutrina para os convertidos e quem souber
amar como Jesus amou. Sempre foi problema, mesmo nos tempos de Jesus, antes
dele e hoje muito maior. O casamento e o adultério, para muitos que se dizem
cristãos, não obedecem a esse preceito doutrinário e salvífico que Jesus nos
aconselha. O Congresso está cheio de senadores e deputados evangélicos e
católicos e aprovaram a lei do divórcio. E o adultério não é mais crime. E a
Igreja Católica irá ouvir e obedecer lei contra a de Deus? Jamais ela irá ouvir
a voz do mundo das trevas. A Igreja Católica não é governada pelos políticos e
nem tampouco pelo mundo, mas pelo Espírito Santo que a governa. [Continuação no
próximo...].
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